SEU
ESPAÇO
Malhação
Somos alunas do Cefam Campinas, projeto de formação
e aperfeiçoamento do Magistério. Temos acesso
ao Jornal da Unicamp na biblioteca da escola.
Na edição de abril, especialmente a matéria
sobre a produção da TV Globo, Malhação,
chamou atenção do público jovem.
Achamos muito interessante o enfoque dado pela pesquisadora.
Gostaríamos de parabenizar o jornal pela qualidade
das matérias oferecidas e sugerir mais assuntos
ligados à área de educação,
pedagogia e afins para podermos ficar sempre por dentro
do que rola na Universidade nesse setor.
Interessante
também sabermos quais são os resultados
finais ou os andamentos das pesquisas realizadas. Acreditamos
ser de interesse da população em geral,
saber os produtos das pesquisas divulgadas pela Universidade,
que uso a população pode fazer deles, principalmente
na área da saúde.
Espero
que aceitem nossa sugestão.
Parabéns
mais uma vez e obrigada.
Liliane
Souza, Erika, Desiree e Isadora.
Cefam
Campinapinas
Oban
Li a edição especial do Jornal da Unicamp
sobre os 10 anos da descoberta do Cemitério Dom
Bosco, em Perus, SP. Parabéns! Quando descobrirão
a Operação Bandeirantes (Oban)???
André
Mascia
Economista
Racismo
Creio que lhes cabe uma crítica muito importante.
Acho que vocês estão errando sem saber que
estão, por boas intenções e tentando
ser o melhor possível realistas, porém com
um paradigma que já foi ultrapassado.
O que estou dizendo é que vocês estão
participando de palestras, fazendo entrevistas, mas não
estão ouvindo o que as pessoas estão falando
porque ainda estão presos a um senso comum, a uma
concepção de jornalismo que não admite
mudanças...
As
pessoas que vocês entrevistaram e a absoluta maioria
dos pesquisadores dos negros, da questão racial
e do racismo no país não concorda que o
racismo começou quando chegou o primeiro
negro, ou que o negro vive à margem
da história ou, pior ainda, que é
um povo sem história.
Essas opiniões são as mesmas de Fernando
Henrique Cardoso, que num Mais! de 1996 confirmou que
continua achando que os negros são desvãos
da história. Essa opinião dele é
a mesma de todo o grupo mau chamado de Escola Paulista
de Sociologia, da qual fizeram parte Florestan Fernandes
e o professor emérito da Unicamp Octávio
Ianni.
Porém,
tanto antropólogos, como historiadores, sociólogos
e economistas que hoje pesquisam a questão, não
concordam generalizadamente com essa concepção.
E ficam muito frustrados quando vêem manchetes desse
tipo. Principalmente num jornal universitário.
Porque
eles comprovaram e cada vez comprovam mais
que os negros sempre lutaram, sempre fizeram história
(mesmo a partir das margens) e que, por isso mesmo, são
as margens que estabelecem a história central.
Também não dá para afirmar que o
racismo começou no século XVI (quando entrou
o primeiro negro no país). Primeiro, não
era negro, não era país e não era
racismo. O país só começou a se entender
como país por volta de 1821. Negro era uma expressão
ideológica religiosa que significava não
iluminado e designava os índios (chamava-se
os africanos de pretos e os negros brasileiros de crioulos).
E, por último, o racismo é uma invenção
do século XIX! Antes disso não se considerava
uma pessoa inferior por causa de sua pele. Mas por sua
crença e atos! E exemplos há de sobra.
Se
quiserem, podem re-entrevistar Suely Kofes e Marisa Correa.
Mas também deveriam entrevistar Célia Marinho,
Bob Slenes, a Lília Schwarz da USP... Há
muita gente.
Eu
tenho uma posição que não é
única. Mas estou pensando seriamente em fazer uma
pesquisa/levantamento sobre como a Imprensa divulga pesquisas
sociais notadamente de História, que é
meu curso porque os erros são inúmeros
e geralmente colocados nas manchetes, pois se fundamentam
numa visão culturalista e evolucionista que impede
que se vejam os progressos nas Ciências Humanas,
que relativizam ainda mais as antigas concepções
sobre o ser humano. Não só uma pesquisa,
mas também um projeto de divulgação
científica na área de humanas.
Claro, não são erros intencionais, mas erros
para mim ideológicos e que permitem, sim, reportagens
e concepções opostas e portanto podem manter
a aparência da imparcialidade. Mas essa
crítica é necessária e um levantamento
também, porque a imprensa nunca publica críticas
como essa, nunca aceita propostas que vão contra
a concepção dominante na redação
e nunca relativizam suas posições.
Agradeço muito a oportunidade e deixo aqui registrado
que muita gente e a grande maioria dos pesquisadores de
humanas gostaria de ver algumas reportagens enfocando
também essas mudanças de modo de ver (ou
de paradigmas como se diz, num termo já
tido como estúpido) e modos de estudar a realidade
humana.
Warney
Smith
Aluno do Instituto de Filosofia
e Ciências Humanas (IFCH)
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Arte
Sou aluno da graduação em artes plásticas
na Unicamp. Eu tenho apenas uma pergunta: por que sempre
o Instituto de Artes é retratado no seu jornalzinho
como uma escolinha de artesanato? Talvez por ignorância
da parte de quem produz essa publicação,
mas arte é um trabalho sério e é
antes de tudo um trabalho intelectual.
No
último jornal (Semana da Unicamp 143) tem uma reportagem
sobre a arte da caligrafia. Vocês conseguem
perceber que isso é somente uma questão
técnica? Por que vocês nunca comentaram por
exemplo sobre a peça Primus, dos alunos
do IA, que foi um destaque no festival de Curitiba e ganhou
espaço na revista Bravo (que para explicar
para vocês trata-se de uma revista especializada
em arte).
Nós
já sofremos preconceito dentro da Unicamp: falta
de professores, prédios caindo aos pedaços
e comumente ouço comentários de que dinheiro
para o IA é grana jogada fora. Vocês poderiam
colaborar mostrando que investimento na cultura é
essencial, e que arte é política, que produz
conhecimento e que transforma o ser humano em pes-soas
mais plenas, mais desenvolvidas, enfim, em pessoas melhores.
Gabriel
Braga
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