Para pesquisadores e pesquisadoras indígenas, a academia é, sobretudo, um espaço de resistência. É o que evidenciam as mais de cem pesquisas apresentadas no IX Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), realizado na Unicamp no final de julho. Embora os simpósios temáticos não fossem restritos a acadêmicos indígenas, foram eles – estudantes de graduação, mestrado e doutorado de diferentes etnias e partes do país – os protagonistas da primeira tarde do evento.
Mostrar como o conhecimento e o olhar dos povos indígenas vêm transformando o que entendemos como ciência é o principal objetivo da série “Ciência Ancestral”, da Rádio Unicamp. Neste primeiro episódio, é discutida a importância de espaços como o ENEI, organizado pelos próprios estudantes indígenas, para reivindicar outras formas de pensar e agir em relação a problemas que afetam não só os povos originários, mas o mundo contemporâneo.
“Quando a gente – que vive nas nossas coletividades, onde nossa a cultura é diversificada, mas pautada na oralidade – aprende a escrever o código do não indígena e consegue levar essa melhoria e esse projeto para nossas aldeias, é uma conquista muito grande. E a gente tem que expor isso: que o indígena consegue pesquisar tão bem quanto qualquer outro estudante ou pesquisador”, defende Edilene Alves Munduruku, mestranda da Faculdade de Educação da Unicamp e integrante da comissão científica do ENEI.
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Ficha técnica:
Produção, reportagem e edição de áudio: Juliana Franco
Assistente de produção: Asriel Santana
Edição de imagem: Renan Garcia
Edição de vídeo: Beto Minetto
Foto de capa: Antoninho Perri