Trabalho sobre reciclagem
de
PET rende prêmio a pesquisadora
Técnica defende
qualificação da mão-de-obra
para
que se crie empregos justos
técnica
de nível superior do Laboratório de
Polímeros Condutores e Reciclagem do Instituto
de Química (IQ) da Unicamp, Márcia
Silva Spinacé, concorda com a cientista social
Cleci Streb quanto ao modelo de coleta informal
adotado no Brasil. Segundo Márcia, o fato
de ser o primeiro do mundo no ranking da reciclagem
de alumínio mostra o quanto o país
é miserável. A coleta
informal acaba se transformando num mercado novo,
que sustenta a indústria da reciclagem com
a miserabilidade, comenta.
Doutora
em reciclagem de PET (Politereftalato de etileno)
e vencedora do prêmio EcoPET 2000, concedido
pela Associação Brasileira dos Fabricantes
de Embalagens de PET, Márcia aponta a falta
de mão-de-obra qualificada como um dos principais
empecilhos para a evolução do trabalho
realizado pelas indústrias de reciclagem,
principalmente quando se fala em resíduos
plásticos.
A
técnica ganhou o prêmio na categoria
monografia, abordando a reciclagem de
resíduos plásticos. Ela defende a
conscientização da população,
para que se aumente a quantidade de material reaproveitável
disponível. Com isso, seriam criados
empregos justos na indústria da reciclagem,
favorecendo a sociedade do ponto de vista econômico
e ambiental, idealiza.
Entre
os plásticos reciclados, Márcia destaca
o PET tanto pela quantidade quanto pela rapidez
com que cresce sua reutilização. A
reciclagem de embalagens de PET, além de
desviar resíduo plástico dos aterros,
faz com que se utilize apenas 30% da energia necessária
para a produção da resina virgem,
afirma a técnica. Do PET reciclado pode se
fazer novas embalagens plásticas para produtos
não-alimentícios. O material também
pode ser aproveitado para a confecção
de tapetes, cortinas, almofadas, cerdas de vassouras
e escovas.
Atualmente,
segundo Márcia, o índice de retorno
de embalagens PET para reciclagem é de 15%.
O fornecimento é garantido basicamente por
meio das coletas seletivas. O comércio é
feito pelos depósitos particulares de sucatas,
muitas vezes abastecidos por catadores de rua. Dados
da pesquisa feita por Márcia Spinacé
mostram que as empresas de reciclagem do interior
paulista representam menos de 5% do total existente
no país. A tonelada prensada do PET está
sendo cotada em torno de R$ 300. (T.F.)
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Catadores
promovem congresso em Brasília
Coletores
de materiais recicláveis de todo o país
se reúnem de 5 a 7 de junho em Brasília,
para o Congresso Nacional dos Catadores de Papel.
No encerramento do evento, catadores de papel desempregados,
moradores de rua, autônomos e cooperados sairão
rumo ao Congresso Nacional em uma grande passeata,
intitulada Marcha Nacional da População
de Rua.
Segundo
Regina Maria Manoel, integrante da Fraternidade
das Oblatas de São Bento e do Fórum
Nacional de Estudos da População de
Rua do Vicariato Episcopal do Povo da Rua, em São
Paulo, a intenção dos catadores é
de serem recebidos pelo presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) e por representantes do Ministério
do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos,
Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.
Um dos membros da Cooperativa de Reciclagem Unidos
pelo Meio Ambiente (Cruma), de Poá (SP),
Roberto Laureano da Rocha, afirma que é preciso
alertar o país sobre o quanto se gasta com
o lixo, sem políticas adequadas, e o quanto
o meio ambiente é agredido pela falta de
cuidados. Rocha, que pertence a uma cooperativa
formada por 46 pessoas, diz estar ensinado muita
gente a ver novo sentido no trabalho.
Passamos
a discutir projetos de resgate da vida. O último
deles foi com os jovensfilhos dos cooperados. Trabalhamos
com eles o preconceito por serem filhos de lixeiros.
Hoje, eles participam criando na população
a consciência da dignidade do trabalho,
conta.
Informações
sobre o Congresso Nacional dos Catadores de Papel
podem ser obtidas junto à Secretaria Executiva
da Marcha e do Congresso Cáritas Brasileira,
pelo telefone (61) 226-5008 ou e-mail caritasbrasileira@yawl.com.br.
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Modalidades
de reciclagem
Reciclagem
primária
É aquela em que se emprega resíduo
de um produto para a sua própria produção.
Ex: embalagem de alumínio (latinha)
Reciclagem
secundária
Baseia-se na utilização do resíduo
de um produto para a confecção de
outro distinto. Ex: embalagem de PET (garrafa de
PET se transforma em fibra de tecido, tapetes, cortinas)
Reciclagem
terciária
É a que recupera produtos químicos
ou energia a partir de resíduos. Ex: recuperação
de energia a partir da incineração
de lixo
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Fonte:
DAlmeida e Vilhena (orgs). Lixo Municipal:
manual de
gerenciamento integrado. IPT/Cempre (Compromisso
Empresarial
para Reciclagem), São Paulo, 2000
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