
Cientista de férias - SQN. I
Cientistas de "férias" – mesmo?
Desde sempre, a Serra do Mar me fascina. Não foi por acaso que escolhi passar alguns dias no litoral norte de São Paulo, na região da Juréia–Itatins, acompanhado da minha esposa.

Admirando as cachoeiras que brotam no alto da serra, uma pergunta inevitável surge: de onde vem tanta água, surgindo ali em cima sem cessar? Afinal, parece quase um "milagre hidráulico" — a água, sem bombas, sem motores visíveis, simplesmente brota e despenca morro abaixo até o mar.

Curiosamente, estudos recentes usando tecnologias como radar de penetração no solo (GPR) revelaram que, em cadeias montanhosas tropicais como a Serra do Mar, as redes subterrâneas de água são muito complexas. Não é apenas "água descendo" — é um sistema dinâmico, onde variações de pressão atmosférica e até microterremotos reconfiguram constantemente as rotas da água no subsolo.
Assim, da próxima vez que você vir uma cachoeira surgindo de uma parede rochosa, pense: ali está uma pequena janela para um sistema intrincado, vivo e em constante mudança que opera sob nossos pés — dia e noite, faça sol ou tempestade.
Este post é uma versão atualizada do que escrevi em 2014.