A artista Vera Bonnemasou volta à prática depois de dez anos dedicados à pesquisa teórica, com uma série de trabalhos em aquarela inspirados na pintura sumi-e, a arte da aguada oriental. Um colorido vibrante em manchas que se contrapõem a traços ressalta-se nos quadros que ficam expostos até 14 de novembro, no hall da Casa do Professor Visitante (CPV) da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp).
A influência do sumi-e, segundo a artista, não está nas cores utilizadas, mas na espontaneidade ao usar o pincel. Ela explica que o pincel é utilizado de forma rude, o que dá um efeito de formas não-acabadas. “O sumi-e é todo em preto e branco, mas aproveitei a forma de usar o pincel. O que predomina em meu trabalho é a aquarela”, esclarece.
“Esta é a fase mais alegre de minha carreira artística. É a primeira vez que opto por cores vibrantes”, comemora. O primeiro contato com a técnica oriental foi na dissertação de mestrado, apresentada em 1995, na qual faz uma comparação entre a aquarela e o sumi-e, orientada pelo professor e orientalista Júlio Plaza, no Instituto de Artes da Unicamp. “Aprendi os princípios da pintura com Massao Okinaka, da Aliança Brasil-Japão”, revela.
Vera começou a vida de aquarelista na infância. As aulas com mestres como Tomaz Perina, Mário Bueno e Ubirajara Ribeiro aprimoraram o talento herdado de sua mãe, também artista plástica. Nascida em Campinas, participa desde 1969 dos principais Salões de Arte Contemporânea, de exposições coletivas e individuais, entre os quais o 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas Desenho Brasileiro 74, que teve caráter itinerante, passando por Campinas, Museu de Arte do Rio de Janeiro, Paço das Artes em Brasília e Palácio das Artes em Belo Horizonte; Bienal Nacional de São Paulo e 30 Anos de Arte Contemporânea em Campinas realizada no Masp.