Tirando som dos sapatos Sensores ligados a sintetizador permitemque
bailarina faça música sapateando
A
dor nos pés causada pelas sapatilhas-de-ponta, não se esquece. Mas
faz parte da vida da bailarina Christiane Matallo Kachan, que já doou muito
de seu suor em exercícios de barra, nas aulas de balé clássico.
Formada em dança pela Unicamp, hoje com 29 anos de idade, ela lembra quando,
garotinha de dois anos, brincava pela sala de aula. Lembra-se da trajetória,
do aprendizado e se sente feliz por ainda brincar quando dança. Ainda aprende
quando dança.
Christiane
trocou as sapatilhas pelos sapatos. Especializou-se em sapateado norte-americano.
Nos Estados Unidos, ensinou ritmos brasileiros. Mais que isso, incluiu nessa mistura
a tecnologia como novo ingrediente. Atualmente, em sua tese de mestrado, utiliza
sapatos criados pelo coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação
Sonora (Nics) da Unicamp, Jonatas Manzolli.
Depois
de conhecer trabalhos como o Rabisco, não se poderia esperar
que o professor desenvolvesse sapatinhos de cristal para Christiane. Em lugar
da delicadeza, a provocação: adaptados, os sapatos têm sensores
ligados a um sintetizador. Acionados à medida que a bailarina movimenta
os pés, os sensores enviam a mensagem à máquina, compondo
a música. Manzolli não está para brincadeira quando se propõe
a aguçar a sensibilidade do ser humano: É o movimento contrário.
Ela, com sensores ligados ao sintetizador, controla os sons de atabaques a violinos,
explica.
O
que inicialmente era visto como loucura, transformou-se em diversão. Mas
sempre com a visão voltada para um resultado sério, segundo os pesquisadores
do Nics. Filosófico até. O empenho é tanto que Christiane
estuda a possibilidade de acoplar a tecnologia a outros objetos cênicos.
Eu e o Jonatas estamos pensando muito nisso, adianta.
Contudo,
a bailarina adverte que romper as barreiras do convencional, do tradicional, do
pré-concebido, não é tão simples. A tendência
humana é de se confrontar com a tecnologia ou se render de vez a ela. É
preciso conciliar as duas coisas, até o ponto de a sensibilidade humana
permitir que se faça da máquina um instrumento para aprender e não
uma prisão, comenta Christiane que, no início da experiência
de sapatear a música, penava para não se atrapalhar
nos fios ligados nos sapatos e no sintetizador. Tive de aprender a conviver
com eles a fim de possibilitar essa nova forma de expressão corporal,
conta. O que era um estorvo, passou a fazer parte de mim. ---------------------------- Tecnologia
tupiniquim Tecnologia
tupiniquim. Assim o pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
(ITI), Thebano Emílio de Almeida, classifica o pedaço de vidro comum,
coberto com filme fino transparente e um condutor ligado ao computador. Na máquina
está instalado um software semelhante ao utilizado nas telas de toque que
deram origem às urnas eletrônicas. Duas ponteiras de grafite provocam
sons quando encostadas no quadro de vidro. A estrutura simples foi criada para
estimular respostas de deficientes auditivos que utilizassem o equipamento. O
resultado foi a transformação do Tabletes (nome dado ao projeto
por conta da tela de vidro) em instrumento musical.
O
que era ruído deu lugar ao som de instrumentos, escolhidos na versão
aperfeiçoada do software. O quadro de vidro foi dividido em sete regiões
imaginárias: uma que liga e outra que desliga a bateria; duas nas quais
são selecionados os instrumentos; duas outras que detalham as funções
dos instrumentos conforme padrões criados pelo compositor;
e o centro da tela, onde se toca a música. O programa apresentado pelo
ITI na Cientec permite ao usuário trabalhar na tela de vidro com 120 instrumentos
musicais. Antes era um barulho. Agora, há harmonia, comenta
Almeida.
Segundo
o pesquisador, que monitorou a utilização do equipamento durante
a feira, muitos estudantes, pais e professores se interessaram pela compra do
Tabletes. Sai mais barato que um videogame e é muito mais educativo.
Pena que ainda não esteja à venda, ressalva. A professora
Alaíde Pellegrini, coordenadora do Laboratório de Tecnologia de
Mostradores de Informação do ITI, informou que já há
empresas interessadas em colocar o produto no mercado.
A
estrutura é simples e barata. E, além de substituir o mouse, a mesa
gráfica e as telas de toque convencionais, agora o equipamento está
sendo utilizado por aprendizes de música, informa Alaíde.
Por conta da exposição do Tabletes, o estande do ITI foi um dos
mais visitados e esteve lotado durante a maior parte do tempo de funcionamento
da Mostra.
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ESTANDES
Comunicação
óptica O
Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp contou, em seu estande
na Cientec, a história da indústria da comunicação
óptica, além de contabilizar investimentos e faturamentos que movimentam
milhões de dólares no setor Telecomunicações O
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD)
utilizou os ambientes externo e interno para explicar a evolução
das telecomunicações no Brasil. |
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