Realizada no período de 23 a 27 de agosto, esta foi a terceira missão a países do Cone Sul desde o início da atual gestão. As duas primeiras ocorreram em 2002 e 2003, com visitas a instituições da Argentina e do Chile. “Os resultados foram muito positivos; há um interesse crescente das universidades latinas em estabelecer parcerias com a Unicamp, principalmente na Argentina”, relata o coordenador da Cori, professor Luís Cortez. Além de Cortez, também participaram da missão os pró-reitores de Pesquisa, Fernando Costa, e de Pós-Graduação, Daniel Hogan.
Manifestaram interesse em conhecer o modelo da Inova a Universidade de Montevidéu (UM), no Uruguai, a Universidade de Buenos Aires (UBA), a Universidade Nacional de Litoral (UNL), o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), na Argentina, e o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicyt), no Chile. Essas instituições pretendem formalizar à Unicamp pedidos de apoio e cooperação na área de inovação tecnológica, visando incrementar seus programas de relacionamento universidade-empresa e sobretudo a introdução de uma políticas de parcerias estratégicas.
Na Argentina, o professor Lino Barañao, da Agência Nacional de Promoção Científica, Tecnológica e de Inovação, ligada ao Ministério de Educação, Ciência e Tecnologia, pretende convidar o reitor Carlos Henrique de Brito Cruz para a realização de um seminário com enfoque nas peculiaridades das universidades argentinas. Já o reitor da Universidade de Montevidéu, Mariano Brito Checchi, revelou a intenção de convidar um representante da Unicamp para assessorar a universidade no relacionamento com empresas.
O interesse das universidades latinas pelo modelo da Inova é conseqüência dos resultados alcançados pela Agência. De janeiro a julho de 2004 foram fechados nove contratos que resultaram no licenciamento de 22 patentes destinadas ao desenvolvimento de produtos por empresas privadas. Trata-se de um número de licenciamentos três vezes maior do que o registrado em toda a história da Unicamp e um recorde no meio acadêmico nacional. A Inova foi implantada há apenas um ano.
A missão da Unicamp passou pelas cidades de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba, Rosário e Paraná, na Argentina; Montevidéu, no Uruguai; e Santiago, no Chile. Na Argentina também foram elencadas outras 13 propostas de parcerias em diversas áreas, entre elas uma parceria com a Universidade Del Litoral (UNL) para o intercâmbio de alunos de graduação, e outra que envolve a cooperação para o ensino de português na Universidade de Entre Rios (UNER). “Há um interesse pelo idioma português principalmente nas regiões de fronteira”, explica Cortez.
Segundo o coordenador da Cori, a Unicamp também pretende ampliar a cooperação acadêmica com a Argentina através do Programa de Centros Associados. Voltado para a formação em pós-graduação, o programa é oferecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), enfatizando o intercâmbio de professores e alunos. Atualmente, sete cursos de pós-graduação da Unicamp já obtiveram recursos para realizar cooperação através dos Centros Associados. Para Cortez, o ideal é que cada faculdade mantivesse pelo menos um programa desse tipo, de modo a permitir o intercâmbio de alunos e professores em projetos de parceria. “A Argentina tem um estoque de recursos humanos apreciável”, observa Cortez.
Além da troca de experiências no campo da pós, as universidades visitadas também demonstraram interesse em promover intercâmbio com a Unicamp na graduação. “Este é um tema presente em todas as instituições que visitamos”, conta. A idéia, segundo Cortez, é conseguir apoio externo no campo da iniciativa privada para financiar a mobilidade de alunos da graduação. Atualmente, a Unicamp já mantém 20 alunos na Argentina através de parcerias com a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). Os recursos para esse programa vêm da própria Unicamp e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).
Um dos objetivos, agora, é aumentar para 40 o número de alunos de graduação que participam de programas de intercâmbio. “A diferença é que não nos limitaremos à Argentina”, adianta. Além disso, têm sido realizados contatos junto à Capes para a criação de um programa de apoio à mobilidade estudantil de graduação, a exemplo dos programas Sócrates e Erasmus da Comunidade Européia. Ainda no âmbito de parcerias com outros países, Cortez chama a atenção para quatro editais do CNPq voltados para cooperação internacional. Os endereços dos editais vão no quadro abaixo.