O supervisor de obras da Linha 4 Amarela, Jelson Antonio Siqueira, explica que o total da obra compreende 12.800 metros, mais o pátio de manutenção. Essa linha ligará o bairro da Luz ao bairro de Vila Sônia, na Zona Oeste, passando pela região da Consolação, avenida Paulista e Pinheiros. Será implantada em duas etapas: a primeira prevê a construção e inauguração de seis estações: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz; estrutura das estações intermediárias Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis; construção e inauguração do pátio de manutenção Vila Sônia. A segunda prevê o acabamento e a inauguração das estações intermediárias: Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis; construção e inauguração de duas estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.
Haverá integração com as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha nas estações Luz, Paulista, e República, respectivamente. Desse total, 6.200 metros serão escavados por uma tuneladora Shield com frente balanceada. “Essa é a máquina mais moderna atualmente”, explica Jelson. De acordo com ele, enquanto a tuneladora cava o túnel na parte da frente, a sua cauda executa o revestimento definitivo com sete peças de segmento de concreto pré-moldado, com 1,5 metro de comprimento cada uma, formando um anel. A tuneladora tem capacidade de produção diária de 15 a 30 metros e será operacionalizada por uma empresa italiana especializada. O mapeamento de frente do solo será executado por especialistas franceses. Jelson diz também que o Via Amarela e o Metrô estão instalando uma fábrica no canteiro do Jaguaré, em São Paulo, onde serão produzidos os anéis e toda a logística de apoio. “Essa obra é tão grandiosa que duas mil pessoas, entre profissionais, estudantes e comunidade em geral, já solicitaram visitas à obra”, assegurou Siqueira.
História Em junho de 2003 foi formalizada uma parceria entre a Faculdade de Engenharia Civil,Arquitetura e Urbanismo (FEC) e as empresas Vulkan do Brasil Ltda/Divisão Harex (fabricante de fibras de aço), Fitesa S.A. (produtora de fibras sintéticas), MBT Brasil (fabricante de aditivos para concreto) e Holcim (Brasil) S.A. (produtora de cimento), visando analisar a viabilidade da substituição das armaduras convencionais (barras de aço) por fibras, na fabricação de elementos pré-moldados para revestimento de túneis, uma nova tecnologia ainda não introduzida no Brasil para este tipo de obra. O foco principal do estudo era a possível aplicação da tecnologia na Linha 4 do Metrô da Cidade de São Paulo.
Esta substituição deveria garantir o mesmo nível de segurança para a estrutura, e tinha por finalidades principais eliminar lascamentos das peças durante a fase de execução do túnel, bem como aumentar a durabilidade da estrutura pronta, com a conseqüente redução de custos de manutenção. Durante esta fase de estudos, coordenados por Newton, foram moldadas e ensaiadas peças em escala real no LEM.
Os estudos foram finalizados em dezembro de 2004, concluindo-se pela total viabilidade de emprego desta nova tecnologia. Como conseqüência direta destes estudos pode-se citar os investimentos feitos pelas empresas na melhoria dos equipamentos do Laboratório, por meio de uma nova estrutura de reação com capacidade de carga de 200tf e outros equipamentos para ensaios, com investimentos da ordem de R$ 150 mil, além de resultar em um projeto de iniciação científica e duas dissertações de mestrado, todos já concluídos, uma tese de doutorado em andamento e um artigo publicado em revista científica especializada.
Como fruto também deste estudo, tal solução foi adotada pelo Consórcio Via Amarela, constituído pelas empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Alstom, responsável pela execução da Linha 4 Amarela do Metrô de São Paulo, consórcio este que é assessorado pela Halcrow Group Limited da Inglaterra. O Consórcio contratou, para desenvolvimento de novos estudos, os serviços do LEM e do CT da Unicamp.
Estes estudos, também coordenados pelo professor Newton de Oliveira Pinto Júnior e assessorados pela equipe técnica do CT, chefiada pelo professor Cláudio Bianor Sverzut, deram subsídios à implantação da fábrica de elementos pré-moldados para a construção da Linha 4 do Metrô, tendo sido realizados estudos de dosagem dos concretos reforçados com fibras e simulações das fases executivas do túnel. Nesta nova etapa de pesquisas foram também efetuados investimentos nas instalações do LEM, como a montagem de uma central de vapor para realizar a cura das peças de concreto, simulando as condições que existirão na fábrica de pré-moldados, além de novos equipamentos que foram incorporados ao Laboratório. Novas pesquisas foram iniciadas, estando em andamento mais duas dissertações de mestrado.