HF 697 - História da Filosofia Moderna I (Turma D)
2º Semestre de 2012
Prof. Silvio Seno Chibeni
Departamento de Filosofia - Unicamp
Lista de exercícios # 2
(Distribuída em 16/11/2012. Respostas entregues impressas até dia 29/11/2012.)
Observações:
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Esta lista cobre o tópico III do
programa do curso (conhecimento inferencial de questões de fato).
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É parte da avaliação,
devendo ser respondida individualmente e entregue ao professor em versão impressa no mais tardar
na aula do dia 29 de novembro. Não
serão aceitas depois dessa data, ou em formato eletrônico.
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Responda de forma objetiva e restringindo-se ao que Hume diz. Seja sucinto, mas não esquemático. Cuide para
que cada sentença faça sentido completo e seja compreensível por uma pessoa que
não conheça o assunto. Indique o número da questão e os sub-itens que está respondendo. Não responda em
bloco.
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Em cada resposta, dê a referência dos
parágrafos dos textos Hume em que ele trata do ponto em questão, seguindo a convenção padrão internacional (adotada
no curso).
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Na maioria das questões é importante
atentar na distinção de abordagem que existe entre os dois textos, Tratado
e Investigação. Deixe as eventuais diferenças claras em suas respostas.
Questões:
1. Quais são, segundo a análise de Hume na parte 3 do livro 1 do Tratado, as “partes componentes de nossos raciocínios sobre causas e efeitos”? Explique brevemente.
2. Qual a tese principal sobre a primeira dessas partes, proposta em T 1.3.4?
3. a) Que caracterização de crença que é dada em T 1.3.5.7? b) A que tipo de coisa as crenças aqui definidas se aplicam (ou seja, quais os objetos dessas crenças)? c) O que tem isso a ver com o assunto da questão precedente?
4. a) Qual a tese principal sobre o conhecimento de causas e efeitos proposta em T 1.3.6.1? b) Que argumento é ali apresentado para essa tese? c) Como essa mesma tese é defendida na parte 1 da seção 4 da Investigação? (Saliente, sobretudo, os pontos novos, que não aparecem no Tratado.)
5. Dada essa tese, concluímos que o conhecimento de causas e efeitos tem fundamento empírico. Tal conhecimento empírico inclui, ou não, a conexão necessária entre causas e efeitos, cuja ideia Hume havia proposto como o elemento mais importante na formação da ideia de causação (T 1.3.2.11)? Justifique.
6. Deixando mais uma vez de lado esse assunto da ideia de causa e efeito, Hume passa a investigar detalhadamente as inferências causais. Agora quer determinar se a experiência de conjunção constante, que nos ensina que dois objetos ou eventos são causa e efeito um do outro, é suficiente para fundamentar racionalmente as inferências causais (ou seja, da impressão de um desses objetos ou eventos inferir que o outro também existe, existiu ou existirá). Hume se propõe inicialmente a mostrar que o “entendimento” não pode fundamentar as essas inferências. Para tanto, arma um dilema, que mostrará ser bloqueado. Qual é esse dilema?
7. Como Hume argumenta que o primeiro ramo do dilema está bloqueado? (Ou seja, como argumenta que não é possível demonstrar causas de efeitos ou vice-versa, nem mesmo quando temos a experiência de sua conjunção constante.)
8. Como Hume argumenta que o segundo ramo do dilema também está bloqueado? (Ou seja, como argumenta que não há argumento experimental para as inferências causais?)
9. Ficando assim estabelecido que o entendimento não é capaz de fundamentar as inferências causais, a única opção é que fiquem a cargo de outra faculdade da mente. a) Qual é ela? b) O que, segundo a análise de Hume no Tratado, os princípios de associação de ideia (T 1.1.4) têm a ver com isso?
10. Como essa explicação das inferências causais é detalhada na primeira parte de E 5? (Destaque, em particular, a função do hábito ou costume.)
11. Qual o parágrafo de T 1.3.6 em que Hume inícia de análise das crenças causais? O que ali ele propõe acerca delas?
12. Ao explorar mais esse assunto na parte 2 de E 5, Hume critica a sugestão de que a crença deve ser entendida como uma ideia especial que se anexa à ideia daquilo em que se crê. Qual o argumento de Hume contra essa sugestão?
13. A partir disso, propõe que a crença causal resulta da maneira pela qual uma certa ideia é apresentada à mente. Que “maneira” é essa?
14. Em vista do proposto na questão precedente, como Hume complementa, em T 1.3.7.5, a caracterização de uma crença causal, relativamente ao exposto na questão 3?
15. Em T 1.3.8 Hume detalha mais sua explicação do mecanismo de formação das crenças causais. No segundo parágrafo apresenta uma “máxima” geral da ciência da natureza humana. a) Qual é essa máxima? b) Hume se propõe a estabelecê-la, nos parágrafos seguintes da seção, por dois métodos bastante distintos. Quais são eles? (Explique-os em termos gerais, e indique por que Hume acha um deles mais confiável do que o outro.)
16. Em T 1.3.9.3 o próprio Hume levanta uma possível objeção à proposta de explicação das crenças causais feita na seção 8 (e que envolve a máxima de que trata a questão precedente). Em termos simples, qual é a objeção? Como, em linhas gerais, Hume responde a ela?
17. Como Hume acomoda, em sua teoria das inferências causais, o fato de que muitas vezes extraímos conclusões causais com base em apenas um experimento (T 1.3.8.14)?
18. Na seção 10 dessa mesma parte 3, Hume propõe uma ligação entre crenças e paixões. Do que se trata? (Ao explicar, dê dois exemplos da ligação.)
19. Nas seções sobre probabilidades (T 1.3.11-13 e E 6) Hume usa o termo ‘probabilidade’ numa acepção diferente daquela inicialmente atribuída ao termo, no início de T 1.3. a) Explique brevemente as duas acepções. b) Em qual das duas se pode dizer que as conclusões de inferências causais a partir de experiências de completa regularidade e de uma impressão forte não são (meramente) prováveis? Qual, então, seria seu estatuto epistemológico?
20. Sintetizando em poucas linhas as seções sobre a ideia de conexão necessária, qual, segundo Hume, a origem dessa ideia?