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Campinas, junho de 2001 - ANO XV - N. 163.........
     
   
 

Metade dos alunos fumantes
é iniciada na universidade

A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp abraçou a marcha mundial contra o fumo em 1999, com medidas práticas já adotadas em várias unidades. De acordo com o pró-reitor Roberto Teixeira Mendes, estudos comprovam que 50% dos alunos adquirem o hábito de fumar depois de entrarem na Universidade. “Trata-se de um vício socialmente aceito”, afirma.

Teixeira esclarece que a iniciativa da Universidade faz parte de um programa maior de combate ao consumo de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas como álcool, cocaína e outras. Para ele, o combate ao fumo é apenas o início de uma discussão mais ampla que está prestes a acontecer no campus. “Estamos colocando os temas em debate para a comunidade, com o cuidado de que não se estabeleça um tabu em torno deles”.

A Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) proibiu o fumo em suas dependências, por decisão do Conselho Interdepartamental, que se baseou na lei 9.294/96. Aos fumantes foram destinadas áreas externas, com ventilação adequada, apelidadas de “fumódromos”. A FEM também espalhou cartazes para orientar funcionários, alunos e professores sobre os malefícios do cigarro.

O Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) mantém um serviço específico para os interessados em deixar o vício. São realizadas reuniões periódicas, onde o dependente é orientado quanto às reações em seu organismo provocadas pela falta da nicotina. No início do tratamento, o interessado é acompanhado mais de perto durante um mês. Também são indicados tratamentos com medicamentos, tudo sob orientação médica. A Diretoria Geral de Administração também espalhou cartazes de conscientização.

Eficácia – No Hemocentro da Unicamp, desde outubro do ano passado, as ações de combate ao fumo têm sido eficazes. Naquela unidade, aproximadamente 12% dos funcionários são fumantes. Além de afixar cartazes, o diretor Fernando Costa montou uma comissão de oito pessoas para direcionar as medidas. A presidente da comissão, biomédica Maria Cecília Teori Hashimoto, apoiada por sua equipe, iniciou o mapeamento de todos os locais onde o cigarro seria ou não permitido. “Destinamos duas áreas para os fumantes, ainda que internas”, diz.

Ficou estipulado que, num primeiro momento, o fumante flagrado em área proibida seria abordado e informado sobre os locais reservados. Em reincidência, uma advertência por parte da chefia imediata. Persistindo a transgressão, a Vigilância Sanitária procederá às penalidades previstas: multa de 40 unidades fiscais (cerca de R$ 360), com base na lei paulista 9178/95. Cecília salienta que houve boa aceitação por parte da comunidade local. “Até o momento não tivemos nenhuma notificação”.

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Superintendente do HC,
ex-tabagista, adere à campanha

O ex-fumante é o principal incentivador de medidas que combatam o fumo. É uma afirmação correta se observarmos experiências como a do pediatra Paulo Eduardo Moreira Silva, superintendente do Hospital das Clínicas da Unicamp. Fumante desde a adolescência, ele tomou a decisão há pouco mais de cinco anos, em uma palestra do professor José Rosemberg, outro ex-fumante. “Já tinha consciência de todos os malefícios que o cigarro acarretava em minha vida, mas naquele dia algo me despertou”, afirma.

O esforço para largar o vício foi grande. O superintendente recorreu a adesivos de nicotina e medicamentos para conter a síndrome de abstinência, mas o que eliminou a dependência foi a decisão de parar. “Quem decide deixar o cigarro, não deve mais colocá-lo na boca. O primeiro cigarro, nunca mais”, ensina.

Passados os primeiros meses sem o vício, Paulo Moreira sentiu uma transformação em sua vida. Passou a realizar atividades físicas e sua saúde está mais controlada. A experiência pessoal acabou por estimulá-lo a adotar medidas de combate ao fumo dentro do hospital, em 1998, antes mesmo das ações institucionais da Universidade. Em conjunto com a assistente social Laura Hoffman, realizou um levantamento na unidade. “Identificamos que 25% dos funcionários e médicos eram fumantes”, afirma Laura. Em seguida foram promovidas campanhas de conscientização e restringiu-se os locais para a prática do fumo. A abordagem é sempre feita no corpo a corpo, um trabalho de formiga. “É difícil conscientizar um médico, por exemplo, porque se presume que ele já saiba o risco que o cigarro representa”, conclui a incansável assistente social.

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Jean Nicot e a rainha

O hábito de fumar surgiu por influência dos índios, com o cachimbo do pajé. Prática permitida apenas ao líder espiritual, porque eles acreditavam que a fumaça tinha poderes terapêuticos.

A nicotina (alcalóide presente na folha do tabaco) começou a ser difundida em 1560, quando Jean Nicot, embaixador francês em Portugal, enviou as primeiras sementes do tabaco à rainha Catarina de Médicis, com intuito de aliviar suas enxaquecas. Com isso, o hábito de fumar espalhou-se rapidamente por toda a Europa, chegando a ser catalogadas 59 doenças que se poderiam curar com o fumo. Depois do cachimbo
vieram o charuto, rapé (tabaco em pó) e o cigarro de papel

 

 

 
 
 

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