Uma metodologia alternativa para avaliar a resposta dos músculos do corpo humano envolvidos em uma atividade física foi testada em 14 voluntários no Laboratório de Estudos Eletromiográficos da Faculdade de Educação Física (FEF). O índice do limiar de fadiga neuromuscular é indicado para atletas, idosos ou indivíduos que precisam aferir o esforço e a velocidade dos movimentos, servindo como parâmetro de treinamento ou avaliação física. Consegue-se, por exemplo, identificar os músculos deficientes em determinada atividade e, assim, aperfeiçoar os exercícios voltados para aquela região do corpo.
O método, criado em 1982 pelo americano Herbert DeVries, é seguro e não leva a pessoa à exaustão, como ocorre no teste convencional, inviável para idosos e cardiopatas que não podem ser submetidos a exercícios rigorosos. “As formas utilizadas são desgastantes e desconfortáveis, pois o teste é feito na bicicleta ergométrica ou esteira, cuja carga aumenta até o limite suportado”, explica o autor da pesquisa de mestrado, Eduardo Bodnariuc Fontes.
Na proposta do Grupo de Estudos e Pesquisa do Sistema Neuromuscular da FEF, coordenado pelo orientador Antonio Carlos de Moraes, ao invés de se fazer o máximo de exercício, são realizados quatro testes de um minuto cada e, a partir de cálculos matemáticos, chega-se ao índice de forma precisa. “O indivíduo não entra em fadiga”, garante. Por isso, Fontes indica a adoção do método como exercício de aquecimento, pois otimizaria o treinamento do atleta. “Em cinco minutos pode-se identificar a intensidade ótima para a atividade física”, explica.
Mesmo desenvolvida há mais de 20 anos, a metodologia nunca foi usada no Brasil. Fontes não sabe ao certo os motivos, mas a iniciativa do grupo da FEF é justamente associar o método a parâmetros de freqüência e percepção subjetiva do esforço. Com isso, a idéia é adaptar e diminuir o mínimo possível o tempo de atividade para conseguir resultados precisos. “Com o avanço da tecnologia, o método ficou mais simples e acessível”, conclui. (R.C.S.)