Mercado se abre para a agricultura familiar
Renato
Maluf, professor da UFRJ, afirmou no módulo sobre Política
Agrícola que existe uma tendência crescente de incorporação
de serviços aos produtos na área de comercialização.
O mercado abre a perspectiva para a agricultura familiar, com ênfase
no valor agregado, como produtos orgânicos, entre outros, mas ainda existe
o desafio de construir mercados, destaca Maluf. Omar
Assaf, da Apas, também percebe um movimento em direção ao
mercado. A concorrência dos supermercados de vizinhança registrou
um crescimento de 14% no último ano, fatia conquistada dos hipermercados,
revela. É uma tendência clara, onde até os grandes estão
migrando para atuar nesse segmento. Os hipermercados estão desaparecendo,
arrisca. Já
Mário Biral, presidente da Ceasa-Campinas, pretende a recuperação
da política alimentar que alie consumo e produção. O
país tem plenas condições fazer com que ninguém passe
fome. São ridículos os índices de produção
agrícola, avalia. Segundo ele, a implantação de técnicas
para o agricultor reduzir perdas e preservar a qualidade diminuiria os altos índices
de desperdício na produção, estimados em 39 milhões
de toneladas de hortifrutigranjeiros por ano. Assaf
e Biral concordam quanto à necessidade de classificação e
padronização de produtos agrícolas. Do volume de 55
milhões de toneladas, estima-se que se perde em torno de 23%, enquanto
nos países onde há padronização de produtos e embalagens
a perda é de 7% a 8%. O Brasil estaria ganhando 15%, ou oito milhões
de toneladas de alimentos, calcula. Os produtos com defeito poderiam ser
processados por indústrias de transformação, ou aproveitados
como na experiência da Ceasa: De 50 mil toneladas mensais comercializadas,
apenas 800 toneladas vão para o aterro, e estamos tentando que retorne
à terra como composto orgânico. A parcela não comercializável,
mas comestível, é processada e distribuída para comunidades
carentes e para merenda escolar, esclarece Biral. ------------------- | |