A pandemia do ‘novo coronavírus’, nome popular dado à Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pelo vírus SARS-COV-2, tem sido marcada pela sua rápida disseminação relacionada ao seu modo de transmissão, que se dá através das vias respiratórias. O número de contagiados, que no mundo já chega a quase sete milhões e no Brasil alcançou a marca de setecentos mil, tem causado uma grande pressão sobre o sistema de saúde mundial. No estado de São Paulo, por exemplo, mais de 60% dos leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) se encontram ocupados e em cinco estados (Amapá, Pernambuco, Acre, Rio Grande do Norte e Maranhão) a ocupação atinge mais de 90%, revelando que o sistema de saúde beira o colapso. Se o acesso à saúde torna-se um desafio para os residentes das áreas urbanas, este mesmo problema ganha dimensões ainda maiores quando se trata de populações isoladas, como povos indígenas que vivem distantes dos grandes centros urbanos. Não bastasse a superlotação, esses povos têm de enfrentar ainda a questão do deslocamento e acessibilidade aos centros de saúde.
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