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SERVIÇO
Pela
excelência, sempre
Unicamp implanta auditoria interna visando otimização
dos processos administrativos e dos gastos públicos
RAQUEL
C. SANTOS
Com
a proposta de melhorar os processos administrativos, estimulando
a otimização dos gastos públicos e induzindo
maior transparência aos procedimentos, a Unicamp iniciou
a implantação de um processo de auditoria interna.
Trata-se de uma ferramenta bastante difundida no setor privado
e importante para dotar as unidades universitárias de
maior autonomia administrativa. De acordo com Eda Marçal,
assistente técnica da Pró-Reitoria de Desenvolvimento
Universitário (PRDU) e integrante da equipe encarregada
da implantação da auditoria, essa idéia
não é nova. Desde a década de 70, o professor
Zeferino Vaz, então reitor, já se manifestava
favorável à implantação de um serviço
independente de assessoramento à administração,
que avaliasse planos, metas, políticas e os procedimentos
internos à Universidade.
Passados
30 anos e após várias tentativas de implementar
a auditoria, a PRDU anuncia o embrião de um projeto voltado,
inicialmente, à análise de processos que envolvam
orçamento, finanças, compras, convênios
e patrimônio. Quando se ouve a palavra auditoria,
talvez venha à mente das pessoas ações
que implicam em encontrar erros e aplicar sanções.
Porém, não se trata disso, mas sim de buscar qualidade
nos procedimentos, esclarece Eda, que também é
mestre em qualidade pela Unicamp. Ela explica que a prática
é comum nas empresas que buscam o aperfeiçoamento
de suas atividades e a demonstração de que os
processos andam conforme esperado.
O
que gera o equívoco, em sua opinião, é
uma má interpretação das atividades e atribuições
em relação à auditoria externa. Na Unicamp,
ela é feita pelo Tribunal de Contas do Estado, que tem
a competência de emitir pareceres sobre os números
das demonstrações contábeis e sobre o fiel
cumprimento das leis. A auditoria interna está mais voltada
à avaliação dos sistemas de controle interno,
de caráter essencialmente preventivo, cujo cliente
principal é a Administração Superior da
Universidade.
Estratégias
Foi constituída uma Comissão Técnica
de Acompanhamento, responsável pela supervisão
dos trabalhos de implantação, presidida pelo professor
Mário Ferreira Presser e composta pelos professores João
Frederico Meyer (Diretoria Geral de Recursos Humanos), Paulo
Solero (Secretaria Geral), Lisandro Pavie Cardoso (Pró-Reitoria
de Extensão) e pelos técnicos Reinaldo Calil Filho
(Hospital das Clínicas), Adauto Bezerra Delgado Filho
(Diretoria Geral da Administração) e Eda Marçal
(PRDU). A implantação está a cargo da empresa
de auditoria Audit, que iniciou os trabalhos em setembro último.
Vencedora da licitação que contou com várias
empresas, como Trevisan Auditores Independentes, Boucinhas e
Campos e Delloite Touche Tohmats, a Audit tem sede em Santa
Catarina e conta com uma importante atuação no
mercado brasileiro.
Com
enfoque nos aspectos relacionados à gestão, ao
cumprimento de leis, aos sistemas informatizados e aos sistemas
da qualidade, a primeira fase do trabalho da Audit fornecerá
um mapa geral das funções de orçamento
e finanças, suprimentos, patrimônio e convênios,
no âmbito de toda a universidade. Neste mapa serão
apontados os principais riscos e necessidades de controle. As
áreas que atuam diretamente com essas funções
já estão recebendo visitas e solicitação
de informações. Todos os processos de apoio
às atividades de pesquisa, extensão e ensino poderão
ser objetos de avaliação, explica Adauto
Delgado Filho, também coordenador-adjunto da DGA.
Nova
área A proposta de auditoria interna já
foi apresentada aos diretores de unidades. O trabalho prosseguirá
em ciclos contínuos. Depois de examinados esses primeiros
tópicos orçamento, finanças, suprimentos,
convênios e patrimônio a Audit irá
assessorar a Unicamp nos processos de mobilidade funcional para
identificar, na Universidade, os profissionais que comporão
a nova área, cuja implantação está
prevista para março de 2002. A esta altura já
teremos a definição da estrutura organizacional,
quadro de pessoal, necessidades de infraestrutura, orçamento
e o plano anual de auditoria interna, ficando a cargo da equipe
selecionada e já treinada levar o trabalho adiante,
afirma Delgado.
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Idéia
surgiu em 1972
A
intenção de implantar um serviço de auditoria
interna na Unicamp surgiu em 1972, quando, por indicação
do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub)
para todas as instituições afiliadas, o professor
Zeferino Vaz solicitou um parecer à Administração,
que se manifestou favoravelmente, mas nada aconteceu. Em 1983,
houve nova manifestação por parte da Administração,
ratificando o entendimento de que, para uma instituição
em franco crescimento como a Unicamp, um serviço de auditoria
interna seria indispensável. E, ainda, que tal serviço
não deveria se restringir aos exames contábeis,
mas ter uma forte atuação na melhoria de rotinas
e seus sistemas de controle. Nem assim a iniciativa foi adiante.
Em
1996, o reitor José Martins Filho criou o serviço
de auditoria interna por meio de portaria, decisão precedida
pelo treinamento de algumas pessoas indicadas pela Diretoria
Geral da Administração e outras Unidades, mas
também não se efetivou. Na atual gestão,
por determinação do então pró-reitor
Luís Carlos Guedes Pinto, PRDU, DGA e Aeplan ficaram
incumbidas de tomar as providências necessárias
para a criação da auditoria.
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