Do pesque-pague à depilação de gado
Quando
se fala de pluriatividade, Plínio de Arruda Sampaio reconhece que se deve
diversificar as atividades no espaço rural. Não apenas com
produção agrícola, pecuária, florestal e pesqueira,
mas também com a proposta de criação de pesque-pague, hotel-fazenda,
adestramento de cavalos e depilação de gado para gerar empregos
na área rural. O serviço pessoal é uma coisa da qual a humanidade
está se libertando. Quem precisa de serviço pessoal é gente
velha, doente ou crianças, alfineta. Carlos
Castro, do IAC, cita o Vale da Ribeira, onde metade dos R$ 95 milhões provenientes
da privatização da Comgás foi destinada a programas em 23
municípios, atendendo 500 comunidades, entre elas núcleos de pescadores,
aldeias indígenas e remanescentes de quilombos. A região foi
dividida em cinco regionais, com recursos destinados para programas de produção
de banana, frutas de clima temperado, hortaliças, flores, plantas, chá,
pupunha, pescado e produção animal, conta. Ivan
Silveira destaca as grandes mudanças ocorridas em Mirante do Paranapanema
e Promissão com a reforma agrária. A reforma mudou o quadro
do município, dinamizou o comércio e instalaram-se pequenas indústrias,
detalha. Plínio de Arruda Sampaio defende a transferência de pacotes
tecnológicos agronômicos pesquisados para diversas regiões
do país. A teoria de selecionar espécies para a monocultura
não é a nossa, foi feita para terras pouco férteis, pantanosas
ou íngremes. A lógica do capitalismo, de exportar ou morrer, está
equivocada. Exportar é que é morrer. Não podemos competir
com países de alta tecnologia. A humanidade já produz 12 vezes mais
alimentos do que precisa. Agricultura é manter e alimentar nossa população.
Reforma agrária é tirar tanta terra quanto necessária para
quebrar a hegemonia das agroindústrias e da grande propriedade, finaliza. ------------------- | |