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Atualidades Manchete

Unicamp terá forte expansão acadêmica e assistencial, prevê relatório

Grupo de Trabalho entrega estudo sobre política de crescimento da Universidade e nova proposta de gestão da área da saúde

Apresentação ao reitor Paulo Cesar Montagner (ao fundo) do relatório com a proposta de expansão da Unicamp (Foto: Antonio Scarpinetti)
Apresentação ao reitor Paulo Cesar Montagner (ao fundo) do relatório com a proposta de expansão da Unicamp (Foto: Antonio Scarpinetti)
Selo Nova Saúde Unicamp

A transformação da área da saúde em autarquia deverá provocar forte expansão nas atividades acadêmicas e assistenciais da Unicamp. Esta é uma das principais conclusões do relatório final do Grupo de Trabalho (GT) designado pela Reitoria para a elaboração de uma proposta a ser levada ainda este ano ao Conselho Universitário (Consu) e, depois, ao governo do estado. De acordo com o estudo, o novo modelo garantirá autonomia administrativa e financeira, sem romper a vinculação acadêmica com a Unicamp.

O relatório aponta que a transformação em autarquia do setor de assistência à saúde da Universidade deverá seguir um modelo já consolidado nas Faculdades de Medicina da USP e da Unesp, em Botucatu. A nova autarquia seria vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES) para fins administrativos e orçamentários, mas se manteria associada à Unicamp para fins de ensino, pesquisa e extensão. Além disso, permaneceria com atendimento integral a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pela proposta, a nova autarquia será denominada Hospital das Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp) e reunirá oito órgãos, entre eles, o Hospital Central (HC) e o Hospital da Mulher.

Complexo HC-Unicamp O complexo HC-Unicamp será formado pelas seguintes unidades e serviços de saúde: Hospital Central - HC Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti - Caism Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo - Gastrocentro Centro de Hematologia e Hemoterapia da UNICAMP - Hemocentro Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas na Infância - Cipoi Centro de Informação e Assistência Toxicológica - CIATox de Campinas Sistema Integrado de Clínicas Odontológicas da Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP - Sicod Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação - Cepre Outras Unidades que vierem a ser instituídas.

A proposta do GT estabeleceu fases de implementação. A expectativa é que a autarquização seja aprovada – nos âmbitos institucional e legal – no primeiro semestre de 2026, que a estruturação administrativa e financeira ocorra entre os anos de 2026 e 2027, e a expansão e a consolidação do projeto, entre os anos de 2027 e 2036.

Na proposta, o GT prevê a criação de novos cursos de graduação e pós-graduação, com a abertura de 1.100 novas vagas até 2030. Essas novas vagas seriam criadas em áreas estratégicas em cursos como Medicina, Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Energia, Engenharia Biomédica, Psicologia, Fisioterapia e Direito.

A previsão é de crescimento contínuo das matrículas de graduação, alcançando 7.700 novos alunos de graduação e 3. 850 alunos de pós-graduação até 2036. Hoje, a universidade conta com 69 cursos de graduação e cerca de 20 mil estudantes. No Vestibular 2026, foram mais de 60 mil inscritos, cerca de 3,5 mil vagas.

De acordo com o relatório, as mudanças vão exigir modernização curricular, com fortalecimento do conceito de interdisciplinaridade e maior integração entre graduação, pós-graduação e programas de extensão.

Além da ampliação das vagas, a expectativa é de contratação escalonada de docentes e novos funcionários técnico-administrativos. A estimativa do GT é que 13.554 novas pessoas sejam incorporadas à comunidade universitária – entre alunos, docentes e técnicos – até 2036.

O relatório alerta ainda para a necessidade de investimentos para a melhoria e ampliação da infraestrutura dos vários campi, assim como um aporte de recursos para garantir políticas de permanência.

De acordo com o relatório, o novo modelo exigirá investimentos em infraestrutura, como a construção e a modernização de prédios, laboratórios, moradias e restaurantes universitários.

Estudo sobre a nova gestão da Saúde na Unicamp, na Câmara
Audiência Pública sobre a gestão da Saúde da Unicamp na Câmara Municipal de Campinas (Foto: Antonio Scarpinetti)

Os investimentos estimados para viabilizar o processo de expansão, decorrerão, segundo o relatório, do alívio gradual da pressão sobre a capacidade de autofinanciamento da Unicamp, já que a Secretaria de Saúde passará a assumir, de forma escalonada, as responsabilidades financeiras relativas às unidades assistenciais. A partir de 2028, está prevista a aceitação gradual do custeio operacional desses serviços, e, a partir de 2031, o início do ressarcimento integral da folha de pagamento dos servidores da área da saúde atualmente vinculados à Unicamp.

O relatório informa que serão asseguradas aos servidores “todas as vantagens e benefícios atualmente recebidos” – como auxílio-transporte, vale-refeição, auxílio-criança, auxílio educação especial, vale-alimentação e auxílio-saúde. Também será garantida a possibilidade de participação em processos formativos, em processos de progressão na carreira e nos prêmios oferecidos pela Universidade.

Hospitais

O relatório lembra que, entre os hospitais universitários do estado de São Paulo, a área da saúde da Unicamp é a única que ainda integra diretamente a estrutura administrativa e orçamentária da universidade. O GT pondera que, embora essa vinculação tenha assegurado excelência assistencial, ela também limita a expansão e a agilidade de investimentos, especialmente quando comparada a instituições que já operam sob modelos de autarquia.

Audiência Pública sobre a gestão da Saúde da Unicamp na Câmara Municipal de Campinas (Foto: Antonio Scarpinetti)
Apresentação da proposta à bancada docente do Conselho Universitário (Foto: Antonio Scarpinetti)

O relatório lembra, por exemplo, que o HC de Clínicas da Unicamp dispõe de 560 leitos para uma população dependente do SUS que chega a 4,2 milhões de pessoas – uma relação de 7.500 pacientes por leito. Já o HC da Faculdade de Medicina de Ribeirão conta com 800 leitos para uma população dependente do SUS de 2,6 milhões de pessoas, numa proporção de 3.300 pacientes por leito. O Hospital de Base de Rio Preto, por sua vez, conta com 900 leitos para uma demanda de 2,4 milhões de pessoas – relação de 2.700 pacientes por leito. Por fim, o HC de Botucatu dispõe de 561 leitos para uma população SUS Dependente de 1,3 milhão, com média de 2,3 mil pacientes por leito.

Impulso

A proposta de autarquização da área da saúde ganhou impulso na primeira semana de setembro, depois de um encontro do reitor, Paulo Cesar Montagner, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Na reunião, o governador deu sinal verde para o início dos estudos técnicos e de planejamento orçamentário, levando em conta um prazo de transição de 10 anos para a ampliação dos cursos, após a transformação da Saúde em autarquia.

A proposta do GT deverá ser submetida ao Consu e, se aprovada, será levada ao governo estadual para implementação.

Expansão Acadêmica Criação de novos cursos de graduação e pós-graduação, com 1.100 novas vagas até 2030. Previsão de +7 mil novos alunos de graduação e +3.550 alunos de pós-graduação até 2036. Contratação escalonada de docentes e funcionários PAEPE (técnico-administrativos). Modernização curricular, interdisciplinaridade e integração entre graduação, pós e extensão. Novos cursos em áreas estratégicas como Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Energia, Eng. Biomédica, Psicologia, Fisioterapia e Direito.

Texto da imagem: Expansão Acadêmica Criação de novos cursos de graduação e pós-graduação, com 1.100 novas vagas até 2030. Previsão de +7 mil novos alunos de graduação e +3.550 alunos de pós-graduação até 2036. Contratação escalonada de docentes e funcionários PAEPE (técnico-administrativos). Modernização curricular, interdisciplinaridade e integração entre graduação, pós e extensão. Novos cursos em áreas estratégicas como Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Energia, Eng. Biomédica, Psicologia, Fisioterapia e Direito.

Confira as principais dúvidas sobre o processo:

Foto de capa:

Audiência pública realizada na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo em outubro. Foto\ Alesp
Audiência pública realizada na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo em outubro (Foto: Assembleia Legislativa/Alesp)
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