Os resultados de pesquisas científicas precisam ser divulgados. A disseminação do conhecimento é o que dá sentido à ciência. A maneira usual de consolidar todo o processo de pesquisa é através da publicação em revistas científicas com seus comitês e assessores que avaliam a originalidade, a qualidade e o rigor dos trabalhos. A ciência perde, se o que vier a público não seguir os padrões que foram sendo construídos durante séculos. Mas esse processo de avaliação é demorado e, igualmente importante para a ciência é a transparente circulação de ideias. Para esse fim, começaram a surgir nas últimas décadas os repositórios abertos de notas e artigos científicos, hoje conhecidos de muitos em função da pandemia que estamos enfrentando. A urgência trouxe a necessidade dessa transparência imediata. Por outro lado, trouxe também o perigo de que trabalhos ainda sem a devida avaliação - e que, muitas vezes, são rejeitados pela falta de qualidade e rigor - acabam levando a orientações e ações danosas à sociedade.
Na atual pandemia temos observado o crescente interesse pela ciência, que é a atividade humana a partir da qual podemos sair dessa crise. Esse interesse é certamente despertado pela percepção de que cientistas se mobilizam espontaneamente para enfrentar os desafios presentes. Não só cientistas da área da saúde estão se mobilizando, muitas vezes abandonando suas linhas de pesquisa para voltar-se às frentes necessárias no combate da covid-19. Engenheiros, químicos, matemáticos, físicos e cientistas sociais abandonam suas pesquisas para dedicar-se a novas na direção de construir o conhecimento necessário a todos.
Esses esforços não irão em muitos casos seguir o ritual científico tradicional de publicação. Mas precisam tornar-se visíveis e compartilhados. Assim está sendo criado o repositório aberto para as contribuições de docentes e pesquisadores da Unicamp sobre a covid-19, o Arquivocovid-19.
Os trabalhos podem ser enviados para pschulz@unicamp.br
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