Unicamp
Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 21 de novembro de 2014 a 30 de novembro de 2014 – ANO 2014 – Nº 615Conheça os detalhes das ações em andamento e futuras
A maioria das ações de prevenção do Programa Campus Tranquilo está sob a responsabilidade da Prefeitura da Unicamp, que cuida da infraestrutura e da segurança em um espaço por onde circulam diariamente mais de 80 mil pessoas: 40 mil alunos, 12 mil funcionários e 28 mil usuários externos. O trânsito é de cerca de 40 mil veículos, a metade cadastrada e outra metade que usa as vias apenas como rota de passagem. “A tônica do programa em relação à segurança é a prevenção, porque depois que algum incidente aconteceu, não temos como agir. Para um campus tranquilo devemos cuidar não apenas da segurança, mas também do trânsito, do meio ambiente e da vivência. Qualquer irregularidade traz transtornos à comunidade”, observa o professor Armando José Geraldo, prefeito do campus.
Feito o preâmbulo, o prefeito passa a listar as ações em andamento – treinamento e capacitação dos vigilantes, aumento da frota de viaturas de segurança, reativação de bases fixas, expansão e melhoria da iluminação de praças e vias, poda de árvores – e projetos em negociação ou em fase de licitação.
Vigilância
Para a Vigilância já foram concluídos alguns dos cursos de atualização dos profissionais, entre eles, o de primeiros-socorros, de combate a incêndio e de comunicação. E um conjunto de cursos adicionais está programado, como de direitos humanos. Foram criados protocolos de procedimentos operacionais para que os vigilantes saibam como agir em cada situação: acidente de trânsito, furto de veículos e objetos, assalto etc. No mesmo sentido, está sendo elaborado um código de conduta para os vigilantes, que possibilitará um melhor entendimento das suas funções por parte de toda a comunidade.
Para aproximar a Vigilância do cotidiano da comunidade, estão sendo estabelecidos procedimentos para agilizar o recebimento, análise e resposta às reclamações, bem como sugestões de melhoria. Está previsto o oferecimento contínuo de palestras e cursos de sensibilização, prevenção e redução de situações de risco à comunidade. Estes encontros devem ser organizados em parcerias com a comunidade, seja com órgãos de pesquisa especializados em determinados assuntos, seja com as entidades representativas.
Já foram adquiridas mais três viaturas do tipo pick-up e está em licitação um veículo furgão para ser usado como uma base móvel, que vai possibilitar acompanhar de perto os grandes eventos que acontecem na Universidade. A frota atual é de 12 viaturas e 16 motocicletas.
Duas bases fixas da Vigilância já foram instaladas (com viatura e moto próprias), uma no Ciclo Básico I – considerado um ponto estratégico devido à grande circulação de pessoas – e outra na Portaria 4, próximo à Reitoria e área de saúde.
O Serviço de Escolta no período noturno, para pessoas que precisam se deslocar por relativa distância até o carro ou ponto de ônibus, teve sua demanda ampliada com as reuniões de construção do programa que possibilitaram a sua divulgação. As solicitações devem ser feitas pelo ramal 1-6000.
Trânsito e transporte
Convênio em discussão com a Cimcamp (Central Integrada de Monitoramento de Campinas) para monitoramento inteligente das portarias, visando identificar veículos roubados ou suspeitos geralmente usados para ações criminosas, como roubos de outros veículos, motos, sequestros relâmpagos e explosões de caixas eletrônicos. A parceria será firmada em aditivo ao convênio “guarda-chuva” já assinado entre Unicamp e Prefeitura de Campinas que envolve diversas áreas.
O ônibus circular Unicamp-Moradia Estudantil, em Barão Geraldo, que não realizava paradas no trajeto depois de sair do campus, passou a fazê-las principalmente ao longo da avenida Dois, atendendo a estudantes moradores de repúblicas nas imediações. A frequência do circular interno, que conta com cinco carros, também está sendo reavaliada.
O grande fluxo de veículos na avenida Roxo Moreira, no ponto em frente à Prefeitura do campus, pode levar à instalação de um semáforo para ordenar o fluxo também de pedestres, devido ao congestionamento que chega à altura do HC no horário de pico. Na pista oposta desta avenida, o objetivo é diminuir a velocidade dos veículos, possivelmente com a implantação de mais uma passagem de pedestres elevada junto à Central de Informações e de uma lombada próxima ao balão de acesso.
Também devido à velocidade, medidas semelhantes devem ser adotadas nas avenidas Magalhães Teixeira e Antonio da Costa Santos.
Com recursos já reservados, encontra-se em fase final de licitação a contratação de toda a sinalização horizontal do campus.
Sistema de iluminação
Projeto luminotécnico no valor de R$ 2,5 milhões para a melhoria da iluminação está em curso e há possibilidade de usar novas tecnologias baseadas em fibras ópticas e LED.
Equipes da Prefeitura do campus vêm realizando correções pontuais na iluminação em vias públicas e praças, onde de um total de 1.800 lâmpadas, menos de uma dezena se encontraram queimadas. Entretanto, em região crítica ao redor do Ciclo Básico, detectou-se que 30% das lâmpadas de fachada estavam inoperantes.
A Prefeitura esclarece que só pode intervir na iluminação das unidades mediante autorização e ordem de serviço enviada por seus diretores, o que vale para outros atendimentos, como os relacionados a mato e poda de árvores.
Meio ambiente
Além das rondas da Vigilância que alimentam a Prefeitura com informações sobre problemas de iluminação e ambientais, foi criada a figura do agente fiscalizador, que observa o estado de alambrados, cercas vivas e árvores, assim como o descarte indevido de lixo.
Como são muitos os pedidos para poda de árvores, a Prefeitura esclarece que existe uma legislação que impõe limites ao procedimento.
Ainda na parte ambiental, será assinando convênio com a Sanasa para utilização de água de reuso na Universidade. Também cabe à Divisão de Meio Ambiente o monitoramento animal, como de capivaras, frequentes no campus.
Ambulância
O Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) participa do eixo da prevenção do Campus Tranquilo com duas ações: a implantação de um programa de resgate no campus, com o Serviço de Atendimento Móvel às Urgências, constituído por uma ambulância equipada, motorista e enfermeira padrão; e a criação de academias ao ar livre, com a instalação de equipamentos de baixa carga, visando favorecer a convivência de pessoas em espaços saudáveis, tirando-as da ociosidade e, ao mesmo tempo, fazer a promoção da saúde.
“O Serviço de Atendimento Móvel é necessário porque circulam por dia no campus 80 mil pessoas e 40 mil veículos. Temos ainda um grande número de eventos e muita gente fazendo atividade física – segundo dados da FEF, cerca de oito mil pessoas participam mensalmente de eventos esportivos, como futebol, ginástica, vôlei e basquete. São atividades saudáveis, mas que podem resultar em agravos à saúde”, justifica a médica Patrícia Asfora Falabella Leme, coordenadora do Cecom.
Outro dado realçado pela médica é que a Vigilância da Unicamp atende a uma média anual de 400 pessoas com agravos à saúde e a 45 acidentes de trânsito com vítimas (ainda que sem gravidade). “Nesse contexto, vale ressaltar as três premissas para um bom prognóstico desses pacientes: rapidez do atendimento, qualidade do atendimento e transporte seguro até o serviço de saúde mais próximo. Atualmente não temos este serviço no campus, pois em que pese a importância do atendimento prestado pela Vigilância, o transporte em viaturas não é o mais indicado.”
Rôse Clélia Grion Trevisane, coordenadora adjunta do Cecom, observa que as ambulâncias do Hospital de Clínicas (HC) ficam à disposição unicamente de seus pacientes, não prestando serviços para pacientes externos. “Lembramos um acidente de trânsito ocorrido em frente à rampa do HC onde a vítima teve que esperar o Samu [serviço da Prefeitura de Campinas]. Felizmente, a maioria das ocorrências no campus é sem gravidade. Mas um caso grave que não seja atendido a tempo, não tem preço.”
De acordo com Patrícia Leme, a proposta é que o primeiro atendimento seja feito no próprio local, com a enfermeira capacitada a atuar como paramédico, antes da remoção do paciente. “Esse atendimento seguirá o protocolo que vamos estabelecer: em caso leve, o paciente poderá vir para o Cecom; se grave, irá para o HC, onde essa iniciativa foi muito bem recebida. Acreditamos que o serviço esteja disponível até março do próximo ano, mas já recebemos várias demandas de pessoas que souberam do projeto. Vejo nelas uma necessidade de se sentirem protegidas e acredito que o serviço vai contribuir para maior segurança no campus. Sentindo-se seguro em relação à saúde, trabalha-se mais tranquilo.”
Academias ao ar livre
A primeira academia ao ar livre foi inaugurada neste dia 10 de novembro, na Praça da Paz, oferecendo à comunidade 11 equipamentos de musculação e alongamento, sem contraindicações e autoexplicativos: uma placa orienta como deve ser utilizado cada um dos aparelhos. “Esta praça foi escolhida para a primeira academia por causa da proximidade e da possibilidade de integração com as atividades do programa Mexa-se, criado pelo Cecom há dez anos. Mas o espaço está aberto a quem quiser, inclusive no final de semana.”
Patrícia Leme observa que se trata de uma iniciativa conjunta da Reitoria, CGU, Cecom, Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e Prefeitura da Unicamp, e que os equipamentos foram adquiridos com apoio da iniciativa privada. “A academia ao ar livre significa cuidado com a saúde, integração, espaço privilegiado para convivência, cultura da paz, além do mais óbvio, que é a melhoria do condicionamento físico, a tonificação muscular e o controle da pressão arterial e do diabetes. Pretendemos implantar mais duas academias, muito provavelmente no Ciclo Básico II e junto à Casa do Lago.”
No eixo do convívio,
muita arte e cultura
Desde a primeira reunião convocada pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) para expor sua preocupação com a segurança no campus, a Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), órgão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), entendeu que teria espaço para contribuir com o programa promovendo atividades artísticas e esportivas. “Nosso projeto foi sendo construído aos poucos, até chegarmos a esse formato do Conexão Cultural, que consiste em levar atividades artístico-culturais para os espaços abertos da Universidade. A intenção é promover o convívio, nosso eixo de atuação dentro do Campus Tranquilo”, diz Margareth Junqueira, coordenadora da CDC.
Segundo a coordenadora, as atividades do projeto Conexão Cultural foram iniciadas pelo Ciclo Básico, onde é intenso o fluxo de pedestres, e escolheu-se o horário das 17h às 19h para possibilitar a participação de alunos saindo das aulas e docentes e funcionários que preferissem permanecer no campus ao invés de enfrentar o rush no trânsito ou que estejam chegando para os cursos noturnos. “Foram promovidas diversas apresentações artísticas – música, teatro, circo – e já estamos cuidando do planejamento para o ano que vem. Também testamos o horário de almoço, com dois espetáculos circenses, que ficaram lotados.”
Carmen Lúcia Arruda, a Malu, supervisora de Ação Cultural, afirma que o desafio agora é avançar em espaços abertos de áreas menos centrais, como da Feagri, do Restaurante da Saturnino (RS) e a própria Praça da Paz, buscando a adesão dos funcionários ao redor. “A marca Conexão Cultural começa a se tornar conhecida e a continuidade das atividades ajudará na formação de um público cativo, sabedor de que em determinados dias do mês alguma atração estará acontecendo no campus.”
Margareth Junqueira afirma que além das atividades que produz, a CDC oferece apoio logístico para eventos de outros artistas que tenham algum vínculo com a Universidade e também das unidades, dentro da ideia de fazer do Conexão Cultural uma vitrine a ser ocupada por todos.
Nesse sentido, Malu atenta para a preocupação desta gestão em levantar as produções já existentes na Unicamp, que são muitas mas se encontram desarticuladas, quando poderiam fomentar umas às outras. “O interessante no processo de discussão do Campus Tranquilo foi receber inúmeras sugestões que incorporamos, ao mesmo tempo em que nos tornamos mais visíveis. Fomos procurados, por exemplo, por alunos que promovem a Bioart do IB e pela Cia Domínio Público, grupo de dança do IA, e levamos espetáculos ao Cotuca, para Limeira e até o CPQBA. Aos poucos vamos avançando em todos os campi.”
A supervisora de Ação Cultural informa ainda que está em trâmite um projeto visando criar, ao lado da Casa do Lago, um espaço para atividades ao ar livre, não apenas com equipamentos, mas também com a instalação de um quiosque para o convívio na sombra. “Temos ainda o bosque da FEF, que deve funcionar como um espaço ‘zen’ para práticas alternativas.”
Guia Cultural
No intuito de aglutinar as informações sobre a produção artística e cultural na Unicamp, a CDC criou o Guia Cultural, movimentado através de fan page no Facebook. Margareth Junqueira afirma que embora já cheguem muitas informações, bolsistas passam o dia navegando em busca de atrações para atualizar a página diariamente. “O Guia Cultural é importante porque a Universidade sempre produziu muito, mas as informações ficavam soltas. Reunindo as informações também potencializamos a divulgação e o público. É clicar para a pessoa saber o que tem para ver.”
Sistema de informação
vai ter botão de alerta
No âmbito do Campus Tranquilo, o órgão que cuida do eixo da informação é a Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC), que tem como coordenador o professor José Raimundo de Oliveira e como associada Alice Midori Okusigue. O foco está na conexão sem fio, na conexão via celular e em ferramentas como o Unicamp Serviços (conjunto de aplicativos para celular e smartphone). “Queremos garantir que as pessoas se comuniquem com tranquilidade dentro do campus, oferecendo alternativas para melhorar o sinal de celular e ampliar a cobertura com o sinal de Wi-Fi. Outro objetivo é o desenvolvimento de aplicativos para aparelhos móveis que possibilitem ao usuário a troca de informações com a própria Universidade”, explica o coordenador da CTIC.
José Raimundo de Oliveira afirma que a fragilidade do sinal de celular no campus é um problema preocupante, mas sobre o qual a Unicamp não tem controle, já que a melhora da cobertura depende das empresas operadoras. “Já nas primeiras conversas, vimos que não há interesse comercial das empresas em aumentar o número de torres, quando o ideal seria contar com duas ou três estações rádio base (ERBs) bem próximas ou dentro do campus. Conseguimos que uma das operadoras realizasse alguns ensaios de redirecionamento da antena, sem efeito.”
Segundo o professor, o uso do celular é praticamente inviável dentro dos prédios, que são construídos de concreto armado, o que significa muito ferro nas paredes e a blindagem do sinal eletromagnético – é a chamada “gaiola de Faraday”. “Já propusemos, dentro do programa, a instalação de reforçador constituído por uma antena para captar o sinal externo, que é levado por cabos até um dispositivo capaz de irradiá-lo pelo interior do prédio. A ideia é obter alguns para testes aqui no Centro de Computação, onde temos o controle, e eventualmente na Reitoria, onde não há sinal.”
Uma alternativa apontada por Oliveira e que independe das operadoras é aumentar a quantidade de antenas de Wi-Fi espalhadas no campus, o que já está sendo feito dentro do Programa Campus Tranquilo. “Temos uma cobertura muito boa no entorno da praça do Ciclo Básico, mas ela precisa ser melhorada em áreas como do IFGW, IMECC, IC, Funcamp e Feagri. Também vamos buscar uma padronização, pois é comum perder o sinal ao sair de uma unidade e ter que pedir a senha do outro local. A aquisição do sistema é decisão da unidade, mas podemos sugerir os equipamentos e a sua distribuição dentro do prédio. Para aumentar a conectividade das pessoas dentro dos campi é sugerida a expansão do uso do Eduroam, que a Unicamp foi a primeira a adotar no Estado de São Paulo e permite ao usuário se comunicar tanto aqui como em outras instituições associadas do país e do mundo.”
José Raimundo de Oliveira anuncia que a comunidade já vem utilizando o aplicativo Unicamp Serviços para acessar informações de interesse do dia a dia em todos os campi. Já estão disponíveis, por exemplo, serviços de consulta de ramais e de pontos de interesse – um mapa indicando onde a pessoa se encontra e a rota até aonde quer chegar, seja de carro ou caminhando. “Estamos trabalhando para que o Unicamp Serviços seja uma via de mão dupla, permitindo que o usuário também possa transmitir informações à Universidade. Caso observe um problema em qualquer ponto do campus, ele pode simplesmente fotografar e enviar a informação à central. Como o usuário precisa ser cadastrado para utilizar este aplicativo, além de geolocalizar o local onde está o problema, ele também vai identificar o informante.”
O “botão de pânico”, como adianta o professor, é uma função que funcionará no Unicamp Serviços para que o usuário acione a Vigilância em caso de situação de risco ou de problemas em determinado local. “É um recurso ainda em fase de desenvolvimento. Existem botões de pânico no mercado, mas desejamos um modelo específico para a Unicamp, pois não nos interessa que seja acionado por alguém fora do campus, até porque não poderemos prestar socorro. Ele também evitará trotes ou alarmes falsos, já que o usuário estará identificado. Enfim, um cenário que idealizamos para a Unicamp é das pessoas desenvolvendo suas atividades no gramado, com a tranquilidade de estar conectado a tudo que precisar.”