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- Na recepção, cidadania e integração
- Confira os serviços oferecidos ao estudante
- Confira a Programação da Calourada 2005
Nesta e nas três páginas seguintes, o Jornal da Unicamp presta um serviço aos mais de 2,9 mil alunos que ingressam esta semana na instituição. Na entrevista abaixo, o pró-reitor de Graduação, professor José Luiz Boldrini, fala sobre a missão da Unicamp na formação de seus alunos. Nas páginas 6 e 7, o estudante pode conferir toda a programação da calourada.
Para que o aluno
aprenda a aprender
MANUEL ALVES FILHO
Os estudantes que estão ingressando na Unicamp encontrarão uma instituição não apenas empenhada em oferecer um ensino de qualidade, mas também em proporcionar elementos que contribuam para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o bem-estar da sociedade. A missão, que envolve o esforço de toda a comunidade acadêmica, é reafirmada pelo pró-reitor de Graduação, professor José Luiz Boldrini, na entrevista que segue. Na avaliação dele, a Universidade conta historicamente com alunos de excelente nível. Isso se deve à própria capacidade dos universitários, somada à filosofia adotada pelo Vestibular, que tem buscado os melhores talentos onde eles estiverem. Conforme o pró-reitor, a despeito dos bons resultados alcançados até aqui, a Unicamp continua preocupada em aprimorar suas atividades. Um exemplo disso é o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social da Unicamp (PAAIS), empregado pela primeira vez este ano. Os objetivos do PAAIS são aprimorar a seleção do corpo discente no segmento da graduação e ampliar a inclusão social no campus. Os dados preliminares,
Jornal da Unicamp O que o calouro da Unicamp pode esperar do ensino de graduação?
José Luiz Boldrini É importante observar que quando o aluno deixa o ensino médio e ingressa na universidade, ele se defronta com um salto qualitativo na forma como se processa a aprendizagem. Durante o período universitário, espera-se que os estudantes sejam mais responsáveis e ativos no processo, aprofundem os temas debatidos em sala de aula, compreendam seus relacionamentos, adquiram uma postura transdisciplinar. Enfim, aprendam a aprender. Para isto, os alunos devem trabalhar intensamente e devem fazer escolhas sobre que linhas de disciplinas seguir e que projetos executar. Estas escolhas devem ocorrer porque, diferentemente do Colegial, em que todas as disciplinas a serem tomadas são absolutamente pré-determinadas, nesta universidade o processo é mais aberto e queremos que os alunos aprendam a tomar decisões e experimentem e entendam a importância da multidisciplinaridade. Queremos que eles participem de um processo educativo no seu sentido mais amplo, pois se trata de fornecer uma educação que forma muito bem não apenas para o mercado de trabalho, mas também para a vida. Por tudo isso, é natural que alguns calouros sintam uma certa dificuldade de entender toda estas mudanças de enfoque e exigências no processo de aprendizagem e sintam dificuldades na adaptação. Consideramos naturais tais dificuldades e temos a preocupação em ajudar esses estudantes a fazer essa transição de modo adequado. Os professores, os funcionários e também os veteranos auxiliam os calouros nestas dificuldades ao estarem disponíveis para ouvir as dificuldades de cada um, explicar e dar conselhos e sugestões. Há também vários setores da Universidade especializados nas mais variadas formas de auxiliar os estudantes. Entre outros, há por exemplo a Diretoria Acadêmica, o Serviço de Apoio ao Estudante, o Serviço de Atendimento Psicológico e Psiquiátrico, etc. Os calouros recebem informações sobre tais serviços ao fazerem a matrícula e também durante todo o semestre.
JU A Unicamp é reconhecida, entre outros aspectos, pela qualidade dos seus alunos. O que faz esta qualidade?
Boldrini O processo seletivo é um dos aspectos importantes. O Vestibular da Unicamp tem se revelado muito eficiente na seleção de alunos, cuja qualidade é muito boa. Tem a ver também com a própria imagem da Universidade, que acaba atraindo jovens bem-preparados. Se a imagem fosse ruim, isso não ocorreria. Este aluno sabe que, ao vir para cá, terá uma riqueza de aprendizado.
JU A capacidade dos alunos de graduação pode ser aferida, entre outros aspectos, pela qualidade dos trabalhos de iniciação científica e pelo bom trabalho das empresas juniores, não?
Boldrini Isso é importante frisar. Nós falamos aos nossos estudantes, desde o primeiro ano, sobre a importância da iniciação científica, do trabalho das empresas juniores e da participação em projetos em geral. Nós queremos que os alunos tenham atividades além daquelas que envolvem as disciplinas obrigatórias. Essas atividades nos segmentos da pesquisa e da extensão são importantes para atingir o objetivo a que me referi anteriormente, isto é, que o jovem aprenda a aprender. Este talvez seja um dos grandes diferenciais do ensino proporcionado pela Unicamp em comparação com outras escolas.
JU Este foi o primeiro ano em que a Unicamp empregou o seu programa de ação afirmativa. Já existe uma avaliação do resultado desta medida?
Boldrini Existe uma avaliação preliminar, dado que as matrículas ainda estão em curso. Mas já podemos afirmar que o resultado é muito bom. Houve um número significativo de alunos egressos da escola pública que entraram na Universidade, inclusive em cursos de alta demanda, como Medicina. O processo permite, de fato, que esses jovens tenham uma chance de estudar numa escola de reconhecida excelência, sem que haja prejuízo à qualidade do corpo discente. São jovens de alta qualidade, com notas basicamente iguais às dos demais estudantes. Não há dúvida de que a medida se mostrou acertada.
JU O senhor acredita que o programa de ação afirmativa da Unicamp pode vir a servir de modelo para outras instituições de ensino, uma vez que leva em consideração tanto as condições sociais quando o mérito do aluno?
Boldrini É difícil fazer esse tipo de afirmação, mas é possível dizer que, do ponto de vista da Unicamp, o programa trouxe bons resultados. Atualmente, a sociedade tem discutido muito a questão do ingresso na universidade. Entretanto, ainda não ocorre com a mesma intensidade outra discussão tão importante quanto, ou talvez ainda mais do que esta. Refiro-me à questão sobre a formação durante o período universitário e a sua relação com a saída da universidade. Não adianta garantir entrada para um milhão de estudantes, se não sai ninguém, ou saem muito poucos alunos formados. Ou então que saiam muitos , mas de formação duvidosa. Então, penso que o importante é assegurar que esses estudantes saiam da universidade apresentando qualidade. É isso o que a Unicamp tem procurado fazer.
Na recepção,
cidadania e integração
A recepção aos calouros da Unicamp será feita por meio de uma série de atividades organizadas pelas unidades de ensino e entidades estudantis (confira programação nas páginas 6 e 7). Várias dessas iniciativas estão sendo apoiadas pela Subcomissão de Recepção de Calouros (SRC), vinculada à Comissão Central de Graduação (CCG). Conforme Paulo Cesar Montagner, docente da Faculdade de Educação Física (FEF) e membro da SRC, o objetivo da Subcomissão é criar, por meio de práticas de cidadania, um ambiente propício à integração e desenvolvimento dos jovens não apenas no momento da chegada à instituição, mas ao longo de todo o primeiro semestre letivo.
Conforme Montagner, a SRC é constituída por coordenadores de cursos de graduação, estudantes, funcionários e um representante da Pró-Reitoria de Graduação. Ao longo das últimas semanas, a Subcomissão esteve reunida várias vezes para definir a programação de recepção aos calouros. Foram estabelecidas algumas linhas de atuação, entre elas a divulgação permanente dos projetos culturais, recreativos e sociais já existentes na Unicamp. Também ficou decidido que haverá apoio às iniciativas das unidades de ensino e das entidades estudantis, como os trotes solidários e de cidadania.
De acordo com Montagner, a idéia da recepção aos calouros não é construir nada grande, uma vez que a Universidade já dispõe de uma série de programações, mas sim reforçar o acolhimento institucional. “Queremos receber bem o estudante e apresentar a Universidade como um ambiente que não serve apenas ao estudo, mas também à realização de práticas esportivas, culturais e de lazer”, afirma. O docente destaca o apoio da Subcomissão a programas institucionais, como o de prevenção ao consumo de droga e de orientação educacional. “Também estamos abraçando dois novos programas, um deles de acessibilidade, coordenado pela professora Maria Teresa Egler Mantoan, da Faculdade de Educação. A idéia é que a Universidade estude o problema e acompanhe os estudantes nesta questão. O outro programa é voltado ao bom uso da biblioteca, questão que depende da participação coletiva”, acrescenta.
Paralelamente, a Subcomissão também cuidará de divulgar de forma constante as ações das unidades de ensino, para possibilitar a convivência entre os estudantes - calouros e veteranos - fora da sala de aula. “Nossa preocupação é estender essas atividades para além da recepção propriamente dita. Queremos trabalhar essas ações pelo menos ao longo do primeiro semestre, para que principalmente o calouro saiba o que poderá encontrar e o que poderá fazer dentro da Universidade”, diz Montagner.
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