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Medicamento: disfunção erétil
O resgate dos lesados
 

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Mecânica computacional simula
performance de componentes automotivos e de compressores

Unicamp forma consórcio com
empresas para aprimorar produtos

LUIZ SUGIMOTO



A engenharia assistida por computador permite simular a performance deO professor Marco Lúcio Bittencourt, da FEM: ciclo reduzido de desenvolvimento de produto torna simulação ferramenta importante componentes e processos mecânicos. Dentro de um mercado com alta competitividade e com ciclos de produção cada vez mais curtos, esta especialidade – também chamada de mecânica computacional – torna-se uma ferramenta importante para as indústrias, que assim podem avaliar no computador os seus produtos através de protótipos virtuais antes de lançá-los para o público. Nesse sentido, a Unicamp é a primeira universidade pública a desenvolver projetos de inovação em parceria com empresas privadas dentro do Consitec – Consórcios Setoriais para Inovação Tecnológica. “O Consitec é uma nova linha de financiamento aberta pela Fapesp, com o objetivo de incentivar uma colaboração de maior duração entre grupos de pesquisa e aglomerados de empresas. Do nosso consórcio participam a Mahle-Metal Leve, Embraco e Thyssenkrupp”, informa o professor Marco Lúcio Bittencourt, do Departamento de Projeto Mecânico da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM).

Consórcio prevê cinco projetos em três anos

Bittencourt, escolhido como diretor do consórcio, está envolvendo doutorandos, mestrandos e alunos de iniciação científica da FEM em cinco projetos – três de interesse de cada uma das empresas e outros dois de interesse comum. “As empresas também participarão com seus profissionais na execução dos projetos. A Mahle e a Krupp são da área de auto-peças e a Embraco é fabricante de compressores para refrigeradores. Elas têm grande interesse na engenharia assistida por computador, pois o ciclo de desenvolvimento de um produto tornou-se bastante reduzido. Os novos veículos e eletrodomésticos, por exemplo, têm sido lançados a cada seis meses”, afirma o professor.

Projetos – Segundo Marco Bittencourt, o projeto com a Mahle-Metal Leve, fabricante de bielas e pistões, envolve o desenvolvimento de um software para análise do circuito de lubrificação de motores. Devido aos requisitos da legislação internacional e brasileira no controle da emissão de poluentes, o problema de lubrificação torna-se mais importante. “Para diminuir a emissão é preciso, basicamente, melhorar a eficiência na queima do combustível, o que implica em níveis cada vez maiores de pressão no motor e torna crítico o problema da lubrificação. O programa oferecerá parâmetros de temperatura e pressão em vários pontos do circuito de lubrificação do motor”, explica.

Para a Thyssenkrupp, por sua vez, interessa estudar o comportamento do virabrequim em relação à vibração e otimização estrutural. A Embraco, que já investe muito em pesquisas sobre a eficiência térmica de seus compressores, agora está preocupada com a integridade estrutural de seu produto. “O objetivo é determinar o comportamento estrutural da carcaça do compressor quando submetido a carregamentos de impacto, como ocorre em uma queda durante o transporte. Testes de impacto são realizados em produtos como câmeras fotográficas, celulares, computadores”, ilustra.

Um dos projetos comuns com as três empresas é a avaliação da performance de aplicativos de engenharia na arquitetura de clusters de computadores. “Colocando-se vários computadores configurados em paralelo, diminui-se muito o custo em comparação à aquisição de um computador de alta performance, além de tornar mais fácil a configuração do cluster”, afirma. O último projeto se refere a um portal na Internet, nos quais alguns aplicativos de engenharia poderão ser compartilhados por pesquisadores e profissionais das empresas. “Por demandarem maiores recursos computacionais, os pacotes de engenharia não podem ser usados através da Internet. Estamos implementando alternativas que permitirão usar alguns recursos pela Internet. O objetivo é estruturar um laboratório virtual”, observa o pesquisador.

Recursos – Bittencourt afirma que os convênios têm duração de três anos, com recursos de R$ 350 mil por ano – R$ 150 mil pelas empresas e R$ 200 mil pela Fapesp, que poderá aportar mais R$ 100 mil anuais a partir de 2005. Pela Universidade, a intermediação do acordo se deu através da Agência de Inovação da Unicamp (Inovacamp), havendo ainda o suporte do Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Cenapad). Embora caiba ao professor da FEM o papel executivo, ele explica que todas as decisões sobre o consórcio partirão de um comitê formado por um representante de cada empresa e um da Unicamp. “Os resultados obtidos no primeiro ano é que levarão a parceria adiante. O objetivo da Fapesp é o de servir mais como indutora do processo, na expectativa de que depois de seis anos o consórcio seja auto-suficiente”, conclui.

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