Semana da Unicamp
FEF e FEQ têm novos diretores
A Faculdade de Educação Física (FEF) e a Faculdade de Engenharia Química (FEQ) têm novos diretores. Ambos devem permanecer em seus cargos até 2006. Na FEF, o professor Roberto Rodrigues Paes assumiu o lugar do professor Pedro José Winterstein. Terá como diretor associado o professor José Júlio Gavião de Almeida. Para a direção da FEQ, assume o professor Milton Mori, em substituição à professora Maria Regina Wolf Maciel. Mori terá como associado o professor Osvaldir Taranto.
Roberto Paes, que por mais de duas décadas atuou como jogador no basquete de Campinas, disse que "há muitos projetos interessantes aqui na Faculdade e pretendemos desenvolvê-los da melhor maneira possível". Um desses projetos é a construção de um novo ginásio para o desenvolvimento de atividades corporais, que inclui uma sala de musculação destinada tanto aos alunos de graduação e de pós-graduação como aos alunos de extensão.
Além disso, a unidade tem ainda uma série de projetos de extensão voltados para diversas modalidades esportivas como natação, basquete, ginástica e dança aeróbica. É nesses projetos que o novo diretor da faculdade pretende investir, tanto em termos de verbas quanto no que se refere ao elemento humano. Roberto Paes vai administrar uma unidade com 1.091 alunos, sendo 581 de graduação (diurno e noturno), 180 de pós-graduação e 330 de extensão.
Formado em educação física pela PUC-Campinas, Paes manteve os primeiros contatos com a Unicamp em 1985, quando trabalhou na Assessoria Técnica à Reitoria para Educação Física. Paes fez pós-graduação na Unimep, na área de Filosofia da Educação, e concluiu o mestrado em 1989. Em 1996, concluiu o doutorado na área de Metodologia do Ensino na Unicamp. Mais tarde entrou para o corpo docente da FEF, respondendo pela disciplina de Pedagogia do Esporte. Ex-jogador de basquete, passou por seleções paulistas e brasileiras de categorias menores e também pelo basquete português. Em 1985, iniciou o trabalho como técnico de basquete, estreando na equipe principal do Tênis Clube de Campinas. Robertão, como é conhecido, também ocupou cargos no Departamento Municipal de Esportes de Campinas.
FEQ - Entre as principais propostas do novo diretor da FEQ, professor Milton Mori, está a reformulação do curso de engenharia química. Segundo ele, o conteúdo não é alterado há 27 anos, razão suficiente para proceder mudanças necessárias. Como exemplo, cita que em várias faculdades do País os alunos são liberados para realizar estágios em outros Estados. Na Unicamp, no entanto, por causa das disciplinas obrigatórias, o aluno só consegue desenvolver o trabalho em indústrias da região.
Mori também pretende desenvolver uma gestão marcada pelo diálogo e maior participação da comunidade local na implantação das propostas. "Acredito que podemos melhorar ainda mais o desempenho da faculdade com uma construção coletiva", diz ele. Mori já esteve na diretoria da FEQ no quatriênio 1990-1994. Desta vez, ele fica no cargo até 2006 e terá como diretor associado o professor Osvaldir Taranto.
Na pós-graduação, o novo diretor coloca como prioridade o fortalecimento da produção científica. Atualmente , a faculdade está entre as melhores do País, de acordo com a avaliação da Capes: conceito "A" e nota 6. "Queremos alcançar a nota máxima, ou seja, 7". Na extensão, o novo diretor pretende implementar quatro novos cursos e aumentar a oferta de cursos gratuitos para alunos de graduação. Desburocratizar e informatizar as ações administrativas e implantar uma política de qualificação para os funcionários também fazem parte de seu programa de gestão. "Se um funcionário necessita ser reciclado em determinada área, por que não incentivá-lo a fazer?
O professor Milton Mori coordena, atualmente, o Grupo de Excelência da Petrobras em Fluidodinâmica Computacional e já coordenou ao longo de sua carreira acadêmica 51 projetos de pesquisa financiados por indústrias como Rhodia, Ripasa, Votorantim e Basf e por agências como CNPq, PADCT, Finep, Fapesp, entre outras. É PhD em Engenharia pela North Carolina State University (1983) e atua como diretor da revista "Brazilian Journal of Chemical Engineering". Orientou 25 teses, sendo quatro de doutorado e 24 projetos de iniciação científica.
Biblioteca Central investe para
facilitar consulta de deficientes
A Biblioteca Central da Unicamp investe em projetos de acessibilidade ao público interno e à sociedade. Recursos liberados depois de aprovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) deram início ao projeto, com a aquisição de equipamentos para locomoção de usuários portadores de necessidades especiais e softwares com áudio para viabilizar a pesquisa de deficientes visuais.
Segundo Valéria Martins, assessora técnica de planejamento da BC, a sala abriga equipamentos de ponta como a impressora Embosser, 4x4, Pro 340, PPH, programada para imprimir em tamanho brochura materiais de pesquisa, livros e até partituras em braille. O usuário tem como opção também o sistema CCTV portátil modelo TVI zoom. O aparelho funciona como um mouse com uma lente que permite transportar as informações grafadas em uma página para o monitor do computador. Depois de gravar as informações, o material pode ser impresso na Pro 340. O projeto privilegia também a clientela com visão subnormal, com a oferta de lentes de ampliação, lupas e réguas ampliadoras para leitura de livros.
Além do DOS Vox, velho conhecido dos usuários, estão disponíveis os softwares Virtual Vision e Zoomtextra, nível 2, com scanner OCR incorporado. Alguns alunos orientados pelo funcionário Otoniel Feliciano já dominam sozinhos os programas e os equipamentos. Segundo Raquel Fullin de Mello, diretora de serviços ao público, os equipamentos já são muito bem explorados pela aluna Fabiana Bonilha, do curso de música do Instituto de Artes da Unicamp. Raquel acredita que a aquisição facilita até mesmo a vida de usuários que mantêm o software em casa. "Eles podem adiantar as pesquisas aqui, pois os equipamentos permitem uma navegação mais rápida."
Considerado um dos melhores encadernadores da Unicamp, Roberto Anadão, funcionário da BC, garante que o programa facilita a vida do deficiente e pode contribuir muito com seu trabalho. Os programas são utilizados por ele para a redação de textos. Ele explica que tem como referência para redação o traço localizado sob a letra F do teclado. "A partir daí, a gente pode realizar o trabalho", afirma. Segundo Raquel, o irmão do funcionário, João Baptista Anadão, também deficiente visual, é analista de sistemas na Sul-América de São Paulo e participará do programa de treinamentos para usuários. "Este é um dos melhores programas de voz existentes no Brasil", afirma Anadão.
Uma espécie de cadeira de rodas rolante, chamada star-trac, permite a condução de estudantes pelas escadas da Biblioteca Central, que em sua arquitetura, segundo o diretor Luiz Atílio Vicentin, não oferece meios de facilitação ao acesso de usuários deficientes. "O projeto será ampliado. Ainda não temos sanitários para deficientes e nem mesmo rampas de acesso." A cadeira evacu-trac é utilizada em casos que exigem primeiros socorros, como desmaio e mal-estar. As cadeiras são mecânicas, funcionam a bateria, por isso exigem o mínimo esforço do condutor. Se precisar fazer uma parada de um degrau a outro, a cadeira fica fixa, sem oferecer risco de quedas. Os projetos têm agradado não só aos usuários, mas também a alguns funcionários, como a bibliotecária Vera Lúcia de Lima. Há oito anos na área de obras de referência, ela deseja realizar cursos para atender usuários com necessidades especiais.