Edição nº 559

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 28 de abril de 2013 a 04 de maio de 2013 – ANO 2013 – Nº 559

Sintonia fina com a sociedade


A Unicamp pretende intensificar a sua relação com a sociedade, seja por meio da formação de recursos humanos qualificados, seja gerando conhecimento novo que possa ser transformado em produtos, processos ou políticas públicas que tragam benefício à população. A afirmação foi feita no último dia 22 pelo reitor José Tadeu Jorge, poucas horas depois de assumir oficialmente o cargo, durante conferência de imprensa realizada na Reitoria. Ele destacou que a sua gestão procurará conferir equilíbrio ao tripé que sustenta a Universidade – ensino, pesquisa e extensão. “Esse princípio é importante, pois cada uma dessas atividades qualifica as outras duas”, disse.


Tadeu Jorge explicou que prefere empregar o conceito “relação com a sociedade” ao termo “extensão”, por entender que o primeiro é mais completo. “A relação com a sociedade compreende a extensão e a assistência, que fazemos por intermédio do nosso complexo hospitalar, mas também outros aspectos, como a produção cultural, o diálogo com a iniciativa privada e o desenvolvimento de pesquisas que possam contribuir para a formulação de políticas públicas. Isso coloca a Universidade em sintonia com as necessidades sociais, o que é transmitido aos nossos estudantes”, afirmou. Ainda em relação à capacidade da Unicamp de produzir impactos sociais positivos, Tadeu Jorge adiantou que a instituição empreenderá esforços para ampliar o número de licenciamento de patentes. O reitor lembrou que a Universidade é a segunda instituição do país em volume de depósito de patentes – perde somente para a Petrobras -, mas que essa condição, por si só, não traz benefícios para a sociedade. “O que traz benefício é o licenciamento, pois é ele que transforma o conhecimento em algo concreto, como um produto ou processo”, reforçou.

Tadeu Jorge também adiantou que a sua gestão trabalhará para ampliar o número de oportunidades para que os estudantes ingressem na Unicamp, notadamente no ensino de graduação. “Esse é o nosso objetivo. Claro que a oferta de novas vagas sempre terá que ser precedida de um amplo debate com a comunidade universitária e da aprovação pelo Consu [Conselho Universitário, órgão máximo deliberativo da instituição]”, observou. Nesse aspecto, o reitor lembrou que o novo campus de Limeira foi projetado para oferecer cerca de mil novas vagas, mas que somente 480 foram efetivamente criadas até o momento. “Nós temos cursos que foram aprovados pelo Consu, como Produção Cultural e Patrimônio e Restauro, que podem ser implantados em Limeira. Penso que é importante iniciar a discussão no sentido de concretizarmos o projeto inicial daquele campus”.

Outro ponto enfatizado por Tadeu Jorge foi a questão da inclusão social. De acordo com ele, a Unicamp foi a primeira a adotar uma ação nesse sentido, por meio do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), criado em 2004. Os estudantes que optam pelo PAAIS recebem automaticamente 30 pontos a mais na nota final. Candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas têm, além desses 30 pontos, outros 10 pontos acrescidos à nota final. “Vamos analisar se é possível alterar esse ‘bônus’, de modo e ampliar a inclusão, sem comprometer a qualidade”, afirmou.

O reitor acrescentou que a Unicamp analisará, ainda, a ampliação do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis), destinado aos estudantes que cursam o ensino médio em escolas públicas de Campinas. Atualmente, o Profis oferece 120 vagas. “Também vamos discutir o Pimesp [Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista], que é uma proposta do governo do Estado e que objetiva destinar 50% das vagas das universidades públicas paulistas a jovens egressos de escolas públicas. A Unicamp, através do PAAIS e do Profis, já está próxima desse percentual”.
(Manuel Alves Filho)