Mostra virtual relembra Campinas dos anos 60
Em 19 de outubro de 1960, Campinas abria uma década de transformações com a inauguração do Aeroporto Internacional de Viracopos. A despedida do bonde (foto), registrada pelo fotógrafo V-8 em 1968, foi um misto de festa e saudades. Também na década de 1960, mais precisamente em 1967, Carmen Silvia Ramasco ganhou o título de miss Brasil e o nadador José Silvio Fiollo bateu o recorde mundial. Ainda nesta época, a população campineira experimentou a alegria de freqüentar o Theatro Municipal e a tristeza de assistir à sua demolição. São fatos registrados em fotos por expoentes da fotojornalismo de Campinas, memórias de uma década que deu de presente à cidade também a criação de uma instituição de ensino superior, a Unicamp, fundada em 1966. O material iconográfico, com mais de 30 documentos, está reunido na mostra virtual A cidade em cena, que está no ar desde o dia 1º de agosto: http://www.ano40.unicamp.br/mostra_cmu/expo_a_cidade_em_cena.html
Parte do programa dos 40 anos da Unicamp do Sistema Central de Arquivos da Unicamp (Siarq), a exposição produzida por Cássia Denise Gonçalves, responsável pelo Laboratório de Iconografia do Centro de Memória Unicamp (CMU), tem como objetivo mostrar os acontecimentos mais pertinentes da década de fundação da Unicamp. “É um trabalho de memória, que não tem o objetivo de contar a história da cidade, mas reunir fatos que a mobilizaram na época”, explica. Em alguns momentos, as legendas são usadas para fazer uma comparação entre o desenvolvimento da cidade e os primeiros anos da Universidade. A foto panorâmica foi totalmente mapeada para orientar os visitantes.
CD divulga vida e obra da poetisa Hilda Hilst
A casa onde Hilda Hilst passou os últimos anos de sua vida, no distrito de Barão Geraldo em Campinas, compõe um dos cenários do documentário Hilda Hilst: Casa do Sol Viva, produzido pela pós-doutoranda da Unicamp Cristiane Grando e pelo artista visual Leo Lobos. O DVD servirá como material de apoio em cursos e conferências a ser ministrados por Cristiane Grando. O objetivo é divulgar a obra da escritora Hilda Hilst e a instituição em escolas e universidades. No vídeo, Hilda aparece entre as coisas de que mais gostava: os livros e os cachorros. “Se me perguntassem o que eu queria levar para uma ilha deserta, eu responderia meus livros e meus cachorros. Não levaria homem nenhum”, disse em uma de suas entrevistas, numa sala repleta de livros.
A poetisa dizia ser movida a inspirações e criticava um autor que dizia que isso não existe. “Ele é muito chato. Todo mundo que escreve textos poéticos acredita na inspiração. Às vezes, tava tomando banho e saía nua porque era muito rápido tinha de escrever... Chegava a ficar com febre para escrever”.
A crítica da poetisa ao mercado editorial brasileiro sempre foi intensa. “No Brasil ninguém liga para o escritor. Pra mim só ligaram depois de 60 anos. Sinto muita pena dos escritores pobres porque não têm chance”, confessa.
“Hilda Hilst foi uma das mulheres mais originais de sua época”, diz Cristiane Grando. Para ela, a poeta, dramaturga e ficcionista com mais de 40 obras publicadas é uma das vozes fundamentais da literatura brasileira do século 20. O DVD Hilda Hilst: Casa do Sol Viva é mais uma das tantas homenagens realizadas nos últimos tempos em forma de leituras, encenações, estudos de graduação, mestrado e doutorado no brasil e no exterior.