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Assessoria
de Imprensa
ramais:
87018 e 87865
rcosta@obelix.unicamp.br |
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Campinas,
maio de 2001 - ANO XV - N. 162.........
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.Programa
prevê 385 obras,
a R$ 317 bilhões
Se
a propaganda oficial vier a ser confirmada, a execução
dos Eixos Nacionais de Desenvolvimento resultará
em 385 projetos, com investimentos previstos de R$ 317
bilhões, rateados entre Governo e iniciativa privada.
De acordo com o site deste programa federal (www.eixos.gov.br),
este empreendimento está distribuído nos
setores de infra-estrutura, que inclui transporte, energia
e telecomunicações, com 59% do total; desenvolvimento
social (saúde, escolas, saneamento e habitação),
com 35%; meio ambiente, com 4%; e informação
e conhecimento, 1%.
Nas
previsões otimistas do Ministério de Planejamento
e do BNDES, que comandam o empreendimento, seu impacto
sobre o PIB nacional, entre 1997 e 2007, poderá
atingir o índice de 0,45% sobre a taxa anual de
crescimento. No eixo Araguaia-Tocantins, poderá
chegar a 1,05%. Contra-riando a opinião dos pesquisadores
da Anpur (Associação Nacional de Pós
Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano
e Regional), o governo estima uma taxa de crescimento
maior nas regiões mais carentes comprovando
o poder desconcentrador dos projetos propostos.
O
conceito de Eixos Nacionais de Desenvolvimento surgiu
pela primeira vez no Plano Plurianual 1996-1999, como
uma tentativa de traçar uma estratégia de
desenvolvimento para o Brasil que permitisse a redução
dos desequilíbrios regionais e sociais. A idéia
básica era tratar esses desequilíbrios sob
uma nova ótica, levando em conta a geografia econômica
do País e os fluxos de bens e serviços,
sem considerar, para efeito do planejamento, os limites
dos Estados e das regiões.
De acordo com as informações do site, o
Programa Brasil em Ação, lançado
em agosto de 1996 com o objetivo de gerenciar, de
forma inovadora, a implantação de
um conjunto de empreendimentos prioritários para
o desenvolvimento nacional, incorporou ao conceito de
Eixo a dimensão desenvolvimento social, começando
a introduzir, de forma ainda experimental, uma visão
integrada e sinérgica das ações sociais
do governo nos espaços regionais. Projetos
espacialmente distribuídos por todo o território
brasileiro reforçaram a integração
das regiões e do País como um todo.
No
processo de formulação do Programa Brasil
em Ação, evidenciou-se a necessidade de
um estudo mais profundo sobre os Eixos Nacionais de Desenvolvimento
para orientar o planejamento estratégico do governo
federal. Era preciso levantar de forma detalhada as realidades
regionais e identificar as potencialidades e os obstáculos
ao crescimento do País.
Dois
produtos O objetivo do estudo, contratado pelo
Ministério do Planejamento em parceria com o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
era traçar uma radiografia dos grandes problemas
nacionais e das oportunidades que o País oferece.
Tudo isso para viabilizar o desenvolvimento econômico
e social, a integração nacional e internacional,
o aumento da competitividade sistêmica da economia
e a redução das disparidades regionais e
sociais no Brasil.
O estudo deveria resultar em dois produtos, definidos
no edital de licitação: um portifólio
de investimentos públicos e privados para o período
2000-2007, principal subsídio para a elaboração
do Plano Plurianual 2000-2003, e um banco de dados geo-referenciados
do desenvolvimento sócio-econômico brasileiro.
Na
elaboração do portifólio, o consórcio
vencedor deveria levar em conta as demandas e oportunidades
relacionadas a todas as dimensões do desenvolvimento
sustentável. Ou seja, o desenvolvimento social,
a infra-estrutura econômica, o meio ambiente e a
informação e conhecimento.
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Metropolização
visa controle político
A
lei que cria a Região Metropolitana de Campinas
(RMC) deixa lacunas que propiciam ao governador do Estado
assumir o comando político da área que a
compõe. A observação é do
professor Wilson Cano, do Instituto de Economia da Unicamp.
Segundo ele, a lei institui um colegiado composto pelos
prefeitos e representantes do governo estadual, que tem
50% dos votos.
Basta,
portanto, que o governo estadual sopre um apito para um
pequeno município do partido dele e ele já
terá, portanto, 50% mais 1/19 avos, o que é
demonstração cabal de uma falsa democracia,
disse o economista referindo-se à RMC, que é
composta por 19 municípios.
A criação de regiões metropolitanas
também foi alvo de debates no Seminário
Nacional Regiões e Cidades, Cidades nas Regiões,
assim como a própria definição de
região tal como é entendida hoje.
Cano lembra que a lei que criou a RMC prevê a formação
de um fundo financeiro para a região, mas não
diz como. E também omite qual a participação
dos municípios no rateio, exigindo um documento
de adesão oficial que vai ser evidentemente mais
um ardil para se estender um controle político
a uma determinada região, pouco importando de que
coloração política sejam os prefeitos
que governam estas frações territoriais,
afirmou.
Desserviço
O urbanista Flávio Villaça, professor
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, reforçando
os argumentos de Wilson Cano, chegou a arrancar risos
da platéia. Um dos grandes desserviços
do estado brasileiro à geografia e a toda a análise
da economia brasileira foi a criação de
regiões metropolitanas por decreto-lei. Criar processo
econômico-social por lei é o mesmo que achar
que a Lei de Gravidade pode ser revogada.
Villaça
informa que a Constituição de 1988 passou
aos estados a atribuição de criar áreas
metropolitanas, causando um caos total. Assim,
eu não posso estudar uma área metropolitana
que cada estado definiu a seu critério, à
sua maneira. Temos que deixar tudo de lado e usar as divisões
do IBGE, que são feitas nacionalmente seguindo
mesmos critérios
O
professor lembra que nos Estados Unidos as regiões
metropolitanas não são definidas com limite
fixo. Elas têm um conjunto de critérios que
são aplicados cada vez que há um censo,
de onde decorre a área metropolitana. Um
conjunto de critérios que medem a vinculação
sócio-econômica de uma cidade central com
as cidades vizinhas. Vinculações estas medidas
em empregos de pessoas que trabalham aqui, moram ali.
Fluxo de transporte, ligações telefônicas
etc. Conclusão: a região metropolitana muda
ao longo do tempo, pois aplicando o mesmo critério
eu posso medir as expansões, o crescimento, porque
o enquadramento demográfico-econômico é
o mesmo. Senão, a gente fica medindo o fenômeno
com uma unidade numa década e com outra unidade
na década seguinte.
Um
exemplo dos equívocos da metropolização
à brasileira, segundo Villaça, é
a região metropolitana de São Paulo, que
tem hoje exatamente o mesmo limite de há quase
40 anos. Foi delimitada no final dos anos 60, com
dados do censo da época. Nestes quase 40 anos,
o núcleo urbano desta região metropolitana
triplicou em economia e população e a área
continua a mesma, disse.
De
acordo com Villaça, se os mesmos critérios
daquela época para a criação da região
metropolitana de São Paulo fossem utilizados hoje,
ela englobaria Santos e Campinas. Como confiar na
estatística da evolução da economia
ou da demografia desta área se ela permaneceu constante
em 40 anos, quando houve profundas transformações
e não foram capazes de alterar seus limites?.
Estes
erros inviabilizam estudos urbanísticos sé-rios,
segundo Villaça. Não é possível
fazer séries históricas, estudar desconcentração,
desindustrialização, esvaziamento ou não
esvaziamento, terceirização e todos esses
temas metropolitanos com um enquadramento territorial
que não mudou no tempo, embora a economia tenha
triplicado.
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Anpur
reúne estudos urbanos
Presidida
pela professora Maria Flora Gonçalves, do Instituto
de Economia da Unicamp, a Associação Nacional
de Pós-Graduação e Pesquisa em
Planejamento Urbano e Regional (Anpur) é uma
entidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, que congrega programas universitários
de pós-graduação e entidades brasileiras
que desenvolvem ensino e/ou pesquisa no campo dos estudos
urbanos e regionais e do planejamento urbano e regional.
Pluridisciplinar e aberta, a Anpur tem como finalidades
principais o incentivo ao estudo, ao ensino e à
pesquisa nesse campo do conhecimento; a divulgação
de informações e a troca de experiências
referentes a essas áreas de atuação.
Também promovemos a promoção
de reuniões científicas objetivando o
intercâmbio de informações entre
os integrantes das instituições associadas
e com outras associações congêneres,
nacionais e estrangeiras, explica Flora.
Bianualmente
a entidade realiza encontros nacionais, cujos resultados
são publicados em anais. Em 1997 a Anpur instituiu
o prêmio brasileiro Política e Planejamento
Urbano e Regional, cuja segunda edição
acontece em maio próximo. É uma
premiação bienal, que contempla a produção
nesse amplo campo de atividades, nas categorias: livro,
tese de doutorado, dissertação de mestrado
e artigo.
Em 1999 a Anpur lançou a Revista Brasileira de
Estudos Urbanos e Regionais, com periodicidade semestral,
que caminha agora para o quarto número. No campo
das relações interinstitucionais, a instituição
é associada à Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência (SBPC) e mantém
relações com outras sociedades científicas
nacionais e com instituições congêneres
de outros países e regiões.
A
Associação não tem uma base fixa,
mas ganha o endereço das instituições
que sediam a Presidência e a Secretaria Executiva.
Na gestão 1999-2001 elas estão sediadas
no Estado de São Paulo.
Informações:
www.anpur.org.br
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