| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 334 - 21 a 27 de agosto de 2006
Leia nesta edição
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Medicina Integrativa
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20 anos de vestibular
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Transtornos alimentares
Fotojornalismo opinativo
 

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Objetivo é promover o diálogo entre colegas
das diferentes áreas e apresentar produção à sociedade

Encontro de Pós-Graduandos
do IFCH faz
frente à tendência
de especialização cega

O professor Marcos Nobre, coordenador do Encontro de Pós-Graduandos do IFCH: mesas organizadas de maneira a permitir o diálogo entre as diversas áreas (Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)Acontece de 22 a 24 de agosto, nos auditórios do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, o II Encontro de Pós-Graduação do IFCH. O professor Marcos Nobre, coordenador do evento, enfatiza que o objetivo primeiro é promover maior integração e diálogo entre os estudantes de pós-graduação e abrir à comunidade acadêmica a discussão das pesquisas realizadas na unidade. Durante três dias serão apresentados 106 trabalhos, previamente selecionados, em vinte mesas coordenadas por um docente, abrangendo as áreas de Filosofia, História, Antropologia Social, Demografia, Relações Internacionais, Ciência Política e Ciências Sociais.

Programação de três dias traz
conferências e mesas com 106 trabalhos

As mesas são organizadas de forma a permitir o diálogo entre essas várias áreas e rompem a limitação das relações intra-disciplinares, muito comuns nos eventos de pós-graduação. O professor destaca ainda a importância de fazer chegar à sociedade a produção do Instituto, bastante diversificada e de nível muito bom. “O Encontro tem objetivo contrabalançar tanto a tendência a uma especialização cega como a de um declínio do diálogo interdisciplinar. Existe ainda a satisfação particular de mostrar para a sociedade brasileira que o dinheiro que ela investe aqui é bem empregado”, afirma.

A programação deste ano traz conferencias plenárias com dois convidados importantes: o professor Fernando J. Cardim de Carvalho, da área de economia da URFJ, falará sobre “Uma agenda para o Brasil”, tema bastante próprio para um ano eleitoral; e o professor Ismail Xavier, da área de cinema da ECA-USP, abordará “A figura do ressentimento no cinema brasileiro contemporâneo”. Na entrevista que segue, Marcos Nobre oferece mais detalhes sobre a natureza do evento.

(Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)Jornal da Unicamp – Como surgiu a idéia do Encontro?
Marcos Nobre –
O Encontro de Pós-Graduação do IFCH têm por objetivo contrabalançar tanto a tendência a uma especialização cega como a de um declínio do diálogo interdisciplinar. Estudantes de pós-graduação têm tido relativamente boas oportunidades para apresentar trabalhos em encontros disciplinares, mas, no mais das vezes, defendem seus mestrados e doutorados sem oportunidade de um diálogo com colegas de outras orientações disciplinares. Por essa razão, a idéia que norteia o Encontro é a de fomentar o diálogo interdisciplinar, reunindo em uma mesma mesa de comunicações estudantes de Filosofia, História, Demografia, Sociologia, Antropologia, Ciência Política e Relações Internacionais.

A partir da segunda metade da década de 80, com a criação de vários institutos, se aprofundou velozmente aqui na Unicamp as especializações na área de Ciências Humanas, o que levou ao declínio do debate e do intercâmbio interdisciplinar, embora a prática interdisciplinar tenha se revelado mais que nunca essencial para a compreensão do momento presente. A especialização é sem duvida necessária e potencialmente benéfica para a produção do conhecimento, mas ela pode significar uma ruptura dos laços com outras orientações disciplinares e com a cultura em geral, sob pena de levar a um conhecimento de curto alcance e interesse.

Além disso, no ano em que a Unicamp completa 40 anos, parece mais que oportuno levar a publico a produção intelectual discente do IFCH. Mais que um prazer para nós intelectuais, constitui um dever da universidade pública dar a conhecer os resultados de investigações financiadas pela sociedade brasileira.

JU – Os resultados do primeiro encontro corroboram esses pressupostos?
Nobre –
Fiquei muito feliz com o resultado do encontro do ano passado porque ao reunir em uma mesa estudantes de varias áreas ocorrem convergências que seriam inimagináveis. Há casos de estudantes que recebem orientações disciplinares diferentes, que estudam objetos que estão muito próximos, mas não sabiam disso e nem se conheciam. O encontro permitiu a aproximação e o conhecimento do trabalho do outro, possibilitou que essas pessoas conversassem e pudessem trocar experiências. Dessa troca de experiências nasceram novos cursos de graduação, formaram-se grupos de discussão e isso foi muito bom. Além disso, o encontro constitui uma oportunidade única para quem deseja se inteirar do que está sendo feito no IFCH em todas as disciplinas.

O Encontro permite trazer a público o que se faz e a qualidade do que se faz aqui. Racende o debate, além dos limites de cada área ou disciplina, e oferece a quem se interessar a oportunidade de inteirar-se, durante três dias, a respeito do que possuímos em termos intelectuais.

JU – Que critérios orientaram a organização?
Nobre –
Todos os trabalhos foram submetidos em junho e selecionados pela Comissão de Pós-Graduação do IFCH, constituída pelos coordenadores das nove subcomissões a que estão afetos os nove programas de pós-graduação da unidade. Pedimos que os trabalhos fossem apresentados da forma mais sucinta possível e por isso limitamos o número de paginas a dez, o que também ajuda o pós-graduando a organizar uma apresentação compacta. Solicitamos clareza na exposição, o uso de jargões no limite do estritamente necessário para facilitar a compreensão pelos colegas de outras áreas. Todos os trabalhos estão disponíveis na página de pós-graduação do IFCH, vão ser entregues em CD aos participantes e, além disso, se houver recursos, terão versão impressa.

JU – O que se pretende com as conferências plenárias?
Nobre –
A idéia que as orientou foi a de trazer para o evento pesquisadores de excelência, que trabalhem em áreas que não temos aqui, mas cuja atuação tem um dialogo com áreas do IFCH.. É o caso do professor Ismail Xavier, da ECA-USP, que vai falar sobre cinema em uma abordagem que tem uma relação muito estreita com história e ciências sociais. Outro critério que orientou a escolha desses conferencistas é que abordassem temas do momento atual. Xavier vai mostrar como o cinema brasileiro reflete a nossa sociedade no momento atual. Já o professor Fernando Cardim de Carvalho, da URFJ, vai mostrar a encruzilhada em que nos encontramos como país, e quais as alternativas que podem ser vislumbradas neste momento eleitoral.

PROGRAMAÇÃO

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