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Projeto cria pré-vestibular democrático

Há pouco mais de dois anos estudantes da Unicamp, USP e Unesp se reuniram para trabalhar num projeto um tanto ousado: desenvolver uma ONG na área de Educação para, entre outras coisas, buscar meios alternativos de melhorar a qualidade de ensino nas escolas da rede pública. Trata-se do Projeto Universidade Democrática, ainda numa fase embrionária, que tem como proposta principal questionar as condições atuais de ensino de escolas de bairros periféricos e criar modelos pedagógicos alternativos. Além disso, se propõe analisar também “o perfil elitista e antidemocrático das universidades públicas do país”

Segundo o professor Luciano Romenius, aluno de física da Unicamp, e professor de Matemática e Física do cursinho, um dos meios mais eficazes para se conseguir, ao mesmo tempo, recursos financeiros e apoio da comunidade escolar, “seria a preparação de alunos que pretendem prestar vestibular em universidades públicas e que não têm condições de se preparar em um cursinho pré-vestibular tradicional”.

A partir disso, criou-se o curso pré-vestibular com o nome fantasia de ZAP, que propõe uma escola de 1º e 2º graus, nos quais existam modelos didáticos alternativos, de maneira a proporcionar um ensino mais eficaz “e sem necessidade de grandes recursos financeiros”, conforme explica Luciano Sampaio da Silva, estudante de Ciências Sociais na USP, e professor de Leitura e Produção de Textos. Por outro lado, não significa que Projeto Universidade Democrática vem a ser simplesmente “mais um tipo de cursinho alternativo”. E mais: o objetivo desse projeto não é criar e ampliar um cursinho como fez o DCE-Unicamp e o Grêmio Politécnico da Usp, por exemplo, mas concretizar uma base sólida para a criação de uma ONG.

“O cursinho, que aprovou 20 alunos nos últimos três vestibulares, funciona como uma espécie de laboratório e, ao mesmo tempo, uma vitrine para a constituição de uma futura ONG”, avalia Sampaio. O cursinho conta com 118 alunos, em três turmas semanais, à noite, das 19 às 23 horas, e aos sábados nos períodos da manhã e à tarde. Informações mais detalhadas sobre bolsas de estudo pelos telefones 3234-2894 ou 3237-6745.

 

Técnica com ‘bisturi óptico’ atua nas células

Os resultados de uma colaboração entre o Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) e o Centro de Hematologia da Unicamp na medida de propriedades de hemácias para estudo de doenças como anemia falciforme e esferocitose serão conhecidos no próximo tema da série de seminários da Coordenadoria Geral da Universidade. A palestra “Fibras ópticas: princípios e aplicações na biotecnologia”, com o professor do IFGW Carlos Lenz Cesar, no dia 19 (quinta-feira), irá abordar uma técnica desenvolvida a partir de um “bisturi óptico”. Ela é capaz de perfurar as paredes celulares, tornando possível a realização de microcirurgias a nível celular como fusão de células, mistura de DNA’s, transposição de núcleos e outras.

Além dessas aplicações, o professor Lenz, explica que essa técnica pode ser utilizada para realizar medidas de propriedades mecânicas como forças pequenas – na escala de piconewtons – e elasticidades de microorganismos. Para conhecer os princípios de funcionamento desse processo e as várias possibilidades de aplicações a comunidade universitária poderá conferir no seminário que acontece no auditório da Biblioteca Central, às 11 horas. Mais informações no site www.cgu.unicamp.br/.

 

Professor Paulo Bobbio morre aos 75 anos

Paulo Anna Bobbio, professor que durante mais de três de décadas serviu à Unicamp como docente e pesquisador, faleceu no dia 4 deste mês, aos 75 anos. Bobbio iniciou suas atividades na Universidade como professor da disciplina de Química dos Processos, da Faculdade de Tecnologia de Alimentos. Exerceu ainda o cargo de diretor associado da Faculdade de Tecnologia de Alimentos e por duas vezes assumiu interinamente a função de diretor daquela unidade.
Em 1976 o professor Bobbio foi eleito para o cargo de chefe do Departamento de Ciência de Alimentos. Por diversas ocasiões exerceu a presidência da Câmara Curricular, da Comissão Central de Graduação. Por um período de nove anos, o professor Bobbio representou a FEA junto à Câmara Curricular. Foi criador e idealizador de diversas disciplinas de Química da Faculdade.
Bobbio aposentou-se em 1995. Nos últimos anos vinha se dedicando às atividades de pesquisa como Professor Colaborador Voluntário junto à área de Química dos Compostos Orgânicos, do Departamento de Ciências de Alimentos.
Aluno de doutorado – No mesmo dia da morte do professor Bobbio, um acidente de trânsito matou o aluno de doutorado Lúcio Mauro Soares Machado, quando viajava num ônibus. Lúcio era casado e tinha trinta anos. Graduado pela Unesp de São José do Rio Preto, fez o mestrado na Universidade de Londrina onde também era professor.
Ultimamente Lúcio fazia doutorado na Unicamp no programa de Tecnologia de Alimentos, tendo como orientador o professor Ahmed El Dash.