Thaís avaliou 351 pré-escolares que freqüentavam creches e escolas públicas da cidade de Itatiba, no Estado de São Paulo. Quando o critério da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual considera cariada apenas a superfície com cavitação, foi empregado no levantamento epidemiológico, a cirurgiã observou que 69% das crianças estavam livres de cárie. Esta porcentagem caiu pela metade ao incluir no diagnóstico a lesão de mancha branca ativa. Pelo estudo, 32% da amostra estava livre de cárie.
“Isso significa que a inclusão dessa lesão no diagnóstico é significativa, inclusive para propostas de ações preventivas” alerta Thaís, que identificou ainda 27% das crianças apenas com as lesões de manchas brancas ativas. Uma sugestão ao considerar as lesões como um fator de alto risco para a cárie precoce seriam as aplicações tópicas de flúor para a paralisação dessas lesões e, assim, evitar a cavitação. “Isso certamente contribuiria para minimizar a prevalência da doença na população infantil”, explica.
Em geral, explica Thaís, a inclusão do critério nos levantamentos epidemiológicos exige um período maior de exercícios de treino por parte dos examinadores para se obter um diagnóstico preciso e confiável. Como nem sempre isso é possível, esclarece, em grandes populações a lesão muitas vezes não é incluída. A pesquisa, no entanto, mostrou que a diferença na prevalência de cárie quando se considera essa lesão é bastante significativa para que ela não seja levada em consideração.