As ações da gestão 2017-2020 no campo das relações internacionais pautaram-se pela percepção de que, no mundo contemporâneo, no qual as sociedades estão cada vez mais integradas e seus problemas assumem dimensões globais, se torna imperativo que a Unicamp esteja conectada à ciência no plano multilateral, seja para a resolução conjunta de questões prementes – como a pandemia de covid-19 provou ser necessário –, seja para antever cenários futuros.
Neste contexto, a gestão inseriu a dimensão global nas três frentes de atuação da Universidade – o ensino, a pesquisa e a extensão –, contando, neste processo, com o apoio da Diretoria Executiva de Relações Internacionais (DERI). Para além das iniciativas já descritas neste relatório – como, por exemplo, a implantação, na pós-graduação, do ambicioso Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cabe ressaltar o estabelecimento de parcerias estratégicas com instituições e organizações estrangeiras, o incentivo à autonomia dos órgãos e unidades na condução de suas relações com o exterior e a readequação de processos para facilitar a mobilidade de alunos.
Parcerias estratégicas
No plano das parcerias, cabe ressaltar o acordo selado com a Universidade de Cardiff, do Reino Unido, em dezembro de 2018. O convênio abriu caminho para o intercâmbio de docentes, pesquisadores, técnicos e pós-graduandos entre as duas instituições; a publicação conjunta de artigos científicos; e a obtenção de financiamentos externos com o objetivo de ampliar a colaboração bilateral. Entre os desdobramentos do convênio destacam-se os da lista abaixo:
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Julho de 2019: Workshop sobre meio ambiente e desenvolvimento, no Instituto de Geociências (IG), reunindo pesquisadores de instituições paulistas e britânicas;
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Janeiro de 2020: Workshop sobre pobreza multifuncional na América Latina, na Faculdade de Educação (FE), com a participação de pesquisadores do Brasil, México, Argentina e Reino Unido;
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Agosto 2020: lançamento do livro Migrações internacionais e a pandemia de covid-19, resultado de parceria que envolveu também o Fundo de População das Nações Unidas, o Ministério Público do Trabalho, a Missão Paz e o Museu da Imigração do Estado de São Paulo. A publicação foi posta à disposição do público, gratuitamente, neste endereço: https://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/_impactospandemia.php.
Outra parceria que merece registro foi a estabelecida em maio de 2019 com a Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), a mais importante instituição de pesquisa do país asiático na área de humanidades. O acordo resultou na criação do Centro CASS-Unicamp de Estudos sobre a China, o primeiro a ser instalado em uma universidade latino-americana.
A escolha da Unicamp como sede de um núcleo da CASS refletiu a importância dada pela gestão, no contexto da globalização da ciência, a cooperações com a Ásia. Neste sentido, cabe mencionar a existência, na Universidade, de unidades dos Institutos Confúcio e King Sejong, dedicados ao ensino das línguas e à difusão das culturas chinesa e coreana, respectivamente.
Portugal e Argentina foram outros países aos quais a gestão dirigiu especial atenção, por razões que abrangem de aspectos históricos a econômicos. Em ambos, foram nomeados os primeiros “embaixadores da Unicamp” – cientistas de renome internacional, com décadas de dedicação à Universidade – para representá-la voluntariamente perante instituições locais de ensino e pesquisa.
Descentralização
A estratégia para ampliar a inserção da Unicamp na esfera internacional passou, ainda, pela transferência da DERI para uma sede adequada às necessidades do órgão encarregado de receber representantes estrangeiros, de delegações a embaixadores, na Universidade. A inauguração da nova casa, em novembro de 2019, preencheu uma lacuna histórica, tornando factível a realização de ações conjuntas entre os setores integrantes da diretoria.
Em paralelo, foram lançados editais e cursos de formação para incentivar a abertura de escritórios de internacionalização na Coordenadoria de Centros e Núcleos de Pesquisa (Cocen) e em diferentes faculdades e institutos, possibilitando, assim, o direcionamento de iniciativas às prioridades específicas das respectivas unidades.
Mobilidade
A mobilidade internacional de membros da comunidade acadêmica da Unicamp foi igualmente estimulada ao longo do quadriênio, sobretudo por meio de editais apoiados pelo Santander. Firmada originalmente em 2001, a parceria com o banco foi renovada em diferentes ocasiões, a última delas em 2019. Conforme previsto no acordo, a Universidade teve total autonomia para selecionar os docentes, estudantes e funcionários contemplados com bolsas e auxílios.
Ainda no campo da mobilidade, a DERI, em atuação com a Diretoria Acadêmica (DAC), implementou um novo processo de matrícula para estrangeiros que chegam à Unicamp, totalmente automatizado. O sistema adotado, formulado em inglês, tornou possível aos intercambistas concluir o registro na Universidade estando ainda no exterior, de forma rápida e descomplicada.
A tabela abaixo mostra o fluxo de entrada e saída de estudantes entre 2017 e 2019: