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Teses, livros e artigos
O trabalho que se segue contou com a colaboração e o trabalho das seguintes pessoas:
Letras (diurno): Antonio Salotti Neto RA: 031318;
Eliane Maria Diniz Campos RA: 032395;
Lígia Rodrigues Balista RA: 024340;
Melina Maria Mell RA: 034835
Paula Baracat De Grande RA: 035141;
Letras (noturno):Alexsandra Raimunda Pimentel RA: 030921;
Marcela Rodrigues da Silva RA: 034377;
Júlia Câmara Maretto RA:033621;
José Luiz Araújo Dorea Junior RA: 033592;
Fernando César Tofoli Queiroz RA: 840374;
Alertamos que as teses, artigos e livros que não constam abaixo foram impedidos de serem pesquisados por dois motivos: ou por não constarem em bibliotecas dentro da Unicamp ou (em relação às pessoas que entregaram antes) pela ocorrência da greve nesta universidade .
ARTIGOS EM PERIÓDICOS
[início]
ABREU, M. I. “Suggestion for the preparation of materials to teach portuguese” in: Hispania, vol. 47, nº 3, 1964, pp. 685-689.
Resumo:A proposta do artigo é discutir alguns pontos concernentes à preparação de materiais para ensinar português como língua estrangeira (LE) a iniciantes, falantes de língua inglesa. A autora, ao afirmar que o interesse em aprender português tem crescido nos Estados Unidos da América, constata que não há materiais escritos ou em áudio suficientes para ensinar português como segunda língua nos EUA. Além disso, segundo Abreu, o pouco material que há é baseado em métodos inadequados e não científicos.
Abreu parte do pressuposto de que aprender uma LE não consiste em aprender sobre a língua, mas desenvolver uma nova gama de hábitos de fala. Aprender uma língua estrangeira significa adquirir domínio do seu sistema fonético e de seus padrões estruturais básicos. Para exemplificar como ensinar essas estruturas, a autora traz exemplos de exercícios de repetição de estruturas mudando o conteúdo. Abreu justifica que, por esses exercícios, em que os alunos aprendem os moldes, as estruturas, com algumas substituições, o estudante estará livre para usar a estrutura com qualquer conteúdo.
Para Abreu, o mais importante é pensar que o aluno que irá aprender uma LE tem a bagagem de sua língua materna. Por isso, a organização de qualquer material para ensinar uma LE deve ser baseada numa análise cuidadosa da língua a ser ensinada comparada com a língua materna do aluno. A partir dessas considerações, a autora traz exemplos das possíveis dificuldades que um falante de inglês teria em aprender português, o que indicaria as bases para se preparar um bom material didático. Finaliza-se o artigo com sugestões do que não pode faltar na organização de lições de português como LE para norte-americanos.
AZEVEDO, M. M. “Identifying Spanish interference in the speech of learners of Portuguese” in: The modern language journal, vol. 62, nº 1/2, 1978, pp. 18-23.
Número da Revista não foi encontrado.
BALEEIRO, M. A.; EL-DASH, L. G.; LOMBELLO, L. C. “Subsídios para a elaboração de material didático para falantes de espanhol” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, vol. 1, 1983, pp. 117-128.
(Tem na biblioteca do IEL, que está fechada durante a greve)
CALÇADA, G. F. “Freqüência de formas verbais e o ensino do português segunda língua” in: Cadernos do Centro de Línguas São Paulo, nº 2, 1998, pp.107-119.
Biblioteca fechada!
CÉLIA, M. H. C.; GHERING, S.; FALCÃO, V. L. S. B. “Português para estrangeiros: relato de uma experiência” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, vol. 14, 1989, pp. 233-258.
Resumo: Este artigo se baseia numa experiência de ensino de português para estrangeiros na UFRGS. A iniciativa se fez necessária não só pelo contingente de estrangeiros que buscavam esse serviço na universidade, mas principalmente pela relevância acadêmica da experiência, uma vez que se considerou essencial que um centro de línguas mantivesse atividade contínua de pesquisa. Assim, a população alvo deste curso constitui-se de falantes de língua estrangeira vivendo no Brasil, com idade mínima de 15 anos. Enfocou-se o desenvolvimento das habilidades linguísticas de ler, ouvir, falar e escrever, com ênfase em aspectos comunicativos.
Diante disso, este artigo visa primeiramente considerar os pressupostos teóricos que embasam os procedimentos adotados. A seguir, fundamenta-se o planejamento do curso e relatam-se as experiências com a elaboração do plano, seleção dos candidatos, preparação e avaliação de materiais instrucionais e prática docente. Iniciativas para atividades futuras são apontadas na conclusão.
CHACON, L. “Reflexões sobre o ensino/aprendizagem do português do Brasil para estudantes universitários estrangeiros” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, vol. 22, 1993, pp. 55-61.
COWLES, M.A.; OLIVEIRA, S.M.; WIEDEMANN, L. “Portuguese as second language: in the United States, in Brazil and in Europe” in: Hispania, vol. 89, 2006. pp- 123-132.
Resumo:O artigo reúne 8 tópicos que falam sobre os exames de proficiência do Português nos Estados Unidos, no Brasil e na Europa. A pesquisa mostra que esses exames variam consideravelmente e propõe futuros estudos para estabilizar a equivalência entre os três formatos para facilitar a pesquisa global no campo da aquisição e avaliação do Português como segunda língua.
FERNÁNDEZ, O. “The teaching of Spanish and Portuguese at the U. S. Naval Academy” in: The modern language journal, vol. 38, nº8, 1954, pp. 394-399.
FONSECA, H.D.C. “Aquisição da Concordância Negativa (CN) do Português Brasileiro (PB) como Segunda Língua (L2)” in: Sínteses, vol. 5, 2000. pp.169-181.
________________. “Aquisição da Sintaxe da Negação no Português como Segunda Língua (L2)” in: Sínteses, vol. 10, 2005. pp.199-215.
FONTÃO DO PATROCÍNIO, E. M. “Os bastidores do processo de ensino/aprendizagem: uma análise da abordagem de ensino em sala de aula de LE” in: Letras, Campinas, vol.10 , nº 1/2, 1991, pp. 153-164.
FONTÃO DO PATROCÍNIO, E. M.; RODEA, M. C. “Planejamento de curso de português para falantes de espanhol: uma proposta de bases alternativas em contexto de imersão” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, vol. 16, 1990, pp. 55-62.
Resumo:O trabalho aborda a questão do planejamento de cursos de Português para falantes de espanhol. Nesse contexto, o artigo busca (1) descrever uma situação representativa de ensino de Português em situação de imersão, (2) oferecer uma crítica aos dados obtidos e (3) propor uma (re)organização da concepção dos cursos de Português para hispano-falantes em ambientes de imersão. O texto apresenta a noção de que o roteiro mínimo necessário para a elaboração de um planejamento pressupõe a familiarização com a situação alvo (visitas, observação das aulas, conversas com professores e alunos), e levantamento de dados específicos (clientela – alunos- professores, objetivos do curso, materiais existentes, etc.).
FURTOSO, V. B; GIMENEZ, T. N. “Ensino e pesquisa em português para estrangeiros – Programa de Ensino e Pesquisa em Português para falantes de outras línguas (PEPPFOL)” in: Delta, vol. 16, nº2, 2000, pp. 443-447.
( Resenha feita por Viviane Furtoso e Telma Gimenez, da Universidade Estadual de Londrina, sobre o livro CUNHA, M. J. & SANTOS, P. (orgs.) Ensino e Pesquisa em Português para Estrangeiros – Programa de Ensino e Pesquisa em Português para Falantes de Outras Línguas (PEPPFOL). Brasília: Edunb, 1999, 122 p. )
Resumo:Segundo as autoras o livro “tem por objetivo divulgar trabalhos desenvolvidos em universidades brasileiras com ensino e pesquisa da Língua Portuguesa como língua estrangeira”, através de relatos de experiências que ajudam a mapear o ensino de PE no Brasil.
São apresentadas experiências das universidades de Brasília (UnB), Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bahia (UFBA). A discussão sobre o ensino de Português para grupos específicos, como falantes de espanhol e estudantes norte-americanos, também é abordada. Discute-se ainda a questão dos Intercâmbios lingüístico-culturais, dos cursos de conversação e dos direitos lingüísticos de aprendizes de português como língua estrangeira. Por fim, o livro trata do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE-Bras).
Para as autoras da resenha, o livro nos permite vislumbrar alguns direcionamentos futuros, colaborando, dessa maneira, para o fortalecimento da área que se ocupa de estudos sobre a língua portuguesa para falantes de outras línguas.
OBS: Este periódico permite o acesso eletrônico deste artigo, através do link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502000000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
GONÇALVES, J.C. “Topic managament in teacher-student interaction in Portuguese as a foreign language learning contexts” in: Dermeval da Hora, Eliane Ferraz Alves, Maria Elizabeth Affonso Christiano e Lucienne Espíndola. Língua(s) e Povos: Unidade e Diversidade. 2006. pp. 133-142.
Biblioteca fechada!
GRANNIER, Danielle Marcele.”Uma proposta heterodoxa para o ensino de português a falantes de espanhol”
Resumo:Reconhecendo como da maior relevância os desenvolvimentos da Lingüística Aplicada para o ensino de línguas (L2) que consolidaram, no século XX, a "primazia do oral", a autora deste artigo enfatiza como necessário, em circunstâncias especiais, contemplar uma "primazia da produção escrita". Apoiando-se (1) na posição especial da língua espanhola no contínuo de distâncias entre as línguas dos aprendizes e o português e (2) no questionamento da oposição metodologia de ensino de L1 – metodologia de ensino de L2 para propor uma ABORDAGEM HETERODOXA. para o ensino de línguas próximas.
Nessa abordagem (1) integram-se as vantagens de compartilhar uma grande quantidade de semelhanças entre a L1 do aprendiz e a língua-alvo e focalizam-se sistemática e continuamente os pontos críticos na aquisição dessa língua e (2) utiliza-se um material didático elaborado especialmente para o ensino de português a falantes de espanhol e criado com foco nas questões lingüísticas e interculturais específicas relevantes dessa situação.
Contudo, este método para o ensino de PFE distingue duas fases: uma fase preparatória (fase I) com um "período de (relativo) silêncio" no qual se procura (1) uma exposição à língua falada com atenção maior para a percepção auditiva e a compreensão oral, (2) a prática da relação grafia/pronúncia, (3) a primazia do escrito na produção do aprendiz e (4) o foco na forma. Após a instrumentalização e a conscientização do que é aprender uma língua próxima, adquiridas na fase I, passa-se para o desenvolvimento progressivo da fluência oral em português, na fase II. Tanto na fase I como na II, a abordagem heterodoxa, propõe uma conscientização contínua das semelhanças e das diferenças entre o português e o espanhol, através do foco-na-forma, a partir do uso da língua em contexto significativo.
A autora não trata de recomendar o combate à interferência nem de estimular no aprendiz uma conscientização do erro, de conseqüências psicológicas negativas que levam ao abandono dos cursos e à construção da crença na própria "incompetência para língua". O que propõe é o trabalho com a língua, com realce das características da língua-alvo.
HORTON, J. F. “Teaching Brazilian Portuguese” in: Hispania, vol. 61, nº 2, 1978, pp. 303-304.
Número não encontrado na biblioteca!
JORDAN, I. J. “Portuguese for Spanish speakers: a case for constrative analysis” in: Hispania, vol.74, nº 3, 1991, pp. 788-792.
KLEIN, R. B. “The American Association of Teachers of Spanish and Portuguese: The First 75 Years” in: Hispania, vol. 75, nº 4, The Quincentennial of the Columbian Era, 1992, pp. 1036-1079.
KOZOW, L. “Las estrategias pragmático-discursivas de aprendices de E/LE en textos narrativos” in: in: Dermeval da Hora, Eliane Ferraz Alves, Maria Elizabeth Affonso Christiano e Lucienne Espíndola. Língua(s) e Povos: Unidade e Diversidade. 2006. pp. 157-164.
LOMBELLO, L. C. “Pressupostos para a elaboração de um exame de proficiência em português para estrangeiros” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, vol. 21, 1993 , pp. 31-36.
________________. “Articuladores e Elementos de Relação na Aquisição de Português Por um Falante de Espanhol” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, vol. 2, 1983. pp.89.
LOSIEWICZ, B. L. “On the "State of the Art" among teachers of Spanish and Portuguese” in: Hispania, vol. 68, nº 4, 1985, pp. 808-809.
Insignificante, é uma carta do editor da revista aos leitores sobre uma nova seção! Deve ser retirada da lista.
LOUZADA, N. C. M. ”Moçambique: o português como segunda língua no sistema nacional de educação” in: Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, vol. 10, 1987, pp. 87-98.
Resumo:O trabalho visa focalizar determinados aspectos relativos à problemática da Língua Portuguesa em Moçambique. O estudo contextualiza a história de Moçambique e seu vínculo com o ensino do Português como o idioma do colonizador. Com a independência do país, em 1975, as autoridades moçambicanas voltaram-se para a tarefa de reavaliar o ensino do Português tendo em vista, especialmente, o choque lingüístico que as crianças moçambicanas sofriam nos primeiros anos de escola, quase todas elas falante de línguas da família bantu. O trabalho destaca a preocupação estatal de que o Português ocupasse o lugar ao lado das diversas línguas maternas e não em substituição a elas. O autor pondera, ainda, que à época a língua portuguesa era prevista como o idioma protocolar, oficial do Estado e língua que seria usada na administração pública.
LURIA, M. A. “Proposed solutions of some difficulties in the teaching of Portuguese” in: Hispania, vol. 28, nº2, 1945, pp. 184-186.
Não tem esse volume no IEL.
MELO, C. L. A. “How to develop a video module for teaching portuguese” in: Hispania, vol. 71, nº3, 1988, pp. 718-722.
Biblioteca fechada!
_____________. “The teaching of pronunciation: a hands on approach” in: Hispania, vol. 72, nº3, 1989, pp. 749-754.
Resumo:Segundo a autora, o ensino de pronunciação foi gradualmente deslocado do foco para dar lugar à forma, à função e ao significado da palavra. Para ela, a pronúncia não é sinônimo de repetição de “drills” mas deve se tornar uma parte integral de uma orientação comunicativa para o currículo de ensino de língua estrangeira dos dias de hoje. A proposta deste artigo, portanto, é reexaminar a contribuição da abordagem audiolingual e como o “Silent Way” tem feito para o aprendizado da pronunciação do português brasileiro. O artigo possui somente duas páginas e ao final há uma sistematização da pronúncia das vogais do PB.
MELO, M. B. “O ensino-aprendizagem de português como LE: aspectos morfossintaáticos” in: in: Dermeval da Hora, Eliane Ferraz Alves, Maria Elizabeth Affonso Christiano e Lucienne Espíndola. Língua(s) e Povos: Unidade e Diversidade. 2006. pp. 206-209.
MIYAKI, N. A. M. “Humor e ironia no material didático para o ensino do português-língua estrangeira” in: Cadernos do Centro de Línguas São Paulo, nº 1 , 1997, pp. 39-68.
OLIVEIRA, I. “Aquisição do Português Brasileiro como Língua estrangeira: O Movimento do Verbo” in: Sínteses, vol. 5, 2000. pp.321-340.
Resumo: O artigo refere-se à análise do resultado alcançado por um adulto estrangeiro, cuja língua materna (L1) é o holandês, quando da aquisição/aprendizagem do português brasileiro (PB). O objetivo é observar se é o language acquisition device (LAD) chomskyano ou o problem-solving cognitive system (PSC) proposto por Felix que entra em operação, ou se existe uma co-atuação desses dois sistemas. As diferentes posições dos advérbios aspectuais, do advérbio modalizador talvez e do advérbio também, considerado como indicador de inclusão são utilizadas como evidência empírica em favor da postulação de que o tipo de movimento do verbo apresentado nos enunciados do sujeito desta pesquisa é V para 1 (conforme PB) e não V para C (próprio holandês).
Os problemas eventualmente apresentados relacionados à falta de flexão nominal ou verbal são, então, justificados pela não-aprendizagem de determinados itens lexicais funcionais. Assim, os dados indicam que um indivíduo adulto, mesmo após a “idade crítica” para aquisição da linguagem, tem acesso aos princípios da gramática universal (GU), caracterizando uma real aquisição da segunda língua (L2), mas que este processo não exclui a aprendizagem de determinados aspectos da L2.
PARKS, R. L.; NEDDY, V. “The use of the cantigas de amigo for a history of Portuguese language course” in: Hispania, vol. 75, nº5, 1992, pp. 1332-1342.
REINALDO, M. A. G. de M. “Abordagem gramatical em manuais didáticos de português e de espanhol” in: in: Dermeval da Hora, Eliane Ferraz Alves, Maria Elizabeth Affonso Christiano e Lucienne Espíndola. Língua(s) e Povos: Unidade e Diversidade. 2006. pp. 176-180.
ROTTAVA, L. “A Leitura e a Escrita como Processos Inter-relacionados de Construção de Sentidos em Contexto de Ensino/Aprendizagem de Português como L2 para Hispano-Falantes” in: Sínteses, 2002. pp.353-363.
STEWART, C. T. “Portuguese courses in the colleges and universities of the United States, 1943-44” in: Hispania, vol.27, nº3, 1944, pp. 351-355.
Número do Periódico não foi encontrado (também, é de 1944…)
TARQUINIO, L. T. L. “The interference of Spanish in beginning Portuguese classes” in: Hispania, vol.60, nº1, 1977, pp. 82-87.
(Tem na biblioteca do IEL, que está fechada durante a greve)
VIEIRA, N. H. “The bilingual classroom: a clinic for foreign language teaching” in: Hispania, vol. 54, nº4, 1971, pp. 902-907.
Biblioteca fechada!
WHERRITT, I. “A new schema for teaching the subjunctive in Brazilian Portuguese: From I-V with a single rule” in: Hispania,Vol. 65, nº 1, 1982, pp. 67-75.
Número não encontrado na biblioteca!
LIVROS
[início]
ALMEIDA FILHO, J. C. P.(org.). O ensino do Português para estrangeiros: pressupostos para o planejamento de cursos e elaboração de materiais. Campinas, Pontes, 1989.
Consegui poucos detalhes pela internet no website da editora.
Esta é mais uma coletânea que representa uma instigadora rodada de idéias, avaliações e perspectivas. Através de artigos de estudiosos da área, se poderá avançar na compreensão do estado da arte do ensino de Português para estrangeiros no Brasil. Não somente quanto ao planejamento de cursos, mas também quanto à elaboração de materiais. Discute-se as melhores formas de planejamento e as diferentes abordagens que tanto um curso como um material didático podem e devem ter.
(140 páginas) Coletânea de artigos, em doze capítulos, que apresenta idéias, avaliações e perspectivas através das quais se pode avançar na compreensão do estado do ensino de Português para estrangeiros no Brasil.
Alguns dos artigos do livro são:
"Educação de professores/pesquisadores de português como segunda língua" - Cunha e Santos
"O Programa de Português para Estrangeiros na UFRGS" - Schlatter
"Relatos sobre experiências do ensino de português para estrangeiros no CEPE/UFBA" - Mendes
"O ensino de português como segunda língua para falantes de Espanhol: teoria e prática" - Santos
"Curso intensivo de português para estudantes universitários norte-americanos: abordagem e metodologia" - Montenegro
"Intercâmbio lingüístico-cultural" - Santos
"Curso de conversação de português: relato de experiência" - Zilles
"Os direitos lingüísticos de aprendizes de português como língua estrangeira" - Gomes de Matos
_____________________. O professor de língua estrangeira em formação. Campinas: Pontes, 1999.
Resumo: Volume composto por nove artigos de pesquisadores brasileiros lingüistas aplicados no qual reata o fio histórico da formação reclamado pelo respeitado educador brasileiro numa perspectiva de discussão teórica vinculada à pesquisa aplicada, ao serviço de preparação e aperfeiçoamento de quadros docentes na área da linguagem e à sociedade multifacetada, reivindicante e contraditória de hoje. O corpo teórico para o ensino de línguas enreda neste volume iniciativas nacionais e internacionais por força da sua natureza e revela nesta década em particular dentro da Lingüística Aplicada cenários de intensa busca de conhecimento e procedimentos relevantes com os quais fertilizar a experiência educacional de aprender outras línguas na escola.
Os artigos reunidos nesta primeira publicação brasileira contendo somente alguns trabalhos sobre a formação do professor de línguas se reconhecem por alguns traços distintos: (1) a busca de teorização a partir de pesquisa aplicada na pressuposição de que o conhecimento dessa natureza epistêmica contenha vantagens, (2) a vinculação do conhecimento ao fazer em seu lugar de trabalho, e (3) a perspectiva de formar professores como sujeitos que pensam e agem a partir de uma filosofia ou abordagem de ensinar e de competências intercomplementares que precisam ser conhecidas para que nelas se possa atuar rumo a possíveis mudanças.
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas: Pontes, 1993.
Resumo: A sociedade brasileira reconhece um valor educacional formativo na experiência de aprender outras línguas na escola. Reconhece esse bem cultural ao garantir de alguma forma a presença da disciplina Língua estrangeira no currículo escolar, mesmo que levem os filhos a aprenderem essas mesmas línguas em centros de ensino particulares. Tal fato nos mostra que a vivência educacional em línguas estrangeiras em escolas públicas ainda é ruim.
Tal fato deve-se a vários fatores, entre eles o fato de a escola brasileira não poder cuidar da sua qualidade, embora tenha ampliado a oferta de vagas para a educação básica, ainda falta verbas para se aplicar em outras áreas, como a em questão.
Não por coincidência, a área de estudo e pesquisa sobre o ensino-aprendizagem de línguas, comumente compreendida hoje como sub-área da Lingüística aplicada, mas tradicionalmente contida no âmbito das Letras, tem sido nos grandes centros universitários brasileiros uma das mais protegidas das mudanças de paradigmas de investigação e umas das mais tardias nas ciências humanas em se realinhar epistemologicamente com a pesquisa em contextos nacionais.
Para que a renovação da docência e dos métodos das escolas públicas seja eficaz é necessário, antes disso, uma pesquisa nessa área, de maneira a enfocar uma abordagem comunicativa de língua, que produz mudanças no sentido da aprendizagem e quem sabe nas escolas, como um todo.
Este livro apresenta uma série de artigos discutindo como essa nova perspectiva poderia se inserir no ambiente de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras nas escolas.
______________________. Português para estrangeiros interface com o espanhol. Campinas :Pontes, 1995.
________________(org.). Parâmetros atuais para o ensino de Português Língua Estrangeira. Campinas: Pontes, 1997.
Resumo: Neste livro, publicado em 1997, temos uma seleção de nove artigos de renomados especialistas na área do ensino de português para estrangeiros, reunindo trabalhos do 1o. SAPEC (Seminário de Atualização em Português para Estrangeiros e Culturas Lusófonas), realizado no Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, em 1996. Tentaremos ver os pontos principais defendidos por cada um, de maneira essencial, ainda que brevemente.
No texto de abertura, “A abordagem orientadora na ação do professor”, Almeida Filho discute o conceito de abordagem, “compreensão subjetiva do professor acerca do seu próprio ensino” e contrapõe abordagem às difundidas noções de método e técnica, sendo que estas últimas estariam hierarquicamente numa posição inferior em relação àquela. Mais especificamente, defende que abordagem seria “uma força sintética, potencial, proveniente de um conjunto nem sempre harmônico de crenças, pressupostos e princípios, que nos faz atuar de maneira específica em nossas salas de aula”. Desta maneira, a abordagem estaria assentada nas concepções de linguagem, língua e língua estrangeira. O autor trata também de contrapor a abordagem comunicativa à gramatical, em detrimento desta última que, segundo ele, privilegia o aprendizado de língua visando apenas suas estruturas. Por último, confere ao professor os papéis de mediador, informador, observador, negociador, etc. entre outros.
Em Nelson Viana, “Planejamento de cursos de línguas – pressupostos e percurso”, o planejamento é colocado como um processo reflexivo sobre e para o processo de ensino e aprendizagem de línguas. O autor critica o conceito de planejamento em que este estaria reduzido a nada mais do que o ato de “listar” um conteúdo a ser ensinado. Em sua concepção, o planejamento deve ser norteado por uma abordagem. Ao falar de abordagem, traça o panorama da passagem de uma abordagem gramatical tradicional para a abordagem comunicativa, tomando partido desta última. Defende que a elaboração de um planejamento deve ter por base o levantamento de dados contextuais focando necessidades, interesses, expectativas e eventuais fantasias dos aprendizes. Assim, fundamental seria o desenvolvimento da competência e da proficiência comunicativas, como objetivo central do ensino/aprendizagem de línguas. Neste caso, a ênfase seria dada ao aprendiz como um agente e não como um recipiente relativamente passivo. O levantamento de necessidades carregaria consigo os aspectos institucionais (política educacional, quantidade de aulas por semana, recursos físicos e humanos) e também aspectos individuais dos aprendizes (interesses, necessidades, motivações, etc.). Por último, em suas considerações finais, a título de ilustração faz referência à importância da língua portuguesa devido ao Mercosul, apontando as vantagens e desvantagens da proximidade entre o português e o espanhol.
“Materiais didáticos para o ensino de português língua estrangeira”, de Liliana Sternfeld. A autora defende a ampla necessidade da análise de perspectivas de comunicação e potencialidades dos materiais didáticos. Toma como definição de materiais didáticos “codificações de experiências potenciais com uma língua-alvo organizadas em unidades de trabalho, acompanhadas ou não por notas e planos constantes de manual do professor, fitas, cartazes, cartuchos e cadernos de exercícios.” Aponta também para reflexões acumuladas gerando uma “oficina de materiais didáticos” que demandaria formas de ensinar mais comunicativas. As novas atitudes pedagógicas se consolidariam no ritmo processual de aprender de cada aluno. No texto também são analisadas as interferências metodológicas da dicotomia existente entre a abordagem comunicativa e a sistematização gramatical. Por fim, a autora defende a tentativa de uma atuação satisfatória de equilíbrio entre forma e uso da língua, e que os materiais didáticos devem estar sempre em constante aperfeiçoamento – etapa esta em que seria fundamental o papel do professor.
Elisabeth Maria Fontão do Patrocínio em “Método no ensino de português língua estrangeira” conceitua método como “maneiras de vivenciar a nova língua, de experimentar o que significa estar em contato com essa língua enquanto ambiente de comunicação, ambiente de aprendizagem de outros conhecimentos, enquanto ambiente onde se conhecem novas pessoas, onde se fazem amizades, onde se estabelecem novas relações”. A autora critica as visões tradicionais de materiais didáticos ou conjunto de técnicas que, sendo prescritivas, não vêem o método como algo dinâmico e construído. Desta maneira, o método não seria uma receita como uma fórmula mágica capaz de transformar as aulas e solucionar todos os problemas de atividade de ensino. Somente pode ser colocada uma crítica séria de métodos de ensino quando são postas em evidência as concepções de linguagem, de ensinar e de aprender línguas por professores que, com subsídios teóricos pertinentes, possam rever criticamente as suas práticas.
“Avaliação de rendimento no ensino-aprendizagem de português língua-estrangeira”, de Matilde Scaramucci, coloca em relevo a função do professor como especialista da avaliação, mas ressaltando que para tal é necessário que o mesmo receba uma formação condizente que lhe confira pressupostos e conceitos contemporâneos na área de avaliação de língua estrangeira. A autora defende que a avaliação não pode ser um fator externo à sala de aula e que há extrema necessidade de genuínas mudanças no que tange a este processo. Estas mudanças deveriam ser operadas na cultura de ensinar do professor, em suas abordagens de ensinar e aprender, na sua visão de linguagem que obviamente interfeririam nos seus conceitos, pressupostos e crenças sobre o processo avaliativo.
Marisa Kimie Morita, em “Diários dialogados e diálogos à distância” assenta seus argumentos em dois pilares principais: a necessidade da desestrangeirização da língua no processo de aprendizagem do aluno e a quantidade de insumos de acordo com a necessidade de cada aprendiz. Nos anos 80 começam a ser utilizados os Diários dialogados como atividades extensivas à sala de aula e úteis no processo de aprendizagem. Como um desenvolvimento deste último, surgiriam os diálogos à distância que privilegiariam a necessidade de correspondência aluno-professor e o momento de interação, reflexão e análise do processo ensino-aprendizagem. Contudo, apesar de vantajosos, argumenta a autora, estes não substituem as interações de sala de aula, face a face, professor-aluno, mas serviriam apenas como aprofundamento e procedimento para otimizar o processo de ensino e aprendizagem, de acordo com a necessidade do aprendiz.
Ana Cecília Cossi Bizon em “Leitura e escrita no processo de ensino-aprendizagem de português língua-estrangeira” faz uma severa crítica ao ecletismo que predomina nos materiais didáticos de português para estrangeiros, em virtude da coexistência de paradigmas muitas vezes diametralmente opostos, mas que são tomados involuntariamente por decorrência do pouco conhecimento teórico do professor. A seu ver, a maioria dos materiais nada fazem senão “maquiar” a velha e ainda presente tradição formalista de ensino. Nesta tradição a abordagem da leitura e da escrita colocaria estas como objeto estável (concepção estruturalista), e não contemplaria a concepção da discursividade e dialogicidade da língua. A autora argumenta em favor de uma concepção interacionista-cognitivista de leitura e escrita.
Por fim, Itacira Ferreira em “Interface português-espanhol” trata das questões de proximidades e diferenças entre português e espanhol no aprendizado de português por falantes desta última. Coloca em xeque o mito da aparente facilidade, discutindo as questões de interlíngua e fossilização (o famoso portunhol) através da análise contrastiva (conscientizando os aprendizes das principais diferenças entre as línguas, nos planos fonológico, morfossintático e lexical). Salienta o aumento da importância do aprendizado de português em virtude do Mercosul e do patamar das novas relações na América do Sul daí decorrentes.
ALMEIDA FILHO, J. C. P; CUNHA, M.J. Projetos iniciais no ensino de Português a falantes de outras línguas. Campinas: Pontes, 2005.
ALMEIDA FILHO, J. C. P.; LOMBELLO, L. C. (orgs.). Identidade e caminhos no ensino de português para estrangeiros. Campinas : Pontes, 1992.
Resumo:Os artigos reunidos neste livro assumem a comunicação como básica para a epistemologia do conhecimento de base aplicada, ou seja, que surge do estudo de questões que envolvem a própria prática de ensinar e aprender outras línguas. Os artigos que iniciam o volume assumem os elementos de comunicação como constituidores dos conhecimentos lingüísticos comunicativos de uma nova língua que se aprende ou se ensina e não como meros instrumentos de ensino.
O volume abre com uma avaliação crítica traçada por Almeida Filho sobre a evolução do ensino de Português para estrangeiros nas universidades brasileiras.
Bizan oferece uma argumentação na qual constrói um cenário de sala de aula que é autêntico para as relações sociais entre professor e alunos e reestrutura a experiência de aprender Português L2 enquanto se aprende também outros conteúdos.
Morita volta-se para a questão de estender a experiência do face a face na sala de aula de L2, campo fértil para a interpretação do processo de aprender linguagem oral em seus esquemas constitutivos e caminhos de evolução.
Ferreira aborda a experiência do ensino de Português L2 nos centros de estudos brasileiros mantidos pelas embaixadas do Brasil nos países sul-americanos.
Colin Rodea trata da importância de se considerar a sala de aula como espaço privilegiado no estudo dos fenômenos sobre aquisição/aprendizagem, focalizando especificamente os padrões de interação verbal da sala de aula de Português L2.
Silva Gomes discute como se definiram os conteúdos lingüísticos da gramática pedagógica de uma série de livros e revisa os pressupostos de modelos propostos para aquisição e aprendizagem .
Ranalhete e Akerberg examinam, em seus artigos, aspectos do sistema lingüístico do Português, que muitas vezes não são objeto de uma reflexão por parte do professor de L2, constituindo-se em pontos de dificuldade no processo de ensino/aprendizagem. Nesse contexto, Ramalhete aborda questões envolvendo a expressão da condição hipotética em Português em contraposição à conseqüência; e Akerberg examina as dificuldades em se ensinar o imperativo em Português.
ALMEIDA FILHO, J. C. P.; LOMBELLO, L. C. (orgs.). O ensino de português para estrangeiros : pressupostos para o planejamento de cursos e elaboração de materiais. Campinas: Pontes, 1989.
BALEEIRO, M.A.; LOMBELLO, L.C. Português para falantes de Espanhol. Campinas, Unicamp/ MEC, 1983.
Resumo:Trata-se de uma apostila experimental, desenvolvida por professores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/Unicamp) no início da década de 80, com o objetivo de criar um material eficaz para o ensino do Português aos falantes de Espanhol. A apostila é formada por 7 capítulos, cada um introduzido por um pequena estória ou gravação. Em cada capítulo, são discutidos aspectos gramaticais, formais, sintáticos, fonéticos, fonológicos e morfológicos da língua, especialmente na relação com o Espanhol, evidenciando as maiores semelhanças e diferenças, para facilitar a compreensão do aprendiz. Entretanto, o material não se destina a ensinar apenas a língua, mas também um pouco da cultura do Brasil. É o que se demonstra pelo conteúdo dos exercícios e especialmente pelas músicas, presentes ao final de cada capítulo: títulos como “A banda”, de Chico Buarque, e “Trem das onze”, de Adoniran Barbosa, devem ser executadas em aula e os alunos devem preencher as lacunas. Dessa forma, além de conhecer as palavras do registro formal, podem também conhecer as expressões que permeiam a fala do dia-a-dia. A apostila possui, ainda, um apêndice com a conjugação dos principais verbos irregulares no presente do indicativo, uma tabela com as contrações de preposição mais artigo ou pronome, e um vocabulário de nomes de alimentos.
CASTELEIRO, J. M.; MEIRA, A.; PASCOAL, J. Nivel limiar: para o ensino, aprendizagem do português como língua segunda e língua estrangeira. Lisboa: Conselho da Europa: Strasbourg; Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1988.
Resumo comentado: O Nível Limiar insere-se no âmbito do Projeto de Línguas Vivas do Conselho de Cooperação Cultural do Conselho da Europa. Segundo seus idealizadores caberia como um instrumento metodológico, uma caixa de ferramentas, que ajudaria o utilizador do português a construir objetivos e conteúdos de aprendizagem em função das suas necessidades. Na época em que foi escrito (1988), um dos membros do conselho ainda afirmou que o “Nível Limiar não era só imponente pelo número de páginas (566), mas sobretudo, pelas inovações que trazia à definição dos objetivos e conteúdos de aprendizagem do português”. Entretanto, como um livro para os tempos atuais, o Nível Limiar deixa a desejar por sua estrutura gráfica, pelo excesso de tabelas, conteúdo denso e pelo normativismo descabido.
CUNHA, M. J.; SANTOS, P. (org.). Ensino e pesquisa em português para estrangeiros : programa de ensino e pesquisa em português para falantes de outras línguas. Brasília: UNB, 1989.
Resenhado por Viviane B. FURTOSO & Telma N. GIMENEZ
(Universidade Estadual de Londrina)
A área de Português para Estrangeiros, doravante PE, é relativamente nova no panorama da Lingüística Aplicada no Brasil. Assim, são poucas as publicações na área e esta é uma obra muito bem vinda, que se junta a outras coletâneas recentemente lançadas em nosso país (vide Almeida Filho & Lombello, 1992, 1997; Almeida Filho, 1995, 1997; Júdice, 1997; Silveira, 1998; dentre outras), com a preocupação de trazer oportunidades para discussão mais aprofundada sobre o assunto, levando-nos a pensar o ensino da língua portuguesa sob outro prisma.
Organizado por duas professoras que têm grande experiência acumulada na área, o volume tem por objetivo divulgar trabalhos desenvolvidos em universidades brasileiras com ensino e pesquisa da Língua Portuguesa como língua estrangeira. Os doze capítulos que compõem a obra foram agrupados em 5 partes.
(...)
O grande mérito deste livro é trazer relatos de experiências que ajudam a mapear o ensino de PE no Brasil, com contribuições distribuídas geograficamente, o que garante abrangência na cobertura do que se faz atualmente na área. Entretanto, revela também a escassez de pesquisas sistemáticas sobre a aquisição/aprendizagem de PE em contextos formais. Desta forma, enquanto tomamos conhecimento de como anda o ensino de PE, pouco sabemos sobre qual a eficácia dos vários métodos e materiais didáticos empregados nos cursos relatados. O livro parece ser relevante no sentido de sugerir tópicos para futuras pesquisas. A formação de professores, por exemplo, é uma a ser explorada, dada a contemporaneidade do interesse despertado para a área.
A obra, como um todo, nos fornece um quadro a respeito de PE, que tem recebido forte influência do ensino e pesquisa de outras línguas estrangeiras, particularmente o inglês, com história acumulada de pesquisas em salas de aula. A área poderia igualmente se beneficiar de discussões sobre segunda língua e língua estrangeira, travadas no âmbito do ensino de língua inglesa. A escolha do termo para designar a área não é uma questão menor, tendo em vista que a adoção de um ou outro termo (segunda língua, língua estrangeira) pode incluir ou excluir contextos de educação bilíngüe, especialmente em comunidades indígenas, que mais recentemente se tornaram foco de pesquisas na área de Lingüística Aplicada.
Certamente, o fluxo de comunicação entre pesquisadores de ensino de línguas estrangeiras e de educação bilíngüe deverá ser benéfico para o fortalecimento de pesquisas e referenciais que enriquecerão a área de PE. O livro Ensino e Pesquisa em Português para Estrangeiros nos permite vislumbrar alguns direcionamentos futuros, colaborando, dessa maneira, para o fortalecimento da área que se ocupa de estudos sobre a língua portuguesa para falantes de outras línguas.
O texto completo pode ser acessado pelo link :
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502000000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
________________________. Tópicos em português língua estrangeira. Brasília: Universidade de Brasília, 2000.
Resumo: O livro reúne contribuições de profissionais de várias regiões do país e foi sistematizado em 14 seções temáticas sobre a aquisição do português como língua não materna, o ensino do português para hispano-falantes, a formação de professores, a elaboração e a implantação de materiais de ensino e a relevância da cultura no ensino da língua.
Perspectivas contemporâneas na formação de professores de Português Língua Estrangeira: Propõe com base no que já existe institucionalmente, alternativas para a formação acadêmica em PLE, em nível de graduação e/ou de pós-graduação;
Diários dialogados e diálogos a distância como instrumentos de reflexão do processo de ensino/aprendizagem de Língua Estrangeira: Enfoca o uso dos diários como instrumentos de reflexão nesse processo;
Aprendendo a ensinar o português como língua estrangeira: algumas considerações e reflexões: Examina o desenvolvimento das estratégias profissionais e das capacidades docentes dos futuros professores de português como língua estrangeira. Apresenta algumas reflexões sobre como estes futuros profissionais respondem aos desafios propostos pelo ensino e como experiências acumuladas se transformam, pelo menos em parte, em maturidade intelectual e profissional;
Formação de professores de português para falantes de outras línguas: alguns apontamentos iniciais: São analisadas as publicações recentes no que tange à educação dos profissionais de PFOL e apresentados os resultados parciais de percepção de futuros professores de português como língua materna, a respeito da formação específica para contextos onde a língua portuguesa é ensinada como segunda língua ou língua estrangeira;
Aquisição formal da língua Portuguesa como L2: um estudo de campo no Rio de Janeiro: Investiga o processo de Aquisição Formal da Língua Portuguesa (AFLP) como segunda língua em escolas bilíngües e em universidades da cidade do Rio de Janeiro;
A implementação de um programa de português numa faculdade de estudos liberais no exterior: problemas e estratégias: Discute a experiência de e projetar e implementar um programa de língua portuguesa em uma pequena faculdade de estudos liberais daquele país;
Um lugar para a cultura: defende a proposta de que as questões culturais, por sua importância, passem a ter lugar de destaque nos novos materiais didáticos, no sentido de introduzir e ampliar a utilização dos comportamentos culturais e interculturais no processo de ensino de português para estrangeiros;
Aprender língua, aprendendo cultura: uma proposta para o ensino de Português Língua Estrangeira: Propõe algumas reflexões sobre a importância dos aspectos culturais e interculturais no processo de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, mais especificamente o de português como língua estrangeira;
Cultura brasileira e língua portuguesa: do estereotipo à realidade: Mostra como fatos da História do Brasil e da personalidade social do brasileiro podem auxiliar o estrangeiro a melhor compreender, aceitar e mesmo adotar esses padrões conversacionais;
Leitura em PLE: reflexões: São apresentadas atividades usadas num curso elaborado a partir das teorias que norteiam a abordagem comunicativa. Essas atividades têm como objetivo estimular a leitura de textos não-verbais usando estratégias diversas tais como ativação do conhecimento prévio ou esquemas, inferências levantamento e confirmação de hipóteses;
Português/Espanhol – fronteiras lingüísticas que devem ser delimitadas: Aborda a questão dos falsos cognatos em espanhol e português e mostra as dificuldades encontradas por hispanofalentes na aquisição de português em razão, em parte, das transferências negativas da língua materna do aprendiz para a língua-alvo;
Os fraseologismos como expressão cultural:aspectos de seu ensino em PLE: Mostra a força comunicativa e cultural que esses fraseologismos encerram e algumas propostas de ensino desse categoria em materiais e procedimentos de sala de aula de Português Língua Estrangeira;
Língua além de cultura, língua? Aspectos do ensino da interculturalidade: discute o lugar e a configuração do aspecto cultural no ensino das línguas quando o contexto é a aquisição de competência comunicativa em salas de aula de uma nova língua que se desestrangeiriza para seus aprendentes.
CUNHA, M. J.; SANTOS, P. et al. Ensino e pesquisa em Português para estrangeiros. Brasília: Universidade de Brasília, 1998.
Resumo: O livro apresenta uma série de artigos para tratar do tema ensino, pesquisa e aprendizagem de português para estrangeiros, ou seja, português como segunda língua. Para tanto, divide-se em cinco partes distintas para que os assuntos relacionados sejam agrupados de forma mais organizada.
Dessa forma, a primeira parte inclui experiências de quatro programas desenvolvidos em universidades federais. A primeira experiência, relatada por Cunha, mostra a aliança entre ensino, pesquisa e extensão em um projeto que envolve alunos de graduação do curso de Letras da UNB, que tem como produto a educação de professores/pesquisadores para atuarem na área de português como segunda língua. Essa parte nos fala também da organização dos diversos cursos oferecidos para estrangeiros na UFRS, bem como da elaboração de um material para o ensino de português e da cultura brasileira. Ainda nessa parte, uma aluna nos relata a sua experiência como professora-aluna-bolsista no programa de ensino e pesquisa em português para falantes de outras línguas.
Na segunda parte temos dois trabalhos que demonstram a preocupação dos autores com o ensino de português para grupos lingüísticos específicos. Com base na teoria da interlíngua de Selinker, Santos procura uma abordagem metodológica que contemple a facilidade de compreensão que o falante de espanhol já traz consigo, mas que por outro lado elimine a fossilização de determinados itens lingüísticos desenvolvidos exatamente pela semelhança entre os dois idiomas.
Na terceira parte há artigos que relatam atividades específicas desenvolvidas para o ensino de português como segunda língua. Há uma proposta de uso de recursos humanos em substituição ao laboratório de línguas, ou seja, o encontro semanal dos alunos dos cursos de português para estrangeiros com estudantes brasileiros do departamento de línguas estrangeiras da UNB.
Na quarta parte, há um artigo no qual o autor, fazendo uma analogia ao termo “direitos humanos”, discorre sobre os direitos lingüísticos dos aprendizes de português como língua estrangeira.
Finalmente, na quinta parte há alguns artigos sobre o CELPE-Bras: sua trajetória, desde a criação de sua comissão organizadora. Há uma discussão sobre o porquê de um teste comunicativo em vez de um nos moldes dos diversos testes padronizados em inglês, alemão, italiano, entre outros.
Os assuntos tratados no livro são bastante diversos e abrem a possibilidade para novas reflexões sobre o ensino de língua e da cultura do povo brasileiro.
EL-DASH, L. G.; LOMBELLO, L. C.; RODRIGUES, D. M. G. Brazilian Portuguese: your questions answered. Campinas: Unicamp, 1992.
JÚDICE, N. P.M. (org.) O ensino de Português para estrangeiros. Niterói: EDUFF, 1997.
MARCHANT, M. Português para estrangeiros. Porto Alegre: Sulina, 1960.
Resumo:A obra de Marchant está dividida em dois livros em que a autora oferece vários exercícios de gramática do português para o ensino dessa língua para estrangeiros.
Os livros são constituídos de explicações e exercícios gramaticais, com alguns textos sobre geografia e história do Brasil. Assim, cada capítulo é constituído de explicações e exemplos sobre determinado conteúdo gramatical – como por exemplo “os pronomes objetivos” – seguidos de muitos exercícios sobre o aspecto gramatical abordado no capítulo. Os exercícios são de completar frases e responder perguntas descontextualizadas.
MARRONE, C.S. Português Espanhol- Aspectos comparativos. São Paulo: Editora do Brasil, 1990.
(A biblioteca não tem o livro – o resumo que segue foi extraído e adaptado do site da editora)
Resumo: O trabalho busca pôr em relevo a análise contrastiva, quer no código oral como no escrito, entre Português e o Espanhol a fim de serem ressaltadas as maiores dificuldades no ensino de português a hispano-falantes. A autora é convicta de que os estudos contrastivos entre a língua materna e a língua alvo constituem um instrumento de grande valor no ensino de uma segunda língua.
SILVEIRA, R.C.P. Português língua estrangeira: perspectivas. Cortez: São Paulo, 1998.
Resumo:(consegui alguns detalhes pela internet) Coletânea de textos especialistas da área de Português como língua estrangeira. Ressalta a importância de uma perspectiva de ensino interpessoal e intercultural. Alguns dos autores dos textso são: Regina Célia P. da Silveira, Itacira Ferreira, Norimar Júdice e Alice Xavier, Marisa Morita, Maria Tereza Biderman, Jeni Turazza.
SIMÕES, A.R.M. Português para falantes de Espanhol. Campinas: Pontes, 2004.
Biblioteca fechada!
TESES E DISSERTAÇÕES
[início]
ARAI, N. A. Fluência na aquisição do português como língua estrangeira. Dissertação de Mestrado, 1985.
Não encontrado! Só tem um outro trabalho deste autor na biblioteca.
ARAÚJO, J.P. Um programa de auto-educação para professores de português como segunda língua. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1995.
ALVAREZ, M. L. O. Expressões idiomáticas do português do Brasil e do espanhol de Cuba: estudo contrastivo e implicações para o ensino de português como língua estrangeira. Tese de doutorado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2000.
Resumo: As expressões idiomáticas refletem o lado dinâmico da língua, a sua adaptação constante às necessidades comunicacionais do momento, tanto que muitas vezes podem desaparecer logo depois do seu surgimento. Outras ficam e se incorporam ao inventário lexical da língua. A presente pesquisa conduziu um estudo das expressões idiomáticas cristalizadas pelo uso na língua portuguesa falada no Brasil e na língua espanhola falada em Cuba. Sob um abrangente enfoque léxico-morfosintático-semântico que permitiu, primeiro, observar o comportamento delas em situações sintáticas, lexicais e semânticas, analisando o que acontece no interior de cada uma, através de um modelo específico de análise foi possível estabelecer uma tipologia dessas unidades de acordo com o próprio enfoque quanto a sua natureza estrutural e ao seu valor conotativo, além de evidenciar alguns dos casos especiais mais freqüentes. A análise mostra que as expressões idiomáticas podem corresponder na outra língua a uma formulação idêntica, semelhante, totalmente diferente ou, em outros casos, não é possível encontrar equivalente. Tudo isso, depende das características socioculturais e lingüísticas inerentes a cada comunidade. A pesquisa demonstrou ainda que tais unidades são sistematizáveis e, portanto, podem constituir uma fonte específica de insumo no processo de ensino/aprendizagem de línguas e na prática lexicográfica. As expressões idiomáticas, assim como outras unidades fraseológicas, representam um fenômeno complexo e coerente, cujo sentido é regido por mecanismos semânticos profundos, à espera de pesquisas que os elucidem. Todas essas razões parecem-nos suficientes para justificar o intento de estudarmos as expressões idiomáticas mais detalhadamente e de oferecermos ao público um material de consulta que encurte caminhos, visto que toda e qualquer expressão idiomáticas- resistente ao tempo e criações novas - pode ter, de uma língua para outra, um "tratamento tradutório".
BERWIG, C.A. Estereótipos culturais no ensino/aprendizagem de português para estrangeiros. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2004.
BIZON, A. C. C. Características da interação em contexto de ensino regular e em contexto de ensino interdisciplinar de português-língua estrangeira. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1994.
CALDAS, V. M. C. A competência comunicativa em livros didáticos de português para estrangeiros: uma avaliação. Dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 1988.
Resumo:Esta dissertação de mestrado, defendida em 1988 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, abrange as áreas da Sociolingüística e da Lingüística Aplicada, trazendo à discussão da prática do ensino de línguas (particularmente de português para estrangeiros) e de livros didáticos o conceito de competência comunicativa. Esta se divide em cinco capítulos, os quais resumiremos a seguir.
O capítulo 1 trata da apresentação do problema. Coloca a eficácia (ou sucesso) do ensino de uma língua ligada diretamente à comunicação e evidencia o problema de livros didáticos de português para estrangeiros que sofreriam de escassez tanto de subsídios adequadamente práticos quanto de fundamentação teórica para a orientação da prática dos docentes. E propõe uma avaliação de um conjunto de livros didáticos.
O segundo capítulo trata da origem do conceito de competência comunicativa,cunhado em 1972 pelo antropólogo e sociolingüista H. Hymes. Fala da discussão em voga na época, por autores tais como Halliday, Bernstein, Campbell, Wales, Jacobovits e outros. Discute a importância do interesse não somente para a prática da língua na forma escrita, mas pelo contexto da fala e distribuição de meios comunicativos, tais como gestos, assobios, canto, etc. Neste patamar, critica o conceito de falante ouvinte ideal, de Noam Chomsky. Assim, o desempenho no uso da língua passa a transcender a dicotomia competência-desempenho, uma vez que as regras sociais para a utilização da linguagem conferem a esta uma dimensão sociocultural, que seria favorecida pela abordagem comunicativa.
No capítulo 3 são esboçados os critérios para a análise das manifestações acima especificadas, aplicadas ao livro didático do ensino de línguas. São eles:
- o compromisso do autor com a competência comunicativa;
- escolha de amostras lingüísticas realistas;
- adequação de temas a interesses dos aprendizes;
- introdução de elementos culturais;
- apresentação de situações.
Estes critérios estariam pautados na contextualização do material didático, no uso de diálogos, na adoção de orientação integrativa, na relevância e organização do conteúdo lingüístico de maneira que favoreçam a criatividade lingüística. A autora enfatiza também a importância das características físicas e visuais dos materiais, (devendo estar relacionadas geralmente a psicologia e às artes), e finaliza argumentando que todos estes critérios explicitados complementam-se mutuamente.
No quarto capítulo é colocada a ênfase na introdução de elementos culturais, de maneira a reforçar a importância da relação língua-cultura. Nesta “operação”, seriam apresentados também os níveis distintos de formalidades, apresentando as variações lingüísticas e a seleção de temas, que deve priorizar os interesses e necessidades da clientela à qual se destina o material didático. Por último, defende que o simples conhecimento das formas e estruturas lingüísticas não estimula a conversação, que é preciso motivar o aluno a se comunicar, a querer dialogar, a expressar idéias e sentimentos, defender seus pontos de vista, etc. No fim deste capítulo, 18 livros de ensino de português para estrangeiros são analisados pela autora.
No último capítulo, a autora defende a possibilidade de se contribuir efetivamente para a resolução de problemas sociocomunicativos e para a queda da barreira da “incompetência comunicativa”. Como sugestões, coloca o uso de diferentes níveis de diálogo e a necessidade da conversação própria de situações de uso da linguagem fática (cumprimentos, despedidas, apresentações, etc.), devido à autenticidade que demonstram no uso social da língua. Defende também o exercício, em sala de aula, de atividades “externas”, tais como: pedir informações, saber descobrir uma avenida num Guia de Ruas, preencher um formulário, ler notícias e crônicas de assuntos em voga na atualidade. Prioriza a presença, nos materiais didáticos, de situações reais as mais variadas (perder avião, bater o carro, brigar com o namorado, ir ao médico, fazer compras e outras), que exija do aluno atitudes como ironia, frieza, educação, inconformidade, etc.
Por se tratar de um material escrito há quase vinte anos, suas questões mostram-se ainda bastante atuais nos debates modernos do aprendizado de línguas, evidenciando o quão à frente de sua época se colocara os pontos defendidos pela autora.
CARVALHO, C.C. Você costuma rir de quê? O uso de piadas de identidade nacional no ensino de PL2 numa abordagem multicultural. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2004.
CHICARELI, M. C. O Frame alimentação numa proposta de ensino comunicativo de português para estrangeiro. Dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 1994.
Resumo:Esta dissertação de mestrado teve por objetivo avaliar de que forma o livro didático de Português para estrangeiros apresenta o frame alimentação do falante nativo, frente ao grau de adequação sociolingüística, de forma a auxiliar o aluno no desenvolvimento da competência comunicativa.
O trabalho inicialmente apresenta alguns dos métodos mais representativos para o ensino de línguas estrangeiras desde o século passado até os dias atuais. Em seguida, o trabalho apresenta os princípios norteadores de um ensino comunicativo de línguas, considerando as regras de uso sociolingüístico, e destaca a importância do contexto para o processamento de informações a partir do texto. Em um momento seguinte, apresenta o trabalho a noção de palavra, os aspectos básico do processo de compreensão textual e da Teoria dos Frames, que é tomada como categoria de analiso no escopo da dissertação.
O trabalho foca seus estudos em dois livros de Português para estrangeiros selecionados a partir dos mais vendidos em cinco livrarias de São Paulo no segundo semestre de 1993. A análise evidencia pontos positivos e negativos no modo como cada um dos livros contextualizou o frame alimentação do falante nativo.
CORNO, G.O.M. O papel da pragmática na análise do livro didático para o ensino comunicativo do português do Brasil para estrangeiros. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001.
Resumo:Tese de mestrado com orientação de Loar Chein Alonso. (130 páginas)
Palavras-chave: pragmática; ensino de línguas estrangeiras; português para estrangeiros; avaliação de material didático.
Trabalho que inclui um resgate da história do ensino de línguas estrangeiras e do ensino do português do Brasil a estrangeiros (PLE). Pretende contribuir para a construção do conhecimento a respeito do ensino de português para estrangeiros, propondo, então, conduzir uma investigação para verificar em que medida aspectos pragmáticos do português do Brasil são contemplados no planejamento de um curso de PLE e na elaboração de material didático para seu ensino incluindo aqui o livro-texto, o manual do professor e materiais adicionais. Entendendo que a abordagem comunicativa ao ensino de línguas passa necessariamente pela pragmática, afirma entrar deliberadamente nos estudos de aquisição de uma língua estrangeira ou segunda língua pela via da pragmática.
São analisados dois livros-texto publicados na década de 1990 que apresentam forte tendência ao ensino comunicativo: Avenida Brasil, de 1991, e Bem-vindo!, de 1999, verificando que atos de fala eram abordados nos livros, se eram relacionados explicitamente ou não a funções comunicativas e de que maneira eram apresentados, além da verificação da inclusão de questões de polidez e adequação.
A autora afirma ter sido possível propor um novo modelo de análise de material didático de ensino de português para estrangeiros, verificando a preocupação com aspectos pragmáticos e resgatando sua importância no ensino de línguas que se pretenda comunicativo.
COSTA, S.R.R. A dimensão intercultural no ensino de português para estrangeiros. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Nacional de Brasília. Brasília, 1994.
Não encontrado!
DAMKE, C. As interferências do alemão como língua materna na aprendizagem do português. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1988.
Não encontrado!
FERREIRA, I. A. O processo de ensino/aprendizagem de português-língua estrangeira no contexto de Mercosul : uma análise de abordagem e metodologia. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1996.
FONSECA, A. S. A. Além da "inadequação gramatical": visão discursiva das instabilidades do "eu" em aprendizes de português L2. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2000.
Resumo: Este trabalho observa o que tem sido tratado pela Lingüística teórica e aplicada por "erro", "falta" ou "falha" nas enunciações em L2/LE e que é tratado por não - "correspondência". Focalizamos as não - correspondências entre pronome pessoal do caso reto e pessoa - verbal em enunciados de falantes de alemão língua - materna em contexto pedagógico de Português para Estrangeiros. Trata-se de observar, através da Análise do discurso, as relações existentes entre tais não - correspondências e as condições de produção dos enunciados que ocorrem. Destacam-se para tanto as relações imaginárias estabelecidas entre aquele que enuncia em Português Língua - Outra e o objeto imaginário tido como Brasil ou brasileiro, bem como a língua que ora enuncia e o referente a enunciação. Partindo da concepção de sujeito, observamos os momentos em que tais não - correspondências cortam verticalmente a linearidade da cadeia discursiva, cedendo espaço a um "outro" enunciador, possivelmente decalcado das imagens feitas pelo eu dessa/nessa língua - cultura - outra. Dessa forma, são verificados enunciados do tipo "eu foi o chefe" ou "quando você vejo um brasileiro" mesmo em falantes proficientes de Português, aqueles que moram no Brasil a no mínimo seis meses, cursando aulas individuais e participando dessa realidade sociodiscursiva. Os estudos de casos são baseados em um corpus complexo, formados por fatos lingüísticos - discursivos advindos de gravações em áudio em contexto pedagógico e de entrevistas com os alunos. Com isso não apenas as imagens que o estrangeiro faz da língua - cultura em questão são levantadas, como também as identificações e territorializações com as quais ele atravessa o processo de tomada de palavra e de posição são - via ressonâncias discursivas - apreendidas.
FONSECA, H.D.C. Aquisição da concordância negativa (CN) no português brasileiro (PB) como segunda língua (L2). Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1999.
Resumo: Este trabalho apresenta um estudo no campo da aquisição da linguagem, abordando especificamente a Concordância Negativa (CN) no Português Brasileiro como língua estrangeira. A CN se insere no âmbito da negação das línguas românicas, constituindo-se num dos fatores que diferencia estas das línguas germânicas. O referencial teórico é fornecido pelo modelo de Princípios e Parâmetros em seus desenvolvimentos mais recentes quando à aquisição de segunda língua. É feita uma comparação da sintaxe da negação das línguas envolvidas: alemão e português brasileiro. Dois aspectos comparativos foram examinados: posição da NegP e a presença ou ausência de CN. É em relação a esses dois aspectos que a evolução do sujeito em aquisição foi estudada.
FONTÃO, E. M. P. Repensando o conceito de competência comunicativa no “aquecimento” da aula de português-língua estrangeira: uma perspectiva estratégica. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1993.
GARRAO NETO, E.M. Sujeito nulo versus pleno em dados do português brasileiro como L2: aquisição em contexto de mudança. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2002.
GONÇALVES, J. C. Topical development in the acquisition of Portuguese as a second language in classroom interactions and naturalistic conversations. Tese de doutorado defendida na Georgetown University. Washington, D.C., 1983.
GONÇALVES, S. C. L. Aquisição do português como segunda língua: o caso das crianças yuba. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1997.
Resumo:Neste trabalho de mestrado o autor pretende estudar os estágios iniciais de aquisição do Português como segunda língua por seis crianças de uma comunidade de nipo-brasileiros do Brasil. Até a idade escolar, quando neste ambiente começam a aquisição do Português (L2), estas crianças falam unicamente o Japonês (L1) como língua materna. Foi tomado como objeto de estudo um fenômeno sintático que diferencia o Japonês do Português: o parâmetro da linearidade (isto é, a ordem das palavras). O estudo realizado ampara-se no modelo de princípios e parâmetros da teoria da gramática gerativa cunhado por Chomsky, correlacionado aos estudos sobre language transfer (Odlin, 1989). O estudo procura mostrar que, nesta fase da aquisição da L2, as crianças transferem o parâmetro head last de sua L1 para a L2, uma língua de parâmetro head first, fato que contraria alguns estudo que negam a existência de tranfer (Dulay e Burt, 1974; Dulau et al., 1982), principalmente no nível sintático (Felix, 1975; Paradis e Genesse, 1996).
KONZEN, M.P. O processo de aquisição da regra de palatalização do português como segunda língua, por falantes nativos de espanhol. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1997.
Não encontrado!
KUNRATH, S.P. A aquisição do pretérito imperfeito em narrativas orais do português como segunda língua por falantes de alemão. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2002.
Não encontrado!
KUNZENDORFF, J. C. O ensino/aprendizagem de português para estrangeiros adultos em São Paulo. Dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 1986.
Não encontrado!
MORITA, M.K. Diálogo à distância no processo de aquisição da oralidade em língua estrangeira. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1993.
MOURA, V. L. L. O Uso de conceitos psico-sócio-lingüísticos para avaliação de conteúdos em livros didáticos de português para estrangeiros. Dissertação de mestrado defendida na Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 1986.
Resumo: Após analisar dez livros didáticos de português para estrangeiros, selecionamos cinco, publicados no Brasil, para este trabalho. Para a análise e avaliação desses livros nos baseamos em alguns conceitos psicolingüísticos e sociolingüísticos e outros. Relacionados à metodologia, provenientes de teorias diversas. Os conceitos psicolingüísticos e sociolingüísticos foram agrupados como psico-sócio-linguísticos para mostrar a interdisciplinaridade enfatizada pela Linguística Aplicada, necessária ao material didático para o ensino de língua estrangeira. O nosso objetivo neste trabalho foi dar uma visão sobre o estágio atual de aplicação de oito conceitos psico-sócio-linguísticos nos livros didáticos mencionados. Analisamos então o conteúdo desses livros concluindo que o material aplica conceitos psico-sócio-linguísticos em diferentes graus e apresenta fortes características de uma abordagem estruturalista.
NIEDERAUER, M.E.F. Ações lingüísticas de um professor em relação aos diferentes estilos da língua portuguesa do Brasil: uma sala de aula de português para estrangeiros. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Nacional de Brasília. Brasília, 2002.
OLIVEIRA, I. Aquisição do português brasileiro como língua estrangeira: o movimento do verbo. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1999.
PEDROSO, S. F. A carga cultural compartilhada: a passagem para a interculturalidade no ensino de português língua estrangeira. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1994.
Resumo:Nesta dissertação de mestrado, defendida em 1999 na Universidade Estadual de Campinas, o autor discute o conceito de cultura na sua vinculação com o fundamento teórico contemporâneo do ensino de língua não materna. Reporta-se ao conceito de carga cultural compartilhada, cunhada por Robert Galisson, que defende a interculturalidade como o objetivo da abordagem comunicativa e sua necessidade para a competência na cultura alvo.
Esta carga cultural compartilhada requereria a inclusão de tais insumos nos planejamentos de ensino de língua estrangeira, sendo feitas então mudanças a partir da abordagem comunicativa. Nesta, o aluno seria ao mesmo tempo sujeito e agente no processo do aprendizado, que levaria em conta também os aspectos socioculturais e situacionais. Ao colocarmos cultura como “um conjunto de valores espirituais e matérias transmitidos coletivamente”, diz o autor, “os livros didáticos não se mostram devidamente adequados”.
Em seguida, o autor trata de detectar e analisar os elementos de carga cultural compartilhada presentes em alguns materiais didáticos de ensino de português para estrangeiros, e sua incidência em diversos níveis. Aborda também a potencialidade pedagogicamente produtiva da mídia e dos meios de comunicação de massa. Defende a cultura como uma “ausência impossível” do aprendizado da língua, conceituada como “conjunto de regras, opiniões e crenças geradas e mantidas como referências para o controle social” em que “o conhecimento compartilhado nos permite fazer hipóteses sobre aquilo que o nosso interlocutor pode inferir do que dizemos”. Em outras palavras, o autor defende a abordagem semiótica de cultura, em que esta é vista como um padrão de significados transmitidos historicamente incorporados em símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em formas simbólicas por meio das quais os homens se comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atividades em relação à vida.
Na análise de materiais didáticos de português para estrangeiros, são apresentadas muitas vezes ecleticamente pelo menos duas abordagens distintas de cultura, a saber, a gramatical e a comunicativa. Entretanto, os materiais dos anos noventa mostram uma considerável tendência a privilegiar esta última, diferentemente dos materiais dos anos 70 e 80. Por último, encontramos ainda na dissertação a importância do português para falantes de espanhol, fazendo referência às relações entre as nações da América Ibérica. Desta maneira, o autor reforça a sua posição defendida durante todo o texto, em que as reações lingüísticas inevitavelmente estão sempre imbuídas de política.
PEREIRA, G. F. A identidade cultural no processo de aprendizagem do português língua estrangeira (PLE) no Brasil. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005.
Resumo:Palavras-chave:ensino/aprendizagem do Português Língua Estrangeira, estereótipo,identidade cultural,imagem,perspectiva etnometodológica
O objetivo do trabalho de Pereira é apresentar uma discussão sobre a identidade cultural no processo de aprendizagem do Português Língua Estrangeira (PLE). A autora trata da caracterização de fatores que, a rigor, situam-se antes do processo de aprendizagem da língua, mas que nele têm uma participação crucial. Segundo Pereira, as tensões existentes no processo de interação professor/aluno, por exemplo, podem ser um reflexo do desconhecimento das identidades em jogo, assim como, o uso de estereótipos, clichês e estigmas na elaboração da identidade do Outro.
Assim, ela sustenta que é importante pensarmos a identidade, não como uma somatória das variáveis sociais (sexo, classe, país de origem, etc.), mas como fator aglutinador das referências psico-histórico-sociais de um povo que se apresentam em um sujeito do discurso. Pereira reconhece que não é possível afirmarmos que o reconhecimento da identidade facilite ou induza a aprendizagem, mas pode dar um novo valor ao estudo de PLE, ou melhor, ao estudo de língua estrangeira, se a pensarmos como fonte de cultura e caracterização da identidade cultural. Refletindo sobre as relações sociais, encontraremos o que foi gerado pelos processos históricos e, mais fundamentalmente, aquilo que somos ou desejamos ser. Por esta razão, a autora afirma que o estudo da identidade tem em seu fundo uma visão psicanalítica que retrata o jogo da identidade social virtual e real, explicitadas pelo sociólogo canadense Erving Goffman. A de Goffman, Pereira reexamina os conceitos de estigma, identidade social, identidade pessoal, o eu, o Outro e traça um quadro de nossa identidade cultural.
PIRES, G. S. Aquisição da morfologia verbal do português por um falante do finlandês: o papel do code switching. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1999.
Resumo:O trabalho descreve o processo de aquisição do português por um falante adolescente nativa do finlandês. Obetiva verificar, especialmente, se existe transferência de L1 para a L2 e qual seria o papel de uma outra L2, anteriormente adquiria na aquisição de português.
O estudo elege a morfologia verbal como o fato lingüístico mais interessante para o estudo, já que essa foi uma das dificuldades mais acentuadas na aquisição do português pela falante de finlandês estudado.
A alternância entre códigos lingüísticos, como estratégia de aprendizagem, chamada de code switching foi o parâmetro sobre o qual o estudo voltou sua atenção. O trabalho conclui que, numa fase inicial, a aquisição do ocorre com base no mecanismo de transferência de L1 para L2. Na segunda fase, o uso de uma língua intermediária (o inglês) através do code switching mostrou que a experiência do sujeito com aquisições anteriores de L2 pode servir como entrada de aprendizagem para mais uma L2, favorecendo uma aquisição num tempo relativamente curto e de forma sólida.
RIBEIRO, A.F. O lugar da cultura brasileira no ensino de PLE. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2004.
Resumo: Com orientação de Norimar P. M. Júdice. (141 páginas)
RODEA, M.C. Você não é brasileiro? Um estudo dos planos pragmáticos na relação português-espanhol. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1990.
Resumo:Trata-se de uma pesquisa aplicada de base etnográfica, cujo foco é o discurso oral em interação entre falantes de português e espanhol, num contexto de imersão onde o português é a língua materna e língua-alvo a ser aprendida. O estudo se situa numa linha de pesquisa em Lingüística Aplicada que se utiliza dos recursos específicos da sociolingüística e pragmática. Esta visão de pesquisa focaliza o estudo empírico da constituição e reprodução de significações sociais através do discurso oral, na interação dentro e fora da sala de aula. São analisadas as características das interações verbais transcritas assim como as condições de interpretação para entender a constituição do discurso no processo de produção e reprodução social. O objetivo do Estudo é premitir o fornecimento de subsídios para os cursos de português para falantes de espanhol. Os dados foram coletados através de entrevistas dirigidas, interações espontâneas gravadas em aúdio e observações realizadas em sala de aula. Finalmente, a partir da relação entra línguas próximas, os resultados da pesquisa levantam evidências para a discussão de questões teóricas relevantes como: o papel do conteúdo social no processo de aquisição/apredizagem.
Referências: ALMEIDA FILHO, J. C. P.; HAMEL, R.; LOMBELLO C. e BALEEIRO, M. de A.; ORLANDI, E.
ROTTAVA, L. O uso de estratégias de comunicação na aquisição do português como segunda língua. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1995.
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____________. A leitura e a escrita como processos interrelacionados de construção de sentidos em contexto de ensino/aprendizagem de português como L2 para hispano-falantes. Tese de Doutorado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2001.
SANTOS, E.M.O. Abordagem comunicativa intercultural (ACIN): uma proposta para ensinar e aprender língua no diálogo de culturas. Tese de Doutorado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2004.
Resumo: Neste trabalho buscamos traçar as linhas teóricas e definições metodológicas de uma abordagem para o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras ou segundas línguas, a qual denominamos Abordagem Comunicativa Intercultural (ACIN). A abordagem em questão, em suas diferentes etapas, funcionou como a "força potencial" que orientou as experiências de ensinar e aprender a língua-cultura brasileira a partir do diálogo de culturas. Para a construção do nosso referencial teórico, assim como para a realização do trabalho de investigação empírica, partimos de uma pergunta inicial de pesquisa, a qual pode, de maneira geral, ser assim resumida: "Como professor e alunos se posicionam quanto à(s) sua(s) cultura(s) e à(s) cultura(s) do outro em sala de aula de LE/L2 através do trabalho com uma abordagem de ensino e com um material didático que se querem comunicativos e sensíveis às culturas dos participantes do processo de aprendizagem?". Para cumprir com os objetivos que traçamos para o desenvolvimento do estudo, começamos por discutir a idéia de cultura, em algumas de suas vertentes teóricas, para depois elaborarmos a idéia de cultura que nortearia o nosso estudo. A partir da compreensão da concepção de cultura que tomamos como referência, refletimos sobre a relação língua/cultura e sua relevância para a área da pedagogia de línguas, apresentando os trabalhos de alguns teóricos e pesquisadores que desenvolveram pesquisas e/ou propostas de abordagem, planejamentos ou materiais didáticos de acordo com essa perspectiva, dentro e fora do Brasil. Em seguida, definimos a Abordagem Comunicativa Intercultural (ACIN) e suas diferentes características, como as concepções de língua/linguagem, de ensinar e aprender e dos papéis de professores e alunos que subjazem à sua construção, assim como as definições dos materiais didáticos e do processo de avaliação de aprendizagem elaborados de acordo com essa orientação. A partir deste construto teórico e metodológico, planejamos a realização de um curso de português para falantes de espanhol, no qual foi posta em funcionamento a abordagem de ensino proposta, assim como o material didático elaborado para este fim. Considerando os dados gerados, pudemos perceber que, ao nos posicionarmos como sujeitos culturais, levando cada um as suas experiências e vivências para a sala de aula, as suas diferentes identidades, encontramos a satisfação de poder aprender a partir do que sabemos e também a partir da experiência do outro. As identidades ali em jogo, e seus diferentes modos de configuração, atuaram em variadas direções, ora confluindo, ora se distanciado, mas atuando para "somar", para trazer o novo e, sobretudo, para a construção de um terceiro espaço, um terceiro lugar formado pela interseção das experiências de todos, de identidades individuais que se abrem para transformarem-se em identidades em interação.
SARDINHA, A. P. BERBER. Iniciando a Lingüística do Corpus do Português: Explorando um Corpus para Ensinar Português como Língua DELTA, 1999, vol.15, nº 2, ISSN 0102-44501.
Resumo: O presente trabalho apresenta os resultados da exploração de um corpus eletrônico de português do Brasil. O corpus foi coletado a partir de notícias distribuídas na Internet pela Radiobrás. As notícias foram retiradas de reportagens de jornais e de transcrições de notícias de TV. A ênfase do trabalho é a descrição de algumas características lingüísticas necessárias para a produção de materiais para aulas particulares de português oferecidas na Grã-Bretanha. Ao apresentar a descrição de vários itens lexicais e gramaticais dentro do paradigma da lingüística do corpus, o trabalho oferece uma contribuição pioneira no sentido de iniciar a lingüística do corpus do português. O trabalho conclui que o tipo de suporte disponível em materiais de referência existentes como livros de curso, gramáticas e dicionários tendem a ser inadequados para o aluno de português como língua estrangeira já que eles não se baseiam em amostras autênticas de linguagem como aquelas proporcionadas por um corpus eletrônico.
PALAVRAS-CHAVE: Lingüística do Corpus; Ensino de Português como Língua Estrangeira; Descrição do Português baseada no Corpus.
O texto completo pode ser acessado pelo link http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44501999000200003&nrm=iso&lng=pt
SCOTT, D. L. P. El Error en el portugues como lengua extranjera: transferencia de L1 y principios de la gramatica universal. Dissertação de Mestrado defendida naUniversidad Nacional Autonoma de Mexico. México, 1993.
Resumo: O presente trabalho se baseia em um estudo qualitativo que utiliza a metodologia introspectiva com o fim de identificar os processos psicolingüísticos subjacentes à produção de um erro que ocorre em interlinguagem (IL) de falantes nativos (HN, de hablantes nativos) de espanhol que estão aprendendo português como língua estrangeira (LE).
Para esse fim, faz-se primeiramente uma análise contrastiva (português/espanhol) para delimitar o fenômeno lingüístico envolvido na produção do erro em questão. Através desta análise, é possível estabelecer a distância tipológica existente entre a língua nativa e a segunda língua do “aprendente” e considerá-la em uma análise psicolingüística dos dados obtidos.
A delimitação do fenômeno psicolingüístico da aquisição da forma da língua estrangeira é focada segundo hipóteses de transferência encontradas na literatura sobre a língua estrangeira. Estas hipóteses incluem posturas que vêm desde a noção de interferência da hipótese da análise constrastiva até as noções de marcação, gramática central, gramática periférica e o princípio do subconjunto da gramática universal.
A análise dos dados recolhidos nesse estudo aponta para uma explicação do erro em questão que vai além da interferência da língua nativa. Dessa forma, as evidências encontradas podem ser interpretadas em favor de uma teoria de aquisição de língua estrangeira que consiste na existência de um sistema de aprendizagem específico para a linguagem que inclui os subcomponentes: a gramática universal é um conjunto de procedimentos de aprendizagem pertencentes ao sistema cognitivo humano.
SILVA, S. D. J. Marcadores discursivos no ensino de português-língua estrangeira (PLE) no Brasil. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004.
SOUZA, L.C. Um olhar comunicativo sobre atividade de leitura em materiais didáticos de português como segunda língua. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2003.
SOUZA, M.V. A arquitetura de um material didático: avaliando um dos pilares de um curso de português como LE. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Nacional de Brasília. Brasília, 2003.
Resumo:Autor: Maria Verúcia de Souza
Orientador: Profa Dra. Maria Jandyra Cunha
Data da defesa: agosto de 2003
Palavras chave: Avaliação; material didático; planejamento; abordagem.
O estudo de Souza avalia um material de ensino de português para falantes de outras línguas e verifica se a abordagem que o norteia é compatível com a abordagem subjacente à prática dos professores que o utilizaram/utilizam. A pesquisa é de natureza qualitativa, de base analítica e realizou-se a partir da descrição e análise do material didático usado em um curso de português para estrangeiros. Segundo a autora, a importância dessa análise deve-se ao fato de que, de um modo geral, os materiais didáticos que se encontram fora do mercado editorial não passam por este tipo de investigação e nem sempre sinalizam para as tendências contemporâneas de ensino de línguas.
A triangulação dos dados foi feita por meio de observação de aulas, questionário e entrevista informal feitos com regentes que atuaram/atuam no curso em que o material didático foi utilizado. Os envolvidos na pesquisa avaliaram o material quanto à organização e ao conteúdo e propuseram idéias e sugestões para incremento e revitalização do mesmo. Os resultados da pesquisa mostram que o material didático avaliado apresenta uma abordagem estruturalista que por sua vez é distinta da abordagem da maioria dos regentes que o utilizaram ao longo do projeto.
STERNFELD, L. Aprender português língua-estrangeira em ambiente de estudos sobre o Brasil: a produção de um material. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1996.
Resumo:A pesquisa investiga o processo envolvido na elaboração, implementação e avaliação de um material de ensino de português-segunda língua, em um ambiente de estudos sobre o Brasil, mais especificamente sua formação histórico-cultural. O trabalho objetivou produzir um material que trouxesse informações sobre o Brasil e gerasse para os participantes do processo de sala de aula uma experiência intercultural e de língua em uso, fundamentada teoricamente em abordagens comunicativas.
A proposta partiu da constatação aflorada pelo exame de cinco livros didáticos de ensino de Português para estrangeiros da predominância dos aspectos formais em detrimento à língua no ensino em sala de aula.
A pesquisa teve cunho etnográfico e realizou-se com a intervenção do material construído para um grupo de treze alunos estrangeiros de dez nacionalidades aplicado em um curso intensivo de trinta horas. Materiais didáticos já foram vistos como recurso limitado no ensino de um a língua estrangeira, e os resultados desse estudo, por meios de um processo interpretativo ancorado nos instrumentos de coleta, busca mostrar de que forma o insumo do professor e o insumo dos alunos são complementares e podem também ser considerados “materiais”.
O trabalho concebe, para uma vertente de abordagem comunicativa, materiais que considera de apoio ou suporte para o professor, ou seja, materiais “fonte”, não considerados auto-suficientes para o ensino/aprendizagem de um língua, mas, sim, dependentes dos insumos do professor e dos alunos como complementos necessários para mover a engrenagem de interação comunicativa.
VARELA, S.M. O efeito retroativo do Celpe-Bras no curso de português para estrangeiros de uma universidade brasileira. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Nacional de Brasília. Brasília, 2002.
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VINECKY, V. Tarefas comunicativas no ensino de português como outra língua. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Nacional de Brasília. Brasília, 2003.
Resumo: O trabalho pretende avaliar o uso de materiais instrucionais, orientados pela abordagem comunicativa, que foram planejados para o ensino de português a não-nativos. Analisa também o desempenho de seis estudantes estrangeiros ensinados por meio desses materiais em um curso de português. Os registros da pesquisa foram colhidos na observação participante e no exame das respostas dadas pelos estudantes às tarefas comunicativas escritas, propostas em sala. Os resultados da análise evidenciaram que: (1) o material utilizado é composto por tarefas que se assemelham às ações da vida real; (2) as tarefas propostas foram projetadas a partir de material autêntico (jornais, entrevistas televisivas etc.); (3) a realização das tarefas promoveu uma comunicação interativa; (4) as tarefas foram utilizadas em sala de aula da mesma forma que na aplicação do exame, controlado, inclusive, o tempo, como no momento da interação face-a-face; (5) a resposta dos alunos às atividades propostas deu-se naturalmente, mesmo quando não é o enunciado esperado.
XAVIER, G.R. Aquisição do português brasileiro por um falante chinês. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1999.
Resumo (na íntegra):Este trabalho analisa os estágios iniciais de aquisição do português brasileiro como segunda língua. O fenômeno sintático adotado para a realização desse estudo foi o Parâmetro do Sujeito Nulo. Procurou-se responder às questões: Há algum tipo de interferência do inglês para a aquisição do PB no que se refere ao parâmetro pro-drop? Existe transferência do chinês para o PB? Ou seja, o estado inicial de aquisição do PB, como L2, por Johny deve ser considerado como o estado final de sua L1? Ou a GU seria o estado inicial para a aquisição do PB? Supondo que sujeito nulo define pelo menos dois subtipos de línguas, o que tem o sujeito identificado pela concordância e o que o identifica pelo tópico, levantou-se a hipótese de que, inicialmente, o sujeito dessa pesquisa vai apresentar sujeito nulo com concordância unipessoal, como no chinês, e, só posteriormente, com base nos dados do input, vai remarcar o parâmetro para o pro-drop do português brasileiro, a partir da aquisição da concordância dessa língua. A análise dos dados mostra uma primeira fase em que o nulo aparece apenas como sujeito de verbo de terceira pessoa não-marcada, com referência de primeira, segunda ou terceira pessoa, e uma segunda fase que evidencia a presença do sujeito nulo para verbo marcado em primeira pessoa. Verificou-se que Johny não está tomando como base, para a aquisição do PB, o parâmetro do inglês já que essa língua não permite sujeitos nulos. Quanto à segunda questão, concluiu-se que não se pode decidir se o aprendiz está utilizando a GU como opção “default”, ou sua L1, o chinês, já que se assumiu que o pro-drop do chinês é o próprio “default”.
Palavras-chaves: Aquisição de Segunda Língua; princípios e parâmetros; sujeito nulo e concordância.
WEISS, D.B. Ensino do artigo em cursos de português para japoneses. Dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1994.