A idéia, segundo a coordenadora, é buscar parcerias e abrir novas frentes de atuação que contribuam para melhorar a qualidade de vida na comunidade. “Estamos em vias de implantar uma estação de atendimento no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), onde poderemos acolher a demanda da área hospitalar. Também há interesse da Biblioteca Central e outros órgãos em locais estratégicos. Isso possibilitaria atender a comunidade local, uma vez que muitos não participam das atividades devido à distância”, comemora Antonia Bankoff.
Desde que foi implantado, em maio de 2004, o Mexa-se realizou quase 19 mil atendimentos, numa média de 48 registros diários, na tenda instalada na Praça das Bandeiras. De aferição da pressão arterial até exercícios monitorados e terapia com indicação médica, várias atividades compõem o atendimento feito por uma equipe de 25 profissionais, bolsistas e colaboradores das áreas de Educação Física e Fisioterapia. De acordo com o coordenador do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), professor Edison Bueno, o programa não se restringe a oferecer atividades físicas para portadores de doenças e grupos com fatores de riscos de desenvolver patologias, a proposta é também proporcionar um espaço de convivência na Universidade. “De tão óbvio, a integração com outras pessoas e o convívio social, muitas vezes, não é exercitado. É benéfico conhecer pessoas de outras áreas”, argumenta.
Avaliando a saúde O balanço realizado pela coordenação do programa nos dois anos de funcionamento aponta que os problemas ortopédicos são os mais freqüentes. Dentre os atendidos com algum tipo de mal ortopédico, 29,51% são público feminino e 26,31% do masculino. As dores no pescoço são as mais percebidas por 27% das mulheres e 14,4% dos homens. Na seqüência vêm as dores nas costas, em 25% das mulheres e 22,36% dos homens. As participantes do sexo feminino são as que mais tomam medicamentos, 63,7%, contra 57,5% dos homens.
Como aspecto positivo, o estudo apontou que 33,9% dos participantes procuraram o programa para melhorar a qualidade de vida e 28,5% têm consciência da importância da prática de atividade física. Essas informações devem orientar as ações nos próximos meses. A professora Antonia Bankoff indica, por exemplo, que os números poderão direcionar quais áreas de atuação mais adequadas. “Existe, em alguns casos, uma associação de fatores para que o funcionário não desenvolva bem suas atividades”, explica. Segundo a coordenadora, há intenção de ampliar o número de pessoal envolvido no atendimento e melhorar a estrutura física.
Dia de baile Dona Carmen Vitália Intaschi venceu um de seus maiores desafios ao participar do Mexa-se: voltou a andar após um acidente vascular cerebral ocorrido em 2002. O mesmo aconteceu com o pára-atleta e aluno especial da Faculdade de Educação Física (FEF) Paulo Sérgio Nave que, mesmo com o lado direito do corpo comprometido em virtude de uma paralisia cerebral, conseguiu dar os primeiros passos de dança de salão freqüentando as aulas na tenda. Além da dança, Nave participa de outras opções que o programa oferece. Já Maria Cristina de Mello, funcionária da Diretoria Geral de Recursos Humanos, padecia ao freqüentar os bailes, pois não sab ia os passos e ficava envergonhada quando alguém a tirava para dançar. Com as aulas semanais no Mexa-se isso acabou e em maio último, no baile do Dia das Mães perto de sua residência, Maria não ficou parada no salão.