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Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 13 de abril de 2015 a 26 de abril de 2015 – ANO 2015 – Nº 622Em busca de novos talentos
Unicamp inova e amplia o alcance dos programas que promovem o contato de jovens estudantes com o ambiente científicoA Unicamp manterá aberto, entre 1º e 20 de abril, o período de inscrições para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), iniciativa desenvolvida com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão de fomento vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Pibic tem o objetivo de despertar a vocação científica e incentivar novos talentos entre os estudantes de graduação das diferentes áreas do conhecimento. Ao todo, serão concedidas 935 bolsas, no valor de R$ 400 cada uma.
Na Unicamp, o Pibic está sob a responsabilidade da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). Os interessados em fazer a inscrição devem visitar a página eletrônica da PRP (www.prp.rei.unicamp.br/pibic) e preencher um formulário específico. De acordo com a pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, professora Gláucia Pastore, este ano o programa apresentará uma importante novidade. Os trabalhos elaborados pelos participantes, que serão expostos durante o 23º Congresso Interno de Iniciação Científica, marcado para novembro, receberão uma identificação numérica conhecida pela sigla DOI (Digital Object Identifier).
De acordo com a professora Gláucia Pastore, o DOI permitirá que os trabalhos sejam localizados, via internet, por quaisquer interessados nos temas neles abordados, de todos os pontos do planeta. “Essa providência dará ainda mais visibilidade aos trabalhos, cuja qualidade vem crescendo ano a ano”, afirma. Com essa maior visibilidade, continua a pró-reitora de Pesquisa, tanto os docentes que respondem pela orientação quanto os alunos de iniciação científica terão as suas responsabilidades ampliadas. “Certamente todos estarão ainda mais comprometidos com a excelência de seus projetos de pesquisa”, considera.
Além das 935 bolsas concedidas pelo Pibic, observa a pró-reitora de Pesquisa, outras 35 serão ofertadas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (Pibic/AF), programa piloto do CNPq que teve início em 2009. Este é dirigido exclusivamente aos estudantes de graduação que ingressam na Unicamp via Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais). O Paais, primeiro programa de ação afirmativa sem cotas implantado em uma universidade brasileira, concede pontos extras no vestibular aos candidatos egressos das escolas públicas e aos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.
Quem opta pelo Paais recebe 60 pontos a mais na nota final do vestibular. Já os candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas têm, além dos 60 pontos adicionais, mais 20 pontos acrescidos à nota final. “A intenção é propiciar uma oportunidade de formação técnico-científica também para este segmento, ampliado as nossas ações inclusivas”, explica a professora Gláucia Pastore. Na opinião da pró-reitora de Pesquisa, o contato precoce do jovem com os métodos de investigação científica é extremamente importante, em diferentes perspectivas.
É valioso para o aluno, que tem a oportunidade de integrar uma equipe envolvida em linhas de pesquisa que, não raro, estão na fronteira do conhecimento. Assim, ele tem a chance de conciliar o aprendizado teórico em sala de sala com o aprendizado prático obtido em laboratório. “O estudante que faz iniciação científica frequentemente melhora o seu desempenho acadêmico e fica mais preparado para fazer a pós-graduação. Além disso, esse tipo de experiência também conta pontos quando ele concorre a uma vaga no mercado de trabalho”, aponta.
Do ponto de vista dos docentes que orientam esses jovens, o ganho está na chance de contar com pessoas entusiasmadas e dispostas a aprender. “Dito de forma simplificada, é sempre bom ter sangue novo na equipe”, diz Gláucia Pastore. Justamente por causa das questões virtuosas que envolvem a iniciação científica é que a seleção para participação no Pibic e Pibic/AF tem se tornado cada vez mais rigorosa, de acordo com a pró-reitora. Um Comitê Assessor avalia, entre outros pontos, o currículo do orientador, a qualidade do projeto de pesquisa e o desempenho acadêmico do estudante.
Conforme as normas estabelecidas pelo CNPq, as bolsas devem ser distribuídas segundo critérios que assegurem que os alunos sejam orientados pelos pesquisadores de maior competência científica, que possuam nível de doutor e que estejam exercendo plena atividade de pesquisa. Cada orientador enquadrado no regime de dedicação exclusiva pode inscrever até cinco estudantes de iniciação científica em seu projeto.
Além dos dois programas já citados, a PRP também manterá aberto, de 1º a 17 de abril, o período de inscrições para a submissão de projetos para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (Pibic/EM), igualmente apoiado pelo CNPq. O Pibic/EM proporciona aos alunos do ensino médio da rede pública dos municípios de Campinas, Limeira e Piracicaba a oportunidade de participar no desenvolvimento de um projeto de pesquisa sob a orientação de professores e pesquisadores da Unicamp.
O docente/pesquisador interessado em participar deverá submeter o projeto ao Fundo de Apoio ao Ensino e à Pesquisa da Unicamp (Faepex), através de formulário eletrônico que estará disponível durante o período de submissão no site do programa (www.prp.unicamp.br/pibic-em). A PRP concederá aos orientadores um apoio financeiro, na rubrica de material de consumo nacional ou prestação de serviços, no valor de R$ 4 mil, quando o projeto acolher, no mínimo, três bolsistas.
MAIS JOVENS
O esforço da Unicamp em promover o contato precoce do jovem com a ciência envolve outras ações. Uma delas é o Ciência & Arte nas Férias (CAF), que traz anualmente, nos meses de férias escolares de verão, estudantes de escolas públicas da região de Campinas para um estágio nos laboratórios da Universidade. A experiência envolve as grandes áreas do conhecimento, a saber: Artes, Ciências Humanas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas e da Saúde e Tecnologia.
Durante o estágio, os estudantes se envolvem com os desafios atuais da ciência e da arte, com a metodologia do trabalho científico e da criação artística e com o ambiente humano dos laboratórios de pesquisa. Em 2015, o CAF recebeu 185 alunos da rede pública, contingente que representou um avanço de 17% em relação ao ano anterior. O número de projetos nos quais os jovens estiveram envolvidos também cresceu de um período para o outro – passou de 78 para 88.
Devido ao grande sucesso do programa, revela a professora Gláucia Pastore, a Unicamp foi procurada pela Prefeitura de Campinas para oferecer um CAF nas férias de inverno, dirigido a alunos do 9º ano do ensino fundamental da rede municipal de ensino. A finalidade é proporcionar também a esse público um contato precoce com o ambiente científico e suas metodologias. “Inicialmente, faremos um projeto piloto que contemplará 70 ou 80 alunos. Nós escolhemos dez docentes da Universidade, que são vocacionados para o trabalho com esses jovens, para serem os orientadores. Os participantes do CAF de inverno passarão 15 dias na Unicamp, visitando laboratórios, assistindo a palestras e desenvolvendo outras atividades”, adianta a pró-reitora de Pesquisa.
A professora Gláucia Pastore informa, ainda, que está em fase final de elaboração outro projeto em colaboração com a Prefeitura de Campinas, este voltado à qualificação da dieta dos alunos da rede municipal de ensino. Profissionais das faculdades de Ciências Médias, Ciências Aplicadas e Engenharia de Alimentos proporão um cardápio diferenciado para os estudantes. “O objetivo desse cardápio não será apenas o de nutrir adequadamente as crianças, mas também de contribuir para que elas ampliem a capacidade de aprendizado, principalmente de matemática. A intervenção será feita inicialmente em duas escolas. Posteriormente, avaliaremos a possibilidade de ampliar a experiência para toda a rede”, detalha.