A exposição Bibliotecas e outras disciplinas do artista Nelson Screnci acontece na bilioteca Octávio Ianni do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP (IFCH) entre os dias 28 de abril a 03 de junho de 2014.
Abertura: dia 28/04, Ã s 16hs
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Veja o vÃdeo realizado pela RTV da Unicamp no dia da abertura da mostra.
Leia a matéria sobre a exposição no portal da UNICAMP.
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Abaixo o vÃdeo realizado pelo departamento de Eventos do IFCH
A exposição Bibliotecas e outras disciplinas, do artista plástico Nelson Screnci, tem como eixo central a série intitulada justamente Bibliotecas. Nelas, os livros estão organizados meticulosamente em estantes imaginadas ou empilhados, formando verdadeiras paredes-livros.
Trata-se da primeira exposição na qual esta série pode ser vista em um conjunto expressivo. Notório que isto aconteça neste espaço: uma biblioteca, cujo diálogo com suas estantes e seus arranjos mostra, de fato, outros aspectos quando posto em relação à s telas. A paixão pelos livros e pelo local de concentração (do acúmulo dos objetos e da introspecção do leitor) é acentuada neste ambiente onÃrico em que os segredos guardados em cada livro disposto na estante compõem de alguma forma o resultado estético que vemos nas onze bibliotecas-telas integrantes desta exposição.
Cada composição parece estabelecer suas próprias regras e seu próprio mundo mágico. A tela Biblioteca amarela, por exemplo, não exibe estantes aparentes. O local é forrado por estes objetos preciosos, que reluzem naquele universo. A sensação de cheio ou totalidade que estas telas nos oferecem – como elementos decorativos que se repetem – pode ser constatada também em boa parte da produção do artista. Não apenas a totalidade, mas o processo meticuloso dos objetos no espaço ou o rigor disciplinar destas organizações se mostram presentes.
Construções novas ou Predinhos, ambas as obras presentes nesta mostra, poderiam neste aspecto figurar lado a lado das Bibliotecas. Memórias imaginadas. As bibliotecas, cidades ou paisagens vistas na exposição partem da observação. Entretanto, não é a observação direta desses elementos. Antes, é a interpretação buscada na memória do artista. Imagens alocadas e contaminadas por outras, espécie de sÃntese visual onde a disciplina e a ordem são caracterÃsticas fundamentais.
Martinho Alves da Costa Junior, 2014