| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 336 - 11 a 17 de setembro de 2006
Leia nesta edição
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Creches se qualificam
como espaços educacionais

RAQUEL DO CARMO SANTOS

 A pedagoga Márcia Pinheiro, que terá a dissertação transformada em livro: “Não causa mais estranheza a mãe deixar o filho na creche” (Foto: Antoninho Perri)Foi-se o tempo em que a creche era estigmatizada como o lugar onde mães “sem coração” deixavam suas crianças para que pudessem trabalhar. Este conceito está mudando e a creche vai se consolidando como um espaço educacional ocupado por profissio-nais especializados e dispostos a se qualificar cada vez mais para oferecer um bom atendimento. A pedagoga Márcia Pinheiro valeu-se da experiência de mais de 15 anos no Sistema Educativo da Unicamp para elaborar um estudo sobre a prática cotidiana da educação infantil na visão das educadoras. Ela observa que atualmente as atividades são amparadas por lei e reconhecidas tanto pela academia como pela sociedade. “Não causa mais estranheza a mãe deixar o filho na creche”, afirma.

Atendimento aos bebês de mães ‘sem coração’ é aprimorado

A dissertação de mestrado “A formação profissional na prática cotidiana: o que nos contam as educadoras” teve a orientação da professora Ana Lúcia Guedes Pinto e foi apresentada na Faculdade de Educação. Márcia Pinheiro compara o trabalho desenvolvido na Creche da Área de Saúde da Unicamp, onde atua como pedagoga, e de outra creche da cidade que atende a mesma faixa etária. A pesquisa pauta-se em relatos orais de educadoras e mães, e não visou comparar a qualidade do atendimento em cada creche, mas sim apontar as diferenças e indicar possíveis melhoras das práticas educativas. Parte do trabalho já foi publicado na revista Margens, do Núcleo de Pesquisa da Universidade Federal do Pará, e futuramente todo o conteúdo será transformado em livro.

Márcia Pinheiro explica que a partir da convivência das crianças é possível transmitir conceitos e promover um aprendizado. A piscina, por exemplo, proporciona o contato entre bebês de diferentes etnias, o que dificilmente ocorreria em casa. Elementos como a água e a terra fazem parte das brincadeiras e trazem implícitos regras e conceitos que aos olhos do adulto podem parecer banais, mas que para a criança são fundamentais. Na opinião da pedagoga, existem dois aspectos que são o cuidado e a educação. “Toda pessoa precisa de cuidado. É um sentido amplo. Muitos associam o cuidado na infância apenas à troca de fraldas e hábitos de higiene e refeição”, explica. Nesse sentido, ela propõe a leitura da criança em sua especificidade.

Ao procurar outro referencial para sua pesquisa, Márcia acredita ter dado um salto qualitativo, além de propiciar uma parceria que promete ser duradoura. “Não queria minha pesquisa focada apenas na Creche da Área de Saúde. Existe uma troca de experiências muito boa com a outra creche. Já foram oferecidas palestras de profissionais da Unicamp e vice-versa”, afirma. Assim, educadoras da creche da cidade vêm participando de palestras e oficinas, enquanto a creche na Universidade procura dar maior visibilidade ao trabalho com as crianças. “Estamos preparando um CD com fotos e aprimorando o caderno de recados contendo uma descrição sucinta das atividades educacionais”.

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