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Bem-vindo
ao Sótão!
(o depósito
de minhas composições musicais)
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José Oscar de Almeida Marques
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Caixas empoeiradas e teias
de aranha, pilhas de cadernos e folhas soltas de papel de música.
Ocasionalmente, um roedor. Toda minha música, antiga ou recente,
vai por fim acabar no sótão, um lugar adequado para essas
pobres tentativas de composição dormirem esquecidas; exceto
pelo fato de que, com MIDI e a Internet, o sótão está
agora aberto à visitação pública. Assim, obrigado
pela visita, fique à vontade, e mexa em tudo.
As composições
estão listadas começando pelas mais recentes. Dentre as mais
antigas, algumas são agradáveis, especialmente as que foram
recentemente revisadas. A maioria, porém, só têm valor
sentimental, e estão aqui apenas porque em alguma época de
minha vida eu me dei ao trabalho de escrevê-las.
O CD Álbum
1997-1999 contém uma seleção das composições
desta página (indicadas com um asterisco).
Mesto per archi
sopra il accordo del Tristano (set/1999)
*
Esta composição
tem para mim um significado especial, pois foi minha primeira peça
(e até agora a única...) que teve uma audição
pública, tendo sido executada pela Orquestra da UNICAMP sob direção
do Maestro Carlos Fiorini em 13 de novembro de 2000, no Auditório
do Instituto de Artes da UNICAMP.
O título significa
uma peça "triste, para cordas, sobre o acorde do Tristão",
e a referência, é claro, é ao famoso acorde que abre
o Prelúdio da ópera Tristan und Isolde, de Wagner.
O
resultado é uma composição talvez um pouco longa (7'22")
mas acredito que seja capaz de sustentar o interesse. Está escrita
em dó maior, mas é toda ela muito cromática, e o "acorde
do Tristão" e sua resolução ouvem-se por toda parte,
criando uma atmosfera wagneriana peculiar sem citar literalmente nenhum
material melódico do Prelúdio. Triste, melancólico,
esse foi o efeito que pretendi obter, assim, apague as luzes e entre no
clima...
Ouça também
esta gravação em formato Real Audio 3.0:
Veja a partitura em formato
PDF: Partitura
Xote
(jun/1999) *
Esta é mais uma tentativa
de escrever algo no estilo da música folclórica nordestina
(veja os dois
Baiõesabaixo). Uma peça
curta mas muito viva e com um ritmo marcante, para sanfona, rabeca e flauta,
sem percussão. A forma é um simples A-B-C-A-B, mas com bruscas
mudanças de tonalidade entre seções: si bemol maior
- lá maior - fá menor - si bemol maior - lá maior.
Variações
sobre um Tema Original (abr/1999)
*
Muito tempo se passou desde
minha primeira tentativa na forma de Tema e Variações (veja
abaixo)
e agora eu volto ao gênero com uma peça mais elaborada, escrita
para trio de sopros e seção de cordas. Desta vez eu trabalhei
sobre um tema original, mas não estou seguro de que tenha sido um
tema adequado, melodicamente, ao papel. Seja como for, tentei tornar as
variações interessante por meio de mudanças rítmicas
e instrumentais.
Passacaglia
em si bemol maior (dez/1998)
*
Não se assuste com
esse título solene: esta é apenas uma pecinha musical cuja
simplicidade é o maior encanto, escrita para quarteto de sopros,
órgão e contrabaixo. Não obstante a simplicidade,
trata-se de uma autêntica passacaglia, iniciada com a exposição
da melodia recorrente no baixo, a cargo do fagote. Sobre essa base, as
três vozes superiores (trompa, oboé e flauta) entoam sucessivamente
suas melodias. Segue-se uma curta seção intermediária,
no tom de si bemol menor, construída sobre uma variação
da melodia do baixo. Na última seção retorna-se à
tonalidade maior e as quatro melodias são parcialmente combinadas
de vários modos, até aparecerem todas juntas ao final
(veja a partitura aqui).
Valsa
de Esquina (nov/1998)
*
Esta pequena peça
para piano resultou da tentativa de escrever algo que fosse bem fácil
mas ao mesmo tempo agradável de ouvir e tocar. Embora eu mesmo não
seja capaz de tocá-la, penso que está dentro das habilidades
de um principiante. Trata-se de fato apenas de uma melodia na mão
direita acompanhada pela mão esquerda, e todo o interesse musical
que possa ter provém do movimento harmônico e da hesitação
tonal entre dó maior e ré maior (de fato a peça começa
em dó maior e termina em ré maior).
Ouça também
a mesma música neste arranjo para saxofone
tenor e violão *
Veja aqui a partitura
em formato PDF.
Intermezzo
para cordas e harpa (abr/1998)
*
Fiquei muito orgulhoso ao
compor esta peça, por ter conseguido pela primeira vez explorar
de forma mais ambiciosa a modulação em minha escritura harmônica.
Em termos de melodia, harmonia e orquestração, não
posso deixar de considerá-la uma de minhas composições
mais bem sucedidas. Para os que se interessam por aspectos técnicos,
a estrutura harmônica da peça está descrita aqui.
Ouça também
esta gravação em formato Real Audio 3.0:
A qualidade de som deste
arquivo Real Audio é baixa, mas exatamente por isso sua audição
constitui uma experiência interessante porque o som algo artificial
dos instrumentos MIDI fica disfarçado e a música soa como
uma "autêntica" velha gravação dos anos quarenta...
Canzona
(abr/1998) *
Esta movimentada peça
para metais e órgão foi escrita como uma homenagem ao compositor
veneziano Giovanni Gabrieli (1555-1612), embora eu não tenha explorado
aqui os efeitos antifônicos tão característicos da
música composta em sua época para a Catedral de São
Marcos. Note-se que uma real Canzona teria mais seções que
o simples A-B-A aqui apresentado. Além disso, empreguei harmonia
moderna em vez dos antigos modos eclesiásticos.
Andante
em dó menor (fev/1998)
*
"An die Melodie"(fev/1998)
*
Estas são duas composições
de que gosto bastante. Ambas foram escritas a partir de seqüências
de acordes previamente definidas, e foi para mim uma surpresa que melodias
tão orgânicas e consistentes pudessem ser construídas
desse modo. As duas peças são estruturalmente bastante simples,
e meu objetivo resumiu-se a apresentar uma bela melodia sobre um
fundo harmônico suficientemente variado. O Andante é uma peça
triste e meditativa, com uma longa melodia para flauta que alcança,
eu penso, um genuíno pathos expressivo."An die Melodie" dá
um lugar proeminente ao oboé e não poderia ser mais contrastante
com a primeira, em sua exuberância e seu final bombástico.
Minueto
em sol menor (set/1997) *
Uma composição
muito simples, mas que tem para mim um significado especial pois foi com
ela que retomei as atividades de composição após uma
pausa de quase dez anos. Ela não soa, de fato, como um minueto,
e sua instrumentação pode causar estranheza, mas pelo menos
está em 3/4... Sua base é a seguinte progressão harmônica:
i V iv6
i III+ i6 i V64 III+ i VI6
bII6 ii-6 i64 V7 i
(onde + = aumentado,
- = diminuto, 6 = 1ª inversão e 64 = 2ª inversão)
Note que, com exceção
da sétima de dominante na cadência final, todas os acordes
são simples tríades, e não há nenhuma modulação.
O tempero harmônico fica por conta dos acordes aumentados ocasionais,
da sexta napolitana no início da segunda parte.
Veja também esta versão
para piano a 4 mãos, transposta para dó menor (partitura).
Exercícios no Modo
M2 (1981-1982)
Por M2 refiro-me ao segundo
"modo de transposições limitadas" de Messiaen, que consiste
em uma escala de oito graus construída segundo a regra tom, semitom,
tom, semitom, etc.; também conhecida como "escala octatônica".
Nestes exercícios eu exploro a harmonização de melodias
neste modo empregando de uma forma incomum os acordes maiores e menores,
com um efeito peculiar.
Exercício
n. 1
Este exercício consiste
em uma sucessão simples de acordes em três partes, dividida
em quatro pequenas frases
(a), (b), (c) e (d).
Exercício
n. 2a (Am
- cm - F #- Am - Ebm)
Exercício
n. 2b
(C - Eb - F#m - C - F #)
Exercício
n. 2c
(F #- A - Cm - Cm - Eb)
Exercício
n. 2d
(Eb - C - F#m - Ebm - Am)
Nestes exercícios
os esquemas harmônicos de cada uma das frases (a), (b), (c), (d)
do Exercício n.1 servem de acompanhamento de para uma dança
vivaz, à maneira de um tropo.
Exercício
n. 3a
Exercício
n. 3b
Uma frase de cinco compassos
construída sobre uma linha melódica de baixo derivada de
Exercício 1 é apresentada em sua formas original, retrógradada,
invertida e retrógrada-invertida. Os exercícios 3a e 3b são
duas diferentes realizações musicais do resultado.
Exercício
n. 4
Este exercício é
apenas uma elaboração rítmica do Exercício
n.1.
Em M2
(1998
) *
Em setembro de 1998 eu voltei
a estes velhos esboços e retrabalhei o material dos Estudos 2a -
2d, incluindo suas inversões, combinando-os em uma nova composição.
Esta peça também
está disponível em formato Real Audio 3.0
Aria
e Moteto (1978, 1980, revisão
1997) *
Uma peça simples
e melodiosa, em estilo "renascentista". Ela começa com uma ária
para um conjunto de flautas-doces e cravo. Em seguida inicia-se o moteto
propriamente dito, com tenor e double em contraponto. Na
terceira parte a ária junta-se às duas vozes anteriores e
se revela como o triplum do moteto.
Baião
n. 1 (1977, 1978, revisão
outubro de 1998) *
Baião n.
2 (1980, revisão outubro de 1998) *
Embora eu seja fundamentalmente
um tipo "clássico", tenho uma queda especial para a música
folclórica do Nordeste, e estes baiões foram minhas
tentativas de compor algo nesse estilo, empregando ritmos característicos
e escalas modais. Só que não sou um grande conhecedor do
assunto, e por isso nem sei com certeza se o nome "baião" é
de fato apropriado para estas duas peças - assim eu os apresento
apenas como criações estilizadas que refletem meu (limitado)
contato com este tipo de música (clichês são abundantes,
mas não uso nenhum material existente: todos os temas melódicos
são originais).
O primeiro baião tem
uma forma simples A1-B-A2 , mas contém muitos procedimentos composicionais
normalmente não encontrados em música popular, como o tratamento
em cânone dos temas nas partes A1 e B, e, especialmente, a combinação
contrapontística dos dois temas anteriores na parte A2. Ele está
escrito para violão, sanfona, conjunto de flautas, triângulo
e bumbo.
O segundo baião é
mais simples e mais curto que o primeiro, e é inteiramente construído
sobre um ostinato incessante na voz inferior, tocada pelo violão.
Ele também apresenta uma combinação em contraponto
dos dois temas principais no final. Os instrumentos são violão,
viola, conjunto de flautas, triângulo e bumbo.
Quatro estudos sobre danças
de Claude Gervaise (século XVI)
Valsinha
de 16 compassos (1978) *
Uma minúscula valsa
para piano, tão fácil que até eu mesmo consigo tocar!
Dois Contrapontos (1977)
n.1,
em duas vozes
n.2,
em três vozes
Peças muito simples
e curtas, que apenas se movem de sol menor para ré maiorl. A melodia
superior e o baixo são os mesmos em ambas; só há o
acréscimo da voz intermediária.
Minueto
em mi menor (1977)
Um clássico Minueto
e Trio - nada mais que um exercício acadêmico, mas eu gosto
dele.
Cânon
em dó menor (1977)
Um peça bem vívida
para duas flautas em cânon ao uníssono estrito.
Pequena
marcha (1977)
Ela poderia ficar melhor
se eu a expandisse e acrescentasse um pouco de percussão, mas acho
que vai ficar como está...
Intrata
(1976)
Uma peça simples
a três vozes para instrumentos de sopro. Seria ótimo acrescentar
trompetes e tímpanos, mas também vai ficar como está...
"
Jesu, meine Freude " (1974,
revisão 1983)
Da época de meus
estudos de harmonia - minha harmonização do famoso hino de
Joh. Franck, 1655.
Tiptoeing
(Andando nas pontas dos pés) (1974)
Uma peça serial estrita,
baseado na série (não-dodecafônica) lá, ré,
dó, fá, sol, sib, ré, mi, fá#, lá,
ré, fá, sol, lá
Passa,
passa, gavião (1974,
revisão 1999) *
Originalmente minha elaboraçào
desta cantiga de roda foi simplesmente a adição de uma voz
que sobe e desce uma oitava em passos de semitons e se funde de forma interessante
com a melodia. Posteriormente acrescentei uma linha sincopada de baixo
e por fim montei o presente arranjo, com uma distribuição
estereofônica do movimento de sobe-e-desce em semitons.
Aequal
para 3 trombones (1974)
Uma peça muito simples,
a voz intermediária toca um dó o tempo todo. Feita originalmente
para flautas-doces, faz muito mais sentido com trombones.
Momento,
para flautas e harpa (1973)
Minha primeira tentativa
de fazer música de tipo "atmosférico", não muito bem
sucedida...
Coral
e Fugato a quatro vozes (1973)
O coral é um estudo
sobre os corais da História do Soldado, de Stravinsky. A
fuga tem um sujeito sincopado e foi concebida separadamente, mas acho que
se ajusta bem ao coral precedente
Trois danses modales (et ses inversions)(1973)
I: Lent II: Vif et animé
III: Gaillarde
Pequeno
Prelúdio e Fuga (1972)
Escrito em uma única
sentada, em 15 minutos; bastante simples e fácil; originalmente
para três flautas-doces.
Trio
para flauta-doce, flauta e continuo (1972)
Em três movimentos:
rápido, lento, rápido.
Invenção
a duas vozes dodecafônica (1972)
Minha primeira (e única)
composição dodecafônica, mas não saiu de todo
má.
A série é:
ré ré# si sol# lá sib mi dó dó# fá#
sol fá. Só sua forma original é empregada.
Seis Duetos fáceis
para flautas-doces (1971)
Trio
para flautas-doces em sol maior (1971)
Outra peça fácil
para principiantes.
Fuga
a duas vozes em lá menor (1971)
Minha primeira fuga, solene
e acadêmica, com um tema cromático.
Variações
sobre um tema de Nino Rota (1970,
revisão 1997)
O tema vem da trilha sonora
do filme Romeu e Julieta, de Franco Zefirelli (era um filme novo na época...).
A peça está escrita para dois instrumentos de sopro e consiste
da conhecida melodia seguida por quatro variações simples.
A revisão posterior melhorou muito a parte do baixo.
Sonata
a dois em lá menor (1970)
Alegro - Adágio -
Menuetto
Invenção
a duas vozes n. 1 (1969)
Na verdade, pouco
mais que uma cópia da primeira invenção a duas vozes
de J. S. Bach.
Invenção
a duas vozes n. 2 (1970)
Menos derivativa, mas com
certeza muito repetitiva...
Seis Imitações
a duas vozes (1968)
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