Fábio e o touro caracu Feira
de animais criados com ajuda da ciência atrai pessoas de todas as faixas
etárias
Debaixo
da lona montada na área externa em frente ao Ginásio da Unicamp,
está o pequeno Fábio, oito anos de idade, miúdo, pesando
pouco mais de 20 quilos. Boquiaberto, olha para o outro lado da cerca, onde está
Rameiro, que também completaria oito anos em 12 de setembro. Rameiro é
bem maior, mais imponente, apesar da mesma idade: pesa 50 Fábios. Isso
mesmo. Rameiro, a maior atração da estrutura externa erguida na
Cientec, pesa uma tonelada, e estima-se que engorde 839 gramas por dia. São
as medidas de um touro da raça caracu. O
supertouro, algo jamais visto pelas crianças que passaram pela Cientec,
não era a única atração oferecida pelo Instituto de
Zootecnia, que montou uma feira de animais. Lá estava também a simpática
Abiogênese, uma porca de quatro anos da raça large white, 265 quilos
e seis filhotes com um mês de idade, cada um com seis quilos, em média.
Não
se tratam de animais gordos. São fortes e bonitos, cuidados com zelo para
realmente espantar os visitantes. Meu! Você viu o tamanho daquele
touro?, admirava-se Fábio Padovani, que ficou estático ao
observar Rameiro. Seu coleguinha de classe, Thiago da Silva, um ano mais velho,
apontava o casal de avestruzes: E aqueles ali, então? Olha que enormes.
Os avestruzes apresentados na feira medem de 2,2 a 2,7 metros de altura, pesam
de 110 a 160 quilos; as fêmeas botam até 60 ovos a cada ano. Aos
cuidados do IZ, cada ave produz 1,2 quilos de plumas e 35 quilos de carne limpa
por ano. A longevidade dos avestruzes é o que realmente impressiona: podem
viver até 70 anos.
Muitos
visitantes, ao passarem pela mini-fazenda, como foi denominado o estande
do Instituto de Zootecnia, se perguntavam: Onde está a tecnologia?.
O diretor técnico do Centro de Forragicultura e Pastagem do IZ, José
Monteiro Carriel, ressalta que não só existe ciência empregada
na criação desses animais, como ela tem sido a responsável
pela premiação de bovinos, eqüinos, suínos, caprinos
e ovinos no mundo inteiro. Desenvolvemos pesquisas nas áreas de pastagem
e forragem, ensaios de nutrição de plantas e animais e testamos
rações que possam dar resultados cada vez melhores, comenta. Raridades
O Instituto de Zootecnia tem várias estações experimentais
espalhadas pelo interior paulista. Em Nova Odessa, fica a sede do IZ. Em Itapetininga,
há uma estação para o desenvolvimento de caprinos. Os suínos
são estudados em Itupeva. Em Brotas, existe o setor da avicultura. E lá
também são realizados ensaios nas áreas de pastagem e forragem
gramínea e leguminosa. E foi em Sertãozinho que o instituto montou
a unidade experimental onde se faz a seleção e o aprimoramento de
bovinos. Desenvolvemos mecanismos principalmente para melhorar o ganho de
peso do gado de corte, explica Carriel. Rameiro é apenas uma mostra
do que se faz em Sertãozinho.
Nos
satisfez o grande interesse por parte de estudantes e educadores. Sabemos que
o animal, por si só, já é um atrativo. Mas trazendo raridades
de cada espécie à feira, conseguimos instigar a curiosidade de algumas
pessoas até mesmo pela criação de animais, afirma o
diretor técnico. E podemos dar informações mais precisas
a muita gente que gosta de zootecnia sem saber, por exemplo, que o instituto fica
perto de Campinas, a 25 quilômetros. Esperamos que nossa participação
na Cientec traga resultados positivos na divulgação do nosso trabalho,
completa Carriel.
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Águas
paradas
PComo
ficaram os peixes nos rios Jaguari e Jacareí depois do represamento para
o Sistema Canteira de Distribuição de Água? O Grupo de Ecossistemas
Aquáticos da Faculdade de Biologia da PUC-Campinas está investigando
isso. A estagiária Maria Carolina Chiavelli adianta que algumas espécies
se adaptaram às novas condições de vida na represa. Mas ainda
não existe uma conclusão sobre outras espécies, pois desconhece
estudos anteriores ao represamento. Os remanescentes fizeram a festa dos visitantes
da Cientec, exibidos em aquários gigantes. Plantas
medicinais O
poder das plantas medicinais e o processo farmacológico obtido a partir
delas são apresentados aos visitantes pelos monitores do Centro Pluridisciplinar
de Pesquisas Químicas e Biológicas (CPQBA) da Unicamp, dentro da
área de medicina alternativa Mudas
e sementes A
Coordenadoria de Assitência Técnica Integral (Cati) montou nas arquibancadas
do Ginásio da Unicamp uma exposição de mudas frutíferas
e florestais nativas, cuja origem vem sendo estudada pelo Laboratório de
Análise de Sementes. As mudas também eram vendidas. Em um estande,
mostrava aos visitantes uma grande variedade de sementes que fazem brotar a agricultura
brasileira. |
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