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ESPAÇO - CENÁRIO E PAISAGENS

 

A produção de ouro negro
Projeto desenvolvido pela FEM facilita extração
e transporte de petróleo pesado

O professor Antonio Carlos Bannwart, do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, está desenvolvendo há mais de cinco anos um método inovador para a produção e transporte de petróleo ultra-viscoso, conhecido como “óleo pesado”. Foi um dos trabalhos mais visitados na Cientec.

A técnica torna economicamente viável o aproveitamento desse tipo de óleo, trazendo-o desde o reservatório onde se encontra no subsolo, até a superfície (produção), e daí às instalações de refino (transporte). As reservas de óleo pesado são bastante significativas, algo como três trilhões de barris ao redor do mundo, e poderiam, no caso brasileiro, contribuir decisivamente para a tão sonhada auto-suficiência no setor.

A técnica consiste na geração de uma fina camada de água, que vai isolar o óleo da parede da tubulação. “É como se a gente gerasse uma camada lubrificante de água. Nesse caso é a água que lubrifica o óleo. E esse óleo, centenas ou milhares de vezes mais viscoso que a água, não ficando em contato com a parede da tubulação, causa uma drástica redução no atrito e na energia de bombeamento. Pela via convencional, com o óleo sozinho no tubo, o bombeamento demandaria uma energia centenas de vezes maior, tornando-se material e economicamente inviável”, explica o professor.

Em relação aos métodos existentes, que fazem uso intensivo de diluentes, aquecimento ou mesmo transporte por caminhões, a técnica proposta é extremamente vantajosa, pois permite produzir e transportar através de um único tubo, à temperatura ambiente. “Por outro lado, a água utilizada - que pode ser água do mar ou a existente no próprio reservatório de petróleo, é posteriormente separada do óleo e totalmente reutilizada no processo, não havendo portanto consumo externo.”

Outra vantagem da técnica desenvolvida é que os dutos que produzem e transportam óleo ultraviscoso poderão operar a pressões muito mais baixas, dimi-nuindo o risco de vazamentos e acidentes, tais como os recentemente ocorridos. “Cabe destacar que a técnica não se restringe ao petróleo extraído, podendo também ser aplicada no transporte de seus resíduos de alta viscosidade produzidos em refinarias”, completa Bannwart”.

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