A luteína é encontrada em abundância nas folhas verdes e a zeaxantina na fruta de nome piqui. No entanto, dentre os mais de cem alimentos já analisados no Brasil, o milho é o único que concentra em quantidades significativas essas duas substâncias relacionadas à proteção contra a catarata e a degeneração macular associada à idade. Giovanna de Oliveira explica que quanto maior a ingestão de alimentos ricos nesses carotenóides, menor a probabilidade de desenvolver tais doenças. Isso porque o acúmulo desses carotenóides acontece seletivamente na região central da retina. “Há também a questão do Brasil ser o terceiro maior produtor mundial do grão, além do milho ser um dos alimentos populares, consumido por todas as camadas sociais”, argumenta.
Para chegar aos resultados, a pesquisadora fez dezenas de análises, orientada pela professora Delia Rodriguez Amaya. Para cada derivado ela escolheu as principais marcas do mercado e para cada marca foram analisados cinco lotes distintos, a fim de que o trabalho oferecesse número de amostras representativas. No caso dos pratos típicos, como curau, polenta frita e cozida e pamonha, os teores de carotenóides foram baixos. Segundo a pesquisadora, nestas receitas, o milho é apenas um dos ingredientes, que pode ser adicionado em maior ou menor quantidade.
No milho enlatado as concentrações ficaram em torno de 0,56 a 4,12 microgramas por grama de luteína e 7,10 a 22,90 de zeaxantina. Já nos cereais matinais, tipo corn flakes, os teores para luteína encontrados foram 1,83 a 4,88 microgramas por grama e de zeaxantina, 7,57 a 16,24. A fruta piqui, por exemplo, considerada como fonte da zeaxantina, possui concentrações em torno de 7,8 microgramas por grama. Outros dois carotenóides também foram identificados e quantificados no milho e em seus derivados, o betacaroteno e a betacriptoxantina. Embora em pequenas quantidades, são muito importantes, já que podem ser convertidos em vitamina A em caso de necessidade do corpo.