Unicamp
Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 01 de novembro de 2013 a 10 de novembro de 2013 – ANO 2013 – Nº 582Evento debate energia hidráulica e meio ambiente
O 1º Latin American Hydro Power and Systems Meeting, que ocorreu entre os últimos dias 29 e 31, trouxe na pauta a discussão de pesquisas nas áreas de máquinas hidráulicas, sistemas e meio ambiente, a fim de promover a integração internacional entre pesquisadores, profissionais e alunos das áreas de engenharia, bem como a divulgação técnico-científica dos trabalhos. O encontro foi aberto na manhã do dia 29, no Centro de Convenções. Simultaneamente ocorreu o 6º Hydro Power for Today Forum, promovido pela Unido – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
O professor José Geraldo Pena de Andrade, diretor da Faculdade de Tecnologia (FT) e responsável pelo evento na Universidade, explicou que a International Association on Hydraulic Research (IAHR), atendendo a proposta apresentada pela Unicamp e pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), instituiu como sua seção regional o Grupo de Trabalho Latino-Americano. “A IAHR é uma entidade voltada à pesquisa e divulgação na área de geração de hidroeletricidade e nosso grupo foi formalizado durante o Congresso Internacional de 2010, na Romênia.”
Segundo o diretor da FT, este encontro no Brasil é o primeiro na América Latina, sendo que o próximo, daqui a dois anos, será realizado em outro país da região. “Até o momento, o Grupo de Trabalho Latino-Americano possui 16 entidades participantes: as empresas Alstom, Andritz, Impsa, KSB e Voith, as universidades brasileiras Unicamp, Unifei, IME, UFRJ, UFMG, UFMT e UFRGS, e as argentinas UNLP, UNCU, UTN e Uncoma. Nesse primeiro evento temos ainda a parceria do Centro Internacional de Pequenas Centrais Hidrelétricas da China e do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas do Brasil.”
José Geraldo de Andrade afirma que essas discussões visam dar respostas para a necessidade de geração de energia elétrica sem impactar o meio ambiente. “O Brasil possui o terceiro potencial hidráulico do mundo, atrás de China e Rússia, e até agora não utilizou um terço desse potencial. Chegamos a 44% de fontes renováveis na matriz energética, enquanto a média mundial é de 13%. Mas daqui para frente temos que atacar o problema ambiental, devido ao grande impacto causado pelos reservatórios e áreas de alagamento. Por outro lado, também precisamos considerar os aspectos de melhor eficiência das máquinas, melhores sistemas e novas tecnologias que permitam gerar a maior quantidade de energia possível.”
José Anibal, secretário de Energia do Estado de São Paulo, concedeu palestra responsabilizando o governo federal por políticas que, em sua opinião, levaram à priorização da gasolina na frota de veículos. “São Paulo tem uma grande experiência que, infelizmente, foi fortemente impactada no que se refere à geração de energia renovável, às contas externas e à Petrobras; houve desestímulo a um setor que emprega 800 mil pessoas, que é o sucroenergético. A participação da gasolina, que era de 61% no ano de 2000, chegou a apenas 43% em 2009, mas voltou para 62% no ano passado.”
O professor João Frederico Meyer, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, representando o reitor José Tadeu Jorge, encarregou-se da saudação aos participantes do 1º Latin American Hydro Power and Systems Meeting. Completaram a mesa de abertura Gustavo Aishemberg, representante da Unido no Brasil; Victorio Oxilia, da Organização Latino-Americana de Energia; embaixadora Mariângela Rebuá, do Departamento de Energia do Itamaraty; Lorena Lanza, vice-ministra de Minas e Energia da Nicarágua; Heng Liu, diretor do International Center on Small Hydro Power da China; Geraldo Lúcio Tiago Filho, secretário do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas; e Eduard Egusquiza, diretor da IAHR Internacional.