Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 278 - 28 de fevereiro a 6 de março de 2005
Leia nessa edição
Capa
Cartas
TV Digital
Concentração de mercúrio
Aprendendo a aprender
Calourada 2005
Alunos de escola pública
Dois veteranos, muitas histórias
Detectando o imperceptível
Painel da semana
Teses da semana
Diagnóstico ambiental
Pigmentos naturais
Aquecimento global
 

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- Na recepção, cidadania e integração
- Confira os serviços oferecidos ao estudante
- Confira a Programação da Calourada 2005

Nesta e nas três páginas seguintes, o Jornal da Unicamp presta um serviço aos mais de 2,9 mil alunos que ingressam esta semana na instituição. Na entrevista abaixo, o pró-reitor de Graduação, professor José Luiz Boldrini, fala sobre a missão da Unicamp na formação de seus alunos. Nas páginas 6 e 7, o estudante pode conferir toda a programação da calourada.

Para que o aluno
aprenda a aprender




MANUEL ALVES FILHO


O professor Paulo Cesar Montagner: apoio às iniciativas das unidades de ensino (Foto: Antoninho Perri)Os estudantes que estão ingressando na Unicamp encontrarão uma instituição não apenas empenhada em oferecer um ensino de qualidade, mas também em proporcionar elementos que contribuam para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o bem-estar da sociedade. A missão, que envolve o esforço de toda a comunidade acadêmica, é reafirmada pelo pró-reitor de Graduação, professor José Luiz Boldrini, na entrevista que segue. Na avaliação dele, a Universidade conta historicamente com alunos de excelente nível. Isso se deve à própria capacidade dos universitários, somada à filosofia adotada pelo Vestibular, que tem buscado os melhores talentos onde eles estiverem. Conforme o pró-reitor, a despeito dos bons resultados alcançados até aqui, a Unicamp continua preocupada em aprimorar suas atividades. Um exemplo disso é o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social da Unicamp (PAAIS), empregado pela primeira vez este ano. Os objetivos do PAAIS são aprimorar a seleção do corpo discente no segmento da graduação e ampliar a inclusão social no campus. Os dados preliminares,



Jornal da Unicamp – O que o calouro da Unicamp pode esperar do ensino de graduação?

José Luiz Boldrini – É importante observar que quando o aluno deixa o ensino médio e ingressa na universidade, ele se defronta com um salto qualitativo na forma como se processa a aprendizagem. Durante o período universitário, espera-se que os estudantes sejam mais responsáveis e ativos no processo, aprofundem os temas debatidos em sala de aula, compreendam seus relacionamentos, adquiram uma postura transdisciplinar. Enfim, aprendam a aprender. Para isto, os alunos devem trabalhar intensamente e devem fazer escolhas sobre que linhas de disciplinas seguir e que projetos executar. Estas escolhas devem ocorrer porque, diferentemente do Colegial, em que todas as disciplinas a serem tomadas são absolutamente pré-determinadas, nesta universidade o processo é mais aberto e queremos que os alunos aprendam a tomar decisões e experimentem e entendam a importância da multidisciplinaridade. Queremos que eles participem de um processo educativo no seu sentido mais amplo, pois se trata de fornecer uma educação que forma muito bem não apenas para o mercado de trabalho, mas também para a vida. Por tudo isso, é natural que alguns calouros sintam uma certa dificuldade de entender toda estas mudanças de enfoque e exigências no processo de aprendizagem e sintam dificuldades na adaptação. Consideramos naturais tais dificuldades e temos a preocupação em ajudar esses estudantes a fazer essa transição de modo adequado. Os professores, os funcionários e também os veteranos auxiliam os calouros nestas dificuldades ao estarem disponíveis para ouvir as dificuldades de cada um, explicar e dar conselhos e sugestões. Há também vários setores da Universidade especializados nas mais variadas formas de auxiliar os estudantes. Entre outros, há por exemplo a Diretoria Acadêmica, o Serviço de Apoio ao Estudante, o Serviço de Atendimento Psicológico e Psiquiátrico, etc. Os calouros recebem informações sobre tais serviços ao fazerem a matrícula e também durante todo o semestre.

JU – A Unicamp é reconhecida, entre outros aspectos, pela qualidade dos seus alunos. O que faz esta qualidade?

Boldrini – O processo seletivo é um dos aspectos importantes. O Vestibular da Unicamp tem se revelado muito eficiente na seleção de alunos, cuja qualidade é muito boa. Tem a ver também com a própria imagem da Universidade, que acaba atraindo jovens bem-preparados. Se a imagem fosse ruim, isso não ocorreria. Este aluno sabe que, ao vir para cá, terá uma riqueza de aprendizado.

JU – A capacidade dos alunos de graduação pode ser aferida, entre outros aspectos, pela qualidade dos trabalhos de iniciação científica e pelo bom trabalho das empresas juniores, não?

Boldrini – Isso é importante frisar. Nós falamos aos nossos estudantes, desde o primeiro ano, sobre a importância da iniciação científica, do trabalho das empresas juniores e da participação em projetos em geral. Nós queremos que os alunos tenham atividades além daquelas que envolvem as disciplinas obrigatórias. Essas atividades nos segmentos da pesquisa e da extensão são importantes para atingir o objetivo a que me referi anteriormente, isto é, que o jovem aprenda a aprender. Este talvez seja um dos grandes diferenciais do ensino proporcionado pela Unicamp em comparação com outras escolas.

JU – Este foi o primeiro ano em que a Unicamp empregou o seu programa de ação afirmativa. Já existe uma avaliação do resultado desta medida?

Boldrini – Existe uma avaliação preliminar, dado que as matrículas ainda estão em curso. Mas já podemos afirmar que o resultado é muito bom. Houve um número significativo de alunos egressos da escola pública que entraram na Universidade, inclusive em cursos de alta demanda, como Medicina. O processo permite, de fato, que esses jovens tenham uma chance de estudar numa escola de reconhecida excelência, sem que haja prejuízo à qualidade do corpo discente. São jovens de alta qualidade, com notas basicamente iguais às dos demais estudantes. Não há dúvida de que a medida se mostrou acertada.

JU – O senhor acredita que o programa de ação afirmativa da Unicamp pode vir a servir de modelo para outras instituições de ensino, uma vez que leva em consideração tanto as condições sociais quando o mérito do aluno?

Boldrini – É difícil fazer esse tipo de afirmação, mas é possível dizer que, do ponto de vista da Unicamp, o programa trouxe bons resultados. Atualmente, a sociedade tem discutido muito a questão do ingresso na universidade. Entretanto, ainda não ocorre com a mesma intensidade outra discussão tão importante quanto, ou talvez ainda mais do que esta. Refiro-me à questão sobre a formação durante o período universitário e a sua relação com a saída da universidade. Não adianta garantir entrada para um milhão de estudantes, se não sai ninguém, ou saem muito poucos alunos formados. Ou então que saiam muitos , mas de formação duvidosa. Então, penso que o importante é assegurar que esses estudantes saiam da universidade apresentando qualidade. É isso o que a Unicamp tem procurado fazer.



Na recepção,
cidadania e integração


O professor Paulo Cesar Montagner: apoio às iniciativas das unidades de ensino (Foto: Antoninho Perri)A recepção aos calouros da Unicamp será feita por meio de uma série de atividades organizadas pelas unidades de ensino e entidades estudantis (confira programação nas páginas 6 e 7). Várias dessas iniciativas estão sendo apoiadas pela Subcomissão de Recepção de Calouros (SRC), vinculada à Comissão Central de Graduação (CCG). Conforme Paulo Cesar Montagner, docente da Faculdade de Educação Física (FEF) e membro da SRC, o objetivo da Subcomissão é criar, por meio de práticas de cidadania, um ambiente propício à integração e desenvolvimento dos jovens não apenas no momento da chegada à instituição, mas ao longo de todo o primeiro semestre letivo.

Conforme Montagner, a SRC é constituída por coordenadores de cursos de graduação, estudantes, funcionários e um representante da Pró-Reitoria de Graduação. Ao longo das últimas semanas, a Subcomissão esteve reunida várias vezes para definir a programação de recepção aos calouros. Foram estabelecidas algumas linhas de atuação, entre elas a divulgação permanente dos projetos culturais, recreativos e sociais já existentes na Unicamp. Também ficou decidido que haverá apoio às iniciativas das unidades de ensino e das entidades estudantis, como os trotes solidários e de cidadania.

De acordo com Montagner, a idéia da recepção aos calouros não é construir nada grande, uma vez que a Universidade já dispõe de uma série de programações, mas sim reforçar o acolhimento institucional. “Queremos receber bem o estudante e apresentar a Universidade como um ambiente que não serve apenas ao estudo, mas também à realização de práticas esportivas, culturais e de lazer”, afirma. O docente destaca o apoio da Subcomissão a programas institucionais, como o de prevenção ao consumo de droga e de orientação educacional. “Também estamos abraçando dois novos programas, um deles de acessibilidade, coordenado pela professora Maria Teresa Egler Mantoan, da Faculdade de Educação. A idéia é que a Universidade estude o problema e acompanhe os estudantes nesta questão. O outro programa é voltado ao bom uso da biblioteca, questão que depende da participação coletiva”, acrescenta.

Paralelamente, a Subcomissão também cuidará de divulgar de forma constante as ações das unidades de ensino, para possibilitar a convivência entre os estudantes - calouros e veteranos - fora da sala de aula. “Nossa preocupação é estender essas atividades para além da recepção propriamente dita. Queremos trabalhar essas ações pelo menos ao longo do primeiro semestre, para que principalmente o calouro saiba o que poderá encontrar e o que poderá fazer dentro da Universidade”, diz Montagner.


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