A principal marca da gestão 2017-2021, no que se refere à extensão, foi ressaltar e dar o devido reconhecimento estatutário e regimental ao papel desta atividade como parte indissociável no tripé complementado, desde a gênese da Unicamp, pelo ensino e pela pesquisa. Outra iniciativa que merece ser enfatizada foi a ampliação do espaço dedicado à cultura na estrutura da Administração Central. Esta mudança de visão resultou na alteração do próprio nome da antiga Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), que passou a ser denominada Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC), preenchendo, assim, uma lacuna histórica.
Diferentemente do ensino e da pesquisa, não havia no Estatuto e no Regimento da Unicamp um capítulo dedicado à extensão, cuja finalidade – e suas respectivas atribuições – era tratada de forma genérica, desconectada tanto das demais atividades desenvolvidas na Universidade, como das demandas do mundo contemporâneo.
Como parte de um amplo processo de discussão em todas as instâncias da comunidade acadêmica foram criados, em novembro de 2020, o Conselho Executivo de Extensão (Conext) e a Comissão Central de Extensão (CCE) – o primeiro com competência para manifestar-se sobre assuntos relativos às atividades-fim da área e a segunda para compor permanentemente o rol do Conselho Universitário (Consu), órgão deliberativo máximo da instituição. Foram aprovados ainda, no quadriênio, o novo Regimento Geral dos Cursos de Extensão e a possibilidade de oferecimento de todas as práticas didáticas a distância.
Na esteira da ênfase dada às atividades culturais, a ProEC passou a abrigar duas unidades executivas com pesos equivalentes no organograma do órgão – as Diretorias de Extensão (DExt) e de Cultura (DCult) –, além de um conselho específico voltado para esta última área, o Concult, também criado na gestão. A reestruturação trouxe programas e órgãos que estavam subordinados ao Gabinete do Reitor (GR) para o âmbito das novas diretorias, que assumiram a seguinte configuração:
Cabe destacar, na série de mudanças realizadas na ProEC, o fato de a pró-reitoria passar a contar com dotação orçamentária própria, o que possibilitou o estabelecimento de metas e a elaboração de um planejamento para a implementação de projetos. Consequentemente, houve um rearranjo dos processos de trabalho, tornando-os mais ágeis, eficientes e transparentes.
Extensão
Para além das alterações estatutárias e regimentais, o processo de valorização da extensão no âmbito da Universidade compreendeu um amplo leque de ações, que foram da criação de gratificações de representação para secretários e coordenadores de extensão, nas unidades de ensino e pesquisa, até o lançamento de publicação acadêmica direcionada ao segmento. As principais iniciativas estão listadas abaixo:
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Protagonismo na criação do Fórum de Pró-reitores de Extensão das Universidades Públicas Paulistas a partir de encontro realizado na Unicamp, em dezembro de 2017, com representantes de sete instituições;
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Implantação do Banco de Ações de Extensão, com o propósito futuro de permitir o compartilhamento de informações acerca dos projetos desenvolvidos nas três universidades estaduais paulistas. Foram cadastradas inicialmente 422 ações financiadas pelos editais da ProEC;
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Reestruturação e ampliação dos editais de apoio a projetos de extensão, com investimentos que somaram R$ 1,1 milhão ao longo do quadriênio;
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Implementação, em março de 2019, do Programa de Bolsas de Extensão Universitária para dar mais abrangência e qualificar a formação de estudantes, bom como de suas respectivas pesquisas. O programa contou com verba anual de R$ 350 mil, contemplando a concessão de até 43 bolsas para alunos de graduação e até 17 para estudantes da pós-graduação;
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Criação do Prêmio ProEC de Extensão Universitária, concedido pela primeira vez em 2019, como forma de apoiar e valorizar a atividade na Unicamp;
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Abertura, em julho de 2020, de edital inédito para financiamento de projetos investigativos de docentes e pesquisadores da Unicamp sobre diferentes aspectos da extensão universitária no Brasil e na própria instituição;
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Lançamento da Revista Internacional de Extensão da Unicamp, publicação semestral, revisada por pares, on-line e gratuita, com ênfase em artigos reflexivos e analíticos para suprir a carência de produção científica aprofundada sobre o tema. A primeira chamada para submissão de artigos foi feita em julho de 2020. A revista aceita trabalhos em português, espanhol e inglês.
Concomitantemente a estas iniciativas, houve o fortalecimento de programas já existentes, como o UniversIDADE e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), entre outros exemplos, além de uma reformulação do funcionamento da Extecamp, com o aperfeiçoamento de seus processos administrativos, a implantação de cursos online e de oferecimento contínuo e a inserção da escola em redes internacionais. Em outra frente, a Extecamp deixou de oferecer cursos de especialização na modalidade extensão, passando a adotar nova terminologia para cursos com 360 horas de duração. No campo financeiro, houve um aumento contínuo do volume de recursos extra-orçamentários gerados pela escola, crescimento este interrompido em 2020 em razão da pandemia de covid-19. Os gráficos abaixo mostram os principais indicadores do período:
Cultura
Ao inserir e absorver a cultura entre suas prioridades, a ProEC fomentou, por meio da abertura de editais, a difusão de ações, eventos e projetos nos diferentes órgãos que compõem a DCult. Entre as inúmeras atividades desenvolvidas, destacam-se as seguintes:
Otras Latinoamericas
O projeto teve como objetivo intensificar relações com os povos da América Latina, sobretudo ameríndios e afro-americanos, por meio de visitas de artistas e agentes culturais de diferentes países à Universidade. Implantado com recursos da Unicamp, o projeto passou a contar posteriormente com financiamento do banco Santander.
Funciona Cultura
O objetivo do projeto, resultante de parceria com o Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e a Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp, foi ampliar a participação dos funcionários em práticas culturais e artísticas em áreas como música, dança, artes visuais, cinema, teatro, literatura, culinária e artesanato, difundindo estas atividades pelos órgãos e unidades da Universidade.
Casa dos Saberes Ancestrais
Voltado à valorização das sabedorias ancestrais brasileiras, o projeto resultou na organização do e-book Casa dos Saberes Ancestrais – Diálogos com Sabedorias Indígenas, disponível gratuitamente neste endereço. A partir desta primeira publicação, criou-se a Coleção JUREMA – Sabedorias Ancestrais e Direitos Humanos, em parceria com a Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH). Este relatório foi concluído antes da difusão do segundo e-book da coleção, Casa dos Saberes Ancestrais – Diálogos com Sabedorias Africanas e Afro-americanas, cujos textos são de autoria de ativistas da cultura negra da Unicamp e da comunidade externa.
