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O ensino de Português para estrangeiros na Unicamp: como

uma história pioneira da década de 70 se delineou até hoje.


Grupo de Pesquisa: Angelo Leonardo Mondin, Átila de Almada Busto, Clovis da Fonseca Vidal, Diego André Gorla, Michelle Ap. Bueno de Moraes, Roberta Roque Baradel e Rosana Maria Thomé.




            Entrevistas



 

            Uma contextualização histórica feita no artigo inicial veiculado neste site (ver artigo) mostra como surgiu a demanda pelo curso de Português para Estrangeiros (PE) desde a época da criação da UNICAMP. Muitos docentes estrangeiros, atraídos por boas condições de trabalho, chegavam à Universidade para lecionar, sem, no entanto, dominar a língua portuguesa.
            Nessa época nomes como o de Ahmed Athia El-Dash, Linda El-Dash, George Gerson Kleiman, Ângela Kleiman, Aryon Dall Igna Rodrigues, Leonor Lombello, Marisa Baleiro, Maria do Amparo B. de Azevedo e Daniele Rodrigues fomentavam e ajudavam a consolidar as primeiras experiências Unicampenses na área de Ensino de Português para Estrangeiros.
            Da década de 70 para cá muitas coisas se modificaram. Depois dos professores, era a vez de alunos, incentivados por diversos convênios internacionais, chegarem à UNICAMP e precisarem aprender o português. Por tudo isso, hoje, mais de 30 anos após a demanda inicial, a pesquisa na área já é mais extensa e consolidada e o Centro de Estudo de Línguas (CEL), criado apenas em 1987, mantém hoje cursos regulares de português para alunos estrangeiros.

Fachadas do Centro de Ensino de Línguas (CEL) da UNICAMP

            Assim, a partir dos pressupostos históricos já consolidados, das experiências de professores do Centro de Estudo de Línguas (CEL) e da visão de alunos estrangeiros que estudam português na UNICAMP, este espaço pode auxiliar os interessados a conhecer melhor os caminhos que o Ensino de Português na UNICAMP percorreu e as características que ele tem hoje. Os dados e as informações contidas aqui foram extraídos de entrevistas realizadas com alguns docentes e alunos estrangeiros que atuam ou já atuaram no Programa de Ensino de Português para Estrangeiros. Aproveitamos para agradecer pela colaboração e pela atenção dispensada a esta equipe.



Mais de trinta anos depois: o que ficou do projeto pioneiro? [início]


            Depois do espírito pioneiro era hora de fundamentar melhor os objetivos e os caminhos do curso que acabara de se delinear. Havia na época muitas demandas e incertezas e além das discussões teóricas sobre currículos, abordagens e objetivos gerais, era preciso construir todo um arcabouço prático que permitisse que o projeto saísse do papel e funcionasse adequadamente. Era a hora de investir em projetos que fomentassem, por exemplo, a elaboração de materiais didáticos e a estrutura de cursos que pudessem atender a necessidades reais dos estrangeiros da UNICAMP.
            No final da década de 80 um projeto de desenvolvimento de uma biblioteca com materiais exclusivos de PE começava a tomar forma. Em 1992, uma pequena sala da Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) já abrigava uma coletânea considerável de materiais que documentavam a trajetória das pesquisas desenvolvidas tanto na UNICAMP quanto em outros centros de ensino de PE espalhados pelo Brasil. Este acervo auxiliava estudantes de graduação e pós-graduação em pesquisas e confecção de teses. Infelizmente, sem contar com o apoio estrutural da biblioteca, este acervo não está mais disponibilizado ao público e hoje o único espaço que reúne algum material sistematizado sobre o Ensino de PE fica em uma estante de uma das salas do CEL.
            No entanto, como desde 1970 muitos materiais e muitas publicações acerca do assunto foram produzidas pelos docentes da Universidade a biblioteca disponibiliza, entre os livros de seu acervo, muitas dessas publicações.
            Mesmo sem um acervo particular a produção de artigos e as pesquisas desenvolvidas na UNICAMP fazem dela um Centro de Referência. O aluno que se beneficia do programa encontra docentes aptos e preocupados com o desenvolvimento das habilidades lingüísticas essenciais para alguém que está imerso no idioma e na cultura de outro país.



Cursos de Português para Estrangeiros oferecidos hoje pela UNICAMP [início]


            Hoje, os alunos estrangeiros de graduação que chegam à UNICAMP podem cursar disciplinas oferecidas pelo CEL como alunos regulares, e os alunos de pós-graduação e professores visitantes podem cursar as mesmas disciplinas de português como alunos especiais de graduação. Os alunos estrangeiros falantes de qualquer outro idioma podem se matricular nos cursos: Português para estrangeiros I (120 horas/aula.) e Português para estrangeiros II e III (com 60 horas/aula cada).
            Já os hispanofalantes, que representam um grande número dos estrangeiros que freqüentam a Universidade, contam com um curso de Português específico para falantes de espanhol. O curso tem a duração de dois semestres (60 horas/aula cada). No CEL, há ainda, além dos cursos regulares descritos acima, e havendo número de alunos suficiente, cursos de extensão para estrangeiros da comunidade em geral. São pessoas que não têm vínculo nenhum com a Unicamp e que pagam pelo curso de Português para Estrangeiros. Antes também havia um curso de Produção de Leitura e Produção de Textos em Português, cursado após a conclusão do PE III, que hoje em dia não é mais ministrado.