Neste projeto de imagens médicas
computadorizadas para a neurologia, o aspecto mais
enaltecido pelo professor Alexandre Falcão
é a junção de esforços
entre os profissionais das áreas de computação
e de medicina no desenvolvimento de ferramentas comuns,
um tipo de parceria ainda rara em instituições
brasileiras. Uma ferramenta já foi disponibilizada
para o pessoal da neurologia, dentro da fase de realimentação
de informações para aprimorá-la.
Para um engenheiro de computação é
simples manusear o software, mas a interface pode
ser muito complicada para os médicos. Queremos
que eles enviem sugestões para tornarmos a
ferramenta mais útil e fácil de usar,
afirma.
Falcão acrescenta que softwares
de medicina vendidos no mercado, a preços em
torno de 10 mil dólares, trazem jargões
da computação incompreensíveis
para leigos. O médico acaba desembolsando
outros 1.200 dólares por um curso para aprender
a lidar com a ferramenta. Além disso, sendo
comerciais, esses produtos visam ao maior número
de pessoas, tornando-se superficiais: oferecem cem
itens, quando o médico se interessa apenas
por três e precisa descobrir quais botões
apertar, ironiza o professor.
Por isso, na próxima etapa
de desenvolvimento, o software do IC e da FCM deverá
ser oferecido em módulos. Serão ferramentas
isoladas de segmentação, de visualização
e posteriormente de análise, com interface
simplificada. Aos médicos caberá determinar
as aplicações de cada ferramenta. Aquela
que for para o consultório vai ter uns cinco
botões, na seqüência necessária
para o profissional obter o resultado que precisa
em poucos minutos, prevê Falcão.
O neurologista Fernando Cendes adianta que alunos
aplicarão o software em projetos de pesquisa,
enquanto professores farão uso dele de acordo
com a disponibilidade de cada um. O importante
é gerar dúvidas, novas demandas, até
chegarmos a uma ferramenta que seja realmente eficaz
na área de neurologia, afirma.
Problema Felipe
Bergo aponta a recorrência na literatura de
artigos de médicos sobre images médicas
sem embasamento de computação, e vice-versa.
Este projeto multidisciplinar visa resolver esse problema
através da interação entre médicos
e cientistas da computação.
Nesse sentido, Alexandre Falcão fala da importância
de se criar um espaço físico comum.
As unidades médicas e as de computação
estão nos extremos do campus. Este espaço
físico asseguraria o convívio diário
entre os profissionais das duas áreas, facilitando
o entendimento entre as partes e gerando discussões
que trariam novas idéias, observa Alexandre
Falcão.