. Leia nessa edição
Capa
Física: códigos de conduta
Neurocirurgia
Rede amplificada
Depressão infantil
FBI: software certificado
Pano rápido
Cytotec: uso indevido
Assistência ao desempregado
Claudio Santoro
Unicamp na imprensa
Painel da semana
Oportunidades
Teses da semana
Comércio Internacional
A " Roma brasileira "
 

2

Neurocirurgia
minimamente invasiva




YVENS BARBOSA FERNANDES

Osurgimento, a partir da segunda metade do século 20, de novas tecnologias ocasionou o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas. Estas tendem a serem menos agressivas, causando conseqüentemente menor lesão tecidual e diminuição do tempo operatório. Isto é sobremaneira vantajoso para a recuperação mais precoce do bem-estar do paciente.

O termo “cirurgia minimamente invasiva” é atualmente reservado às intervenções em que uma grande abertura cirúrgica pode ser evitada, graças à aplicação de tecnologias modernas. As crescentes publicações na área neurocirúrgica são o resultado de um desenvolvimento rápido da neurocirurgia minimamente invasiva e das técnicas de localização das lesões intracranianas.
O constante avanço da medicina e das tecnologias disponíveis para aplicação na área médica tornou possível o diagnóstico mais precoce e mais preciso de lesões intracranianas. Atualmente o uso rotineiro da tomografia computadorizada e mais recentemente da ressonância nuclear magnética do crânio (exames de neuroimagem) possibilitam uma imagem nítida e precisa da grande maioria das lesões.

A localização exata de lesões intracranianas situadas na convexidade do crânio é geralmente imprecisa devido à conformação oval do crânio e a ausência de pontos de referências externos. A acurácia na localização pré-operatória dessas lesões pode ser obtida através do uso da estereotaxia e neuronavegação. A neuronavegação já se tornou um procedimento de rotina em alguns departamentos de neurocirurgia em alguns países do mundo, todavia o seu uso é restrito em virtude do seu alto custo. Por outro lado a tomografia de crânio e a ressonância magnética são exames radiológicos acessíveis na maioria dos grandes centros urbanos e a otimização no uso desses instrumentos disponíveis pode ajudar na localização precisa de lesões intracranianas.

É possível, sem a ajuda da neuronavegação, localizar com boa precisão a projeção de uma lesão no couro cabeludo de determinado paciente e desta forma realizar um planejamento cirúrgico pré-operatório adequado. Para isso é preciso traçar coordenadas cartesianas nos exames de neuroimagem e transferir essas coordenadas para o couro cabeludo na hora da cirurgia. Existem alguns detalhes técnicos relacionados à conversão das distâncias relativas das imagens e a distância real no paciente, entretanto os cálculos aritméticos são bastante rudimentares e simples.

A técnica está sendo aplicada no Hospital das Clínicas da Unicamp desde 1998 e a partir do momento que o método se mostrou confiável foi desenvolvida uma tese de doutoramento sobre o tema, na qual 44 pacientes já foram submetidos à cirurgia minimamente invasiva.

Os principais favorecidos com esta técnica são os pacientes, já que uma incisão cirúrgica maior é mais desconfortável e traz mais riscos. Por outro lado uma incisão cirúrgica menor é mais rápida de ser realizada, diminui o tempo operatório e também o tempo de convalescença hospitalar.

Os detalhes técnicos sobre a referida técnica e os resultados obtidos podem ser lidos na biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas ou no próximo volume do periódico indexado “Arquivos de Neuro-psiquiatria”.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2003 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP