De
Lisboa
Nesta época de Natal é costume enviar
postais muito bonitos com frases buriladas, de recheio
farfalhudo ou empolgante.
Eu quero dizer-lhe bem pouco: quero agradecer-lhe o envio
do Jornal da Unicamp, aqui, para Lisboa. Um Jornal que
percorre o teclado de toda a vida maravilhosa da Unicamp,
que não esqueço nunca.
Fui professor, nos anos letivos de 1987 e 1988, na Faculdade
de Educação Física e, em 1988, lecionei
Epistemologia, para os doutorandos da Faculdade de Educação.
E vivi, no Brasil, mais pro-priamente na Unicamp, momentos
inesquecíveis desta minha existência que
já não é curta.
E vejo, pelo último número do Jornal da
Unicamp, que eu envelheci, mas que esta magnífica
universidade continua igual ao denunciar as opressões
e os embustes; ao promover, com rigor, o conhecimento
científico; e ao distinguir Homens como D. Pedro
Casaldáliga e D. Paulo Evaristo Arns Homens
na nvulgar qualidade do seu intelecto e pelo Amor com
que acolhem o seu semelhante.
E, por isso, é para mim um privilégio poder
receber mensalmente o nosso Jornal. Muito obrigado. Porque
não tenho medo de esfolar as mãos quando
aplaudo quem o merece. Parabéns pelo Jornal que
faz, na companhia de uma equipe de gente honesta e competente.
Recordo a figura de D. Paulo Evaristo Arns, apoiando,
sem medo, os justos que a inquisição ditatorial
fazia sentar nos bancos, não do opróbio,
mas da honra.
Manuel
Sérgio
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"Case"
Acabo de completar minha leitura da edição
sobre o caso Perus (que foi o grande case da Unicamp),
e fiquei emocionada.
O material jornalístico está excelente.
Mostra como é possível fazer jornalismo
sério em assessoria institucional. É um
belo exemplo a ser seguido por outras instituições,
como Petrobras, prefeituras etc. Parabéns para
todos os profissionais que se envolveram nisso. Espero
que ampliem sua escola.
Soraya
Agege
O Globo
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À
luz
Recebi o Jornal da Unicamp no dia 03 de abril. Li de
uma jornada só até o final. Gostaria de
fazer a seguinte apreciação:
Em setembro de 1990, nos meandros de uma pesquisa jornalística,
foi possível chegar à descoberta das ossadas,
muito provavelmente de desaparecidos políticos,
enterradas em vala comum no cemitério de Perus
(SP). O Documento Especial elaborado pelos jornalistas
do Jornal da Unicamp traz novamente à luz a reportagem
que ainda não teve ponto final.
Que a matéria, ora passada a limpo,
não permita que se enterre mais uma vez o assunto
na vala comum do esquecimento, sem explicações
institucionais e respostas convincentes aos familiares
dos mortos e aos brasileiros solidários que aguardam
por ética e justiça.
João Baptista de Almeida
Junior (Jotabê)
Professor de Jornalismo da PUC-Campinas
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Ponto
comum
Tenho um irmão e um vizinho que trabalham na
Unicamp, mas este não é o único ponto
comum entre ambos, que sequer se conhecem.
Eles não se cansam de elogiar as mais recentes
edições do Jornal da Unicamp, destacando
as várias mudanças feitas (para melhor,
é claro). Estou com a edição de abril
aqui comigo e pude comprovar que os elogios não
são gratuitos.
Luiz
Guilherme Fabrini
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Palavrinhas
Ontem, no Departamento de Ciência Política
do IFCH/Unicamp, recebi a edição especial
do Jornal da Unicamp sobre o Projeto Perus,
o que foi uma grata surpresa e revela um belo trabalho
jornalístico. Nossa memória teima então
em falar algumas palavrinhas.
Em 1995, no auge da fama midiática de Badan e por
conta dela, ele foi presidente de uma comissão
processante do processo jurídico nominado Sérgio
José Custódio e outros, movido pela
então reitoria da universidade que visava a suspensão
de coordenadores do DCE Unicamp da universidade.
Não só por causa do bandejão, advogou
em nosso favor, como advogado do DCE Unicamp, o doutor
Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos autores do livro Brasil:
Tortura Nunca Mais.
Visto sempre nos bastidores do DOI-CODI naqueles ditatoriais
anos do início dos 70, pelo próprio doutor
Luiz Eduardo Greenhalgh e outros militantes da causa dos
direitos humanos, não parecia que o doutor que
depois faria fama meteórica estivesse ali a passeio.
O pedido de liminar do doutor Luiz Eduardo Greenhalgh
foi concedido em favor do DCE Unicamp pela Justiça
de Campinas e Sérgio, Abdala, Adriana e Marta viriam
a concluir seus estudos de graduação na
Unicamp.
Ao anunciar a punição dos coordenadores
do DCE, Badan o fez bradando seu parecer para a imprensa
do Brasil inteiro. Foi um Deus nos acuda quando conhecidos,
familiares, amigos e amigas souberam deste jeito, pelos
jornais, telefonemas aflitos e pelas tabelas, num sábado
de manhã, do que acontecia com nossos nomes, ainda
mais vindo da boca de um doutor tão respeitado
pela sociedade. Do nosso desespero pessoal e do
desespero de nossos familiares nunca esqueceremos.
Com a ajuda do jornalista Sérgio de Souza, editor
da revista Caros Amigos, no ano de 1999, por ocasião
do affair de uma CPI no Congresso Nacional,
onde o doutor estava, agora não muito
confortável e risonho, novamente nos holofotes,
propusemos e efetivamos, com a solidariedade de outros
estudantes da Unicamp e o apoio político da então
Coordenadora Geral do DCE, Regiane Beltran, o enterro
simbólico do festejado homem de outrora no mesmo
bandejão de tantas histórias.
A história da repressão no Brasil, que geralmente
vitima os que lutam por transformação social,
com certeza ainda tem muitas páginas para serem
escritas. Mas, cada vez que aparece um fato jornalístico
como o que vocês ofereceram para a comunidade da
Unicamp e a sociedade no geral, ainda que premidos pelas
contingências da realidade de poder no seio da universidade,
os olhos se enchem de água, porque a vida ganha
sua verdadeira dimensão e os combatentes pela humanização
do mundo, lutadores e lutadoras do povo, esperançosos
construtores de novos dias, com mais justiça e
igualdade social, afirmam a necessidade de luta, sempre.
Parabéns.
Sérgio
José Custódio
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Arquivo
Parabenizo a equipe de jornalistas, fotógrafos,
produtores, diagramadores, enfim, todos que fazem o informativo
da Unicamp. Acabo de receber a edição especial
de Perus e fiquei maravilhada com a qualidade do material.
O jornal está simplesmente perfeito. É um
documento histórico digno de fazer parte das melhores
bibliotecas do mundo. O meu exemplar já está
arquivado e servirá de fonte de pesquisas. Quando
trouxe para a redação da TV, onde trabalho,
foi um alvoroço. Todos queriam ler e vários
colegas me pediram para levá-lo para casa, o que
não permiti, temendo ficar sem ele.
Denise
Moura
TV Serra Dourada
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Familiares
Quero registrar meu contentamento ao ver a edição
160 do Jornal da Unicamp. Muito oportuna, coerente e esclarecedora
a pauta da edição. A nós, familiares
de desaparecidos, resta a luta pelo resgate da história
de cada um deles, e a insistência para que esta
memória não morra.
Creio que o público universitário precisa
muito conhecer a verdadeira história do nosso país
e saber o quanto podemos estar próximos de ações
semelhantes se não estivermos atentos. Temos buscado,
incessantemente, as respostas que trazem angústia
às nossas famílias, e ainda não somos
respeitados como cidadãos, da forma que deveríamos
ser.
Se todos os jornalistas estiverem conscientes desse papel,
poderemos acreditar na justiça, mesmo que para
as próximas gerações.
Especialmente, me emociona ver a matéria sobre
o resgate de Maria Lúcia Petit, pois foi na busca
dos restos mortais de meu irmão que a encontramos,
em Xambioá.
Para nós do Araguaia, foi um passo muito importante
e revelador. Ainda aguardamos uma posição
do governo sobre as ossadas que trouxemos em 1996, também
de Xambioá, que suspeitamos sejam de João
Carlos. Algo há que impede o desenrolar desse episódio.
De qualquer forma, parabenizo toda a equipe pelo trabalho.
Sigam assim, com garra, ética e coragem. Recebam
um abraço fraterno.
Sônia
Maria Haas
Irmã de João Carlos Haas Sobrinho,
médico gaúcho morto em 1972
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