Testes realizados em voluntários sadios de ambos os sexos apontaram uma alternativa de medicamento genérico para o tratamento da epilepsia. Como a doença exige um acompanhamento periódico e a ingestão contínua de remédios, é importante criar condições de baratear o custo dessas formulações para os portadores da enfermidade sem condições financeiras de arcar com uma despesa mensal que, em geral, varia entre R$ 50 a R$ 120, considerando os produtos disponíveis no mercado. No caso de medicamentos genéricos este custo poderia cair para 40% do valor, dependendo da formulação.
O psicólogo Sandro Evandir de Oliveira realizou pesquisa de mestrado na Faculdade de Ciências Médicas, orientada pelo professor Gilberto De Nucci, em que visou comparar a biodisponibilidade de duas formulações da substância oxcarbazepina em comprimidos de 600 mg, produzido por laboratório brasileiro. No trabalho, Oliveira comparou a formulação de referência disponível no mercado com as combinações do medicamento genérico, e constatou resultados favoráveis à utilização do genérico.
A epilepsia tem uma das suas maiores incidências nos países em desenvolvimento, sendo que no Brasil ela alcança 3 milhões de portadores dos distúrbios. Trata-se de um mal crônico em que o portador depende de medicamentos por vários anos. Um problema, no entanto, é o mito em relação aos medicamentos genéricos quanto à sua eficácia para o tratamento adequado. Neste sentido, os testes realizados pelo psicólogo abrem caminho para uma comprovação científica da qualidade do produto. “O custo do genérico é muito mais baixo. Mas existem as exigências da legislação quanto ao controle de qualidade e de testes de equivalência e bioequivalência que garantam a eficácia do medicamento”, explica Sandro Oliveira.