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Campinas, maio de 2001 - ANO XV - N. 162.........
     
   
 
     
 
RECICLAGEM
 


Trabalho sobre reciclagem de
PET rende prêmio a pesquisadora

Técnica defende qualificação da mão-de-obra para
que se crie empregos justos

técnica de nível superior do Laboratório de Polímeros Condutores e Reciclagem do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, Márcia Silva Spinacé, concorda com a cientista social Cleci Streb quanto ao modelo de coleta informal adotado no Brasil. Segundo Márcia, o fato de ser o primeiro do mundo no ranking da reciclagem de alumínio “mostra o quanto o país é miserável”. “A coleta informal acaba se transformando num mercado novo, que sustenta a indústria da reciclagem com a miserabilidade”, comenta.

Doutora em reciclagem de PET (Politereftalato de etileno) e vencedora do prêmio EcoPET 2000, concedido pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens de PET, Márcia aponta a falta de mão-de-obra qualificada como um dos principais empecilhos para a evolução do trabalho realizado pelas indústrias de reciclagem, principalmente quando se fala em resíduos plásticos.

A técnica ganhou o prêmio na categoria “monografia”, abordando a reciclagem de resíduos plásticos. Ela defende a conscientização da população, para que se aumente a quantidade de material reaproveitável disponível. “Com isso, seriam criados empregos justos na indústria da reciclagem, favorecendo a sociedade do ponto de vista econômico e ambiental”, idealiza.

Entre os plásticos reciclados, Márcia destaca o PET tanto pela quantidade quanto pela rapidez com que cresce sua reutilização. “A reciclagem de embalagens de PET, além de desviar resíduo plástico dos aterros, faz com que se utilize apenas 30% da energia necessária para a produção da resina virgem”, afirma a técnica. Do PET reciclado pode se fazer novas embalagens plásticas para produtos não-alimentícios. O material também pode ser aproveitado para a confecção de tapetes, cortinas, almofadas, cerdas de vassouras e escovas.

Atualmente, segundo Márcia, o índice de retorno de embalagens PET para reciclagem é de 15%. O fornecimento é garantido basicamente por meio das coletas seletivas. O comércio é feito pelos depósitos particulares de sucatas, muitas vezes abastecidos por catadores de rua. Dados da pesquisa feita por Márcia Spinacé mostram que as empresas de reciclagem do interior paulista representam menos de 5% do total existente no país. A tonelada prensada do PET está sendo cotada em torno de R$ 300. (T.F.)

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Catadores promovem congresso em Brasília

Coletores de materiais recicláveis de todo o país se reúnem de 5 a 7 de junho em Brasília, para o Congresso Nacional dos Catadores de Papel. No encerramento do evento, catadores de papel desempregados, moradores de rua, autônomos e cooperados sairão rumo ao Congresso Nacional em uma grande passeata, intitulada “Marcha Nacional da População de Rua”.

Segundo Regina Maria Manoel, integrante da Fraternidade das Oblatas de São Bento e do Fórum Nacional de Estudos da População de Rua do Vicariato Episcopal do Povo da Rua, em São Paulo, a intenção dos catadores é de serem recebidos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e por representantes do Ministério do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.
Um dos membros da Cooperativa de Reciclagem Unidos pelo Meio Ambiente (Cruma), de Poá (SP), Roberto Laureano da Rocha, afirma que é preciso alertar o país sobre o quanto se gasta com o lixo, sem políticas adequadas, e o quanto o meio ambiente é agredido pela falta de cuidados. Rocha, que pertence a uma cooperativa formada por 46 pessoas, diz estar ensinado muita gente a ver novo sentido no trabalho.

“Passamos a discutir projetos de resgate da vida. O último deles foi com os jovensfilhos dos cooperados. Trabalhamos com eles o preconceito por serem filhos de ‘lixeiros’. Hoje, eles participam criando na população a consciência da dignidade do trabalho”, conta.

Informações sobre o Congresso Nacional dos Catadores de Papel podem ser obtidas junto à Secretaria Executiva da Marcha e do Congresso – Cáritas Brasileira, pelo telefone (61) 226-5008 ou e-mail caritasbrasileira@yawl.com.br.

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Modalidades de reciclagem

Reciclagem primária
É aquela em que se emprega resíduo de um produto para a sua própria produção. Ex: embalagem de alumínio (latinha)

Reciclagem secundária
Baseia-se na utilização do resíduo de um produto para a confecção de outro distinto. Ex: embalagem de PET (garrafa de PET se transforma em fibra de tecido, tapetes, cortinas)

Reciclagem terciária
É a que recupera produtos químicos ou energia a partir de resíduos. Ex: recuperação de energia a partir da incineração de lixo

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Fonte: D’Almeida e Vilhena (orgs). Lixo Municipal: manual de
gerenciamento integrado. IPT/Cempre (Compromisso Empresarial
para Reciclagem), São Paulo, 2000



 

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