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Pesquisa detecta alterações
em ventrículos de pessoas obesas
sem doenças associadas
O cardiologista José Luiz Ferreira dos Santos mapeou todo o ventrículo esquerdo do coração de 140 indivíduos, obesos e não obesos, e detectou alterações diastólicas em parte do músculo de uma porcentagem de pessoas que apresentavam apenas obesidade, sem qualquer outra doença associada. A pesquisa aumenta o leque de possibilidades de estabelecer a relação entre problemas cardíacos e pessoas acima do peso. Sabendo-se que a obesidade pode evoluir para insuficiência cardíaca, a pesquisa abre uma nova janela de discussão. Segundo Santos, a questão a ser respondida é se as alterações diastólicas identificadas são possíveis marcadores para um futuro quadro de insuficiência cardíaca em obesos.
Abre-se outra janela no debate sobre obesidade e insuficiência cardíaca
A pesquisa inédita foi realizada na Faculdade de Ciências Médicas, com voluntários da cidade de Leme (SP) em diferentes estágios de obesidade e sem hipertensão. Os resultados surpreenderam o cardiologista, cuja idéia inicial era investigar a influência da obesidade sobre o comportamento sistólico e diastólico em cada segmento do miocárdio ventricular esquerdo em adultos. Ao encontrar as alterações, adotou outras abordagens, sob orientação do professor Otávio Rizzi Coelho. Dividindo os voluntários em sete grupos distintos, procedeu a avaliação através da técnica denominada Doppler Pulsado Tecidual, obtendo cerca 6.400 índices alocados em tabelas sobre o comportamento do ventrículo esquerdo em cada um dos segmentos.
José Luiz Ferreira dos Santos explica que decidiu estudar o ventrículo esquerdo porque esta câmara está sujeita a maior influência da obesidade. “Há uma sobrecarga do lado esquerdo por conta do aumento de volume sangüíneo e, portanto, maior impacto”, esclarece. Um estudo prospectivo, que acompanhe os indivíduos obesos que apresentaram as alterações no ventrículo, é fundamental para avaliação dos resultados da dissertação de mestrado do cardiologista.
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