Campinas, maio 2001.


Novas perspectivas para gerenciamento
em Recursos Humanos

Oté julho próximo a Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH) deverá concluir seu processo de informatização, em execução desde meados do ano passado, disponibilizando todos os serviços da unidade na Internet. O processo teve uma primeira fase em 1990, mas sofreu sucessivos adiamentos por causa das rápidas e constantes alterações tecnológicas. Há três anos, a coordenação traçou nova estratégia, que permitiu alcançar o estágio atual, onde boa parte dos procedimentos em recursos humanos da Unicamp já são feitos via Internet.
A estratégia implicou algumas mudanças na política de informatização, adotando-se a aquisição e customização (adequação) de sistemas já prontos no mercado, ao invés da solução baseada somente em softwares desenvolvidos internamente. Pesou decisivamente a estimativa de que seriam necessários mais cinco anos para se desenvolver aplicações e informatizar o órgão. A empresa escolhida para apoiar o processo de informatização, através de licitação, foi a Sênior Sistemas, que comercializa o produto Vetor H.

Implantou-se primeiro o módulo de “freqüência”, seguido pelo de “folha de pagamentos”. Milhões de informações foram migradas para o novo sistema, e definidos e implementados centenas de regras e eventos. O sistema permite que cerca de 300 assistentes técnicos (ATs) e outros responsáveis por informações de RH nas unidades, já treinados para este fim, lancem eletronicamente dados que antes exigiam diversos formulários impressos, remessas por malotes e a conferência manual de cada um, ou que ainda eram feitos em programas com tecnologia ultrapassada. Os usuários credenciados já atestam a freqüência, consultam e solicitam licença-prêmio e marcam suas férias, entre alguns dos serviços disponíveis via Web. Nem todos ainda têm acesso ao sistema, mas isso deverá ocorrer ainda em maio.

Mensalmente, a DGRH prepara a folha de pagamento para 12 mil servidores ativos e inativos da Universidade, entre professores e funcionários administrativos e técnicos. Até o final do ano passado, esta rotina era baseada em um sistema implantado havia 20 anos e sem interface gráfica, uma necessidade diante dos avanços tecnológicos. Desde janeiro a freqüência e a folha passaram a ser executadas conforme os procedimentos do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIARH) e em novos equipamentos. O grau de gerenciamento sobre os eventos da folha aumentou significativamente, permitindo o acompanhamento da evolução histórica de cada um deles, bem como o acompanhamento dos gastos em vários níveis.

Consistência – A nova sistemática permite que as funções da DGRH sejam implementadas e interajam entre si, aumentando a consistência dos dados e a capacidade de gerenciamento, o que não acontecia antes. Luiz Carlos de Freitas, coordenador da DGRH, lembra que nesta fase de migração de dados podem ocorrer erros. Alguns decorrentes da adequação das aplicações a procedimentos e regras internas e, outros, por falhas no lançamentos de dados. “A cultura de trabalhar integradamente e on line ainda precisa ser consolidada, tanto no interior da DGRH quanto na Universidade como um todo”, afirma.

Uma das facilidades a serem propiciadas pelo SIARH é a marcação de férias até 15 dias antes da data prevista para seu início. Tudo via Internet. Pelo procedimento até então utilizado, isso não era possível e a marcação deveria ocorrer com meses de antecedência. Também já se encontram adaptados os módulos para freqüência eletrônica e para controle de acesso. Outra melhoria é a possibilidade de os responsáveis por recursos humanos nas unidades solicitarem a emissão de listagens (por exemplo, o período aquisitivo de férias e licença prêmio) diretamente ao sistema e imprimi-las em suas próprias impressoras. Isso já ocorre com a Prefeitura, que emite listagens de uso de vales (transporte e outros itens).

Viabilizados os módulos que ofereciam maiores dificuldades (freqüência e pagamento), encontram-se em processo de implantação o controle de adicional por tempo de serviço e a sexta-parte. A informatização da DGRH é uma pré-condição para a administração eficaz dos recursos humanos e, ao mesmo tempo, fundamental para que se processe futuramente uma descentralização radical das funções do órgão.


Como se dá a informatização da DGRH

Uma equipe de sete profissionais de informática da DGRH, liderada por um comitê, juntamente com funcionários da empresa Sênior Sistemas, vem trabalhando na implantação dos novos sistemas e na migração de dados. É fundamental neste processo o envolvimento dos servidores em cada uma das áreas informatizadas. Eles colaboram com a equipe de informática discutindo regras, revendo processos e testando procedimentos. A Sênior Sistemas assessora esta fase de adequação do programa às peculiaridades da Universidade e no treinamento. A cada avanço tecnológico ou na legislação trabalhista, o sistema de RH é automaticamente atualizado pela empresa, que disponibiliza uma versão atualizada do software.

No suporte a todo esse trabalho, existem duas máquinas principais, com o sistema Unix e um banco de dados Oracle, localizadas no Centro de Computação: são uma Alpha 1200, para produção, composta de uma CPU de 533 Mhz, memória de 768 Mb e dois discos rígidos de 4.3 Gb (Raid 1); e uma Alpha DS10, para desenvolvimento, com a configuração de CPU de 466 Mhz, memória de 512 Mb e disco rígido de 4,3 Gb. Ambas estão ligadas em cluster a discos externos com 16 MB de cache de memória, quatro discos rígidos de 4,3 Gb (Raid 5) e 3 discos de 9,1 Gb (Raid 5).

Além disso, existem dois servidores de aplicação para distribuir as requisições. O acesso ao sistema exige, pelo menos em sua fase inicial, o navegador Internet Explorer. Por enquanto ainda não é possível utilizar o Netscape. Para este avanço, a DGRH teve que refazer toda a sua rede interna de computação, bem como realizar uma das maiores atualizações de microcomputadores em sua história.

 
O que falta


O processo prosseguirá por áreas da DGRH onde a informatização não conseguiu chegar nos últimos 10 anos. O quadro de vagas e recursos das unidades e órgãos e os processos de alteração funcional são a próxima prioridade, o que dará transparência aos gestores sobre os recursos disponíveis.

Também a área de segurança e medicina do trabalho será informatizada – permitindo melhor controle dos agentes produtores de risco e de áreas de risco –, assim como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, e a distribuição e controle de equipamentos de proteção individual. Os prontuários médicos são agora eletrônicos e os médicos trabalham “on line” no sistema.

Os módulos finais serão os de treinamento, concursos (incluindo recrutamento e seleção) e aposentadoria.