Feitos a partir de polímeros específicos com propriedades elásticas, os arcos possibilitam a eliminação de uma das etapas mais demoradas do processo, que é a montagem dos dentes individualmente. Em geral, os dentes artificiais são comercializados como elementos unitários, que precisam ser fixados um a um. Assim, os arcos representam uma nova forma de apresentação para os dentes, onde eles se encontram pré-montados e conectados a uma base de suporte constituída de resina, com capacidade de movimentação tridimensional. O material da base também permite ajustar a posição de cada dente, caso haja necessidade de corrigir problemas fonéticos, estéticos ou oclusais. Para o paciente, explica Almenara, a diferença não será perceptível, pois as próteses serão semelhantes.
Normalmente, o processo de confecção de próteses exige cerca de cinco sessões para moldes e ajustes, da primeira consulta até a entrega ao paciente. Isto significa, em média, um mês de trabalhos clínicos e laboratoriais. De acordo com os pesquisadores, o uso dos arcos dentais pré-fabricados facilitará este processo. A vantagem dos arcos dentais, quando aplicados às técnicas convencionais de confecção de próteses, será a redução de mão de obra e do tempo de montagem de dentes. Quando usados em associação com técnicas simplificadas, indicadas para programas públicos de saúde bucal, possibilitarão ainda uma redução significativa de custo.
O projeto multidisciplinar constitui uma resposta à demanda social por próteses dentárias, apontada pelo levantamento epidemiológico (2002-2003) do Ministério da Saúde e pelas projeções da Organização Mundial de Saúde sobre o crescimento do número de desdentados, especialmente entre os idosos. “Pessoas dessa faixa etária são caracterizadas por apresentar pobre saúde bucal, com altos índices de ausência de dentes e próteses mal adaptadas”, argumenta Almenara de Souza Fonseca Silva.