Tipos
de violência
Militar
Apesar das circunstâncias favoráveis
à desmilitarização na América
Latina, os gastos militares continuam aumentando significativamente
no Brasil, devido ao incremento da indústria
de armas, e na Colômbia, motivado pela guerrilha,
enquanto são reduzidos na Argentina, Peru e Venezuela.
Estrutural Fruto de um sistema social
que oferece oportunidades desiguais a seus membros,
quanto maior a desigualdade, maior o grau de violência.
A AL possui os piores índices de desigualdade
do mundo, apesar de ter conseguido melhorar os indicadores
sociais entre 1950 e 1980, processo interrompido entre
1980 e 1990, e que apresentou ligeira melhoria nos anos
seguintes. Considerando-se variáveis como mortalidade
infantil, esperança de vida, alfabetização,
domicílios abaixo da linha de pobreza e desigualdade
na distribuição de renda, figuram com
alto nível de violência estrutural a Bolívia,
Guatemala e Nicarágua, seguidos pelo Brasil,
único considerado médio-alto. Com baixo
nível de violência destacam-se Uruguai
e Costa Rica.
Política O fim dos governos militares
no Cone Sul e a tendência democratizante contribuíram
para a redução da violência política,
embora o regime democrático pleno não
vigore em praticamente nenhum país do mundo.
O Brasil ilustra o problema que as novas democracias
enfrentam ao aumentar o fosso entre o aperfeiçoamento
político do estado e sua persistente violação
dos direitos econômicos, sociais e civis. As novas
democracias enfrentam o desafio de realizar a segunda
transição, para um estado democrático
mais aperfeiçoado, sob o risco de sofrer reversão
no processo. Peru, Guatemala e México possuem
alto nível de violência política,
enquanto Chile, Bolívia, Uruguai e Costa rica
figuram com os mais baixos níveis. Brasil, Colômbia
e Paraguai são classificados como médio-alto.
Étnica A discriminação
racial está vinculada a processos de exclusão
sociais, com origem na formação do Estado-nação
e extermínio de indígenas. O maior grau
de violência étnica é da Guatemala,
seguida da Bolívia, Brasil, Peru e Equador. Com
nível baixo de violência encontram-se Nicarágua,
Colômbia, El Salvador, Paraguai, Argentina e Costa
Rica.
De gênero Definidas pelas estruturas
que perpetuam as desigualdades entre homens e mulheres.
A violência contra mulheres varia daquela diretamente
física aos processos de exclusão. Apesar
do aumento da participação feminina na
vida social, econômica e política da AL
nas últimas décadas, as diferenças
de renda persistem. A mulher tem conquistas mais próximas
às dos homens na Costa rica, Argentina e República
Dominicana, e menor eqüidade de gênero no
Paraguai, Nicarágua e Bolívia. O Brasil
é considerado de nível médio-baixo
quanto ao desenvolvimento, com destaque para a baixa
participação na política, e médio-alto
quanto à desigualdade social.
Societal Ações individuais
(interpessoais) e violência organizada são
os dois tipos considerados nessa classificação.
Apesar da dificuldade de limitar onde começa
uma e termina outra, a primeira aplica-se mais à
violência intradoméstica enquanto a segunda
refere-se a grupos como traficantes, máfia, seqüestradores,
até ações repressivas do estado
através da polícia e organização
de guerrilhas. Neste item a Colômbia lidera no
fator de violência organizada, seguida de longe
pelo Peru, Panamá, Equador e Brasil. No mais
baixo nível estão Uruguai, Costa Rica,
Chile e Argentina. A violência estatal é
mais acentuada no Brasil, Peru, Venezuela, Honduras,
El Salvador, Guatemala e México, com baixo nível
no Equador e Panamá.
Índice geral Por meio de uma medida
agregada, que inclui todas as dimensões de violência
pesquisadas, chega-se a um mapa global onde a Bolívia
aparece com maior nível de violência entre
os países, seguida de Guatemala e Brasil. No
extremo oposto estão Costa Rica e República
Dominicana.
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