A
cientista social, jornalista e agora escritora Márcia Fantinatti dedicou
200 páginas à análise da participação de professores
universitários em mobilizações. O livro O movimento docente
na universidade pública contribuição ao estudo do
perfil e da ideologia do sindicalismo de classe média foi lançado
em happy hour realizado na Estação Santa Fé, dia 29 de agosto.
O tema
deu margem à realização de um debate no dia 30, no auditório
do IFCH, com a presença de José Raimundo, diretor do Sindicato da
Unicamp; do professor do Instituto de Química francisco Reis, de um representante
da Associação de Pós-Graduandos (APG), Luiz Leduíno;
e do estudante do Diretório Central de Estudantes da Unicamp Paulo Gouvêa.
O trabalho
é resultado do projeto apresentado como dissertação de mestrado
em 1998, no departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas da Unicamp. Ao efetuar o estudo de caso do movimento docente na universidade
pública, Márcia Fantinatti, doutoranda do IFCH, destaca que, diferentemente
do propalado por inúmeros estudiosos de classe média, a sindicalização
e a adesão de métodos de luta como as greves não representam
indícios da fusão das classes ao proletariado. Ao contrário,
a escritora observa que, mesmo aceitando a sindicalização, os diferentes
setores que compõem as classes médias praticam um sindicalismo diferenciado
em relação ao praticado por setores operários. O
apego à meritocracia é uma das características apontadas
pela autora aos sindicalistas de classe média. Segundo ela, este perfil
se revela sobretudo na defesa da hierarquia salarial e na adoção
do sindicalismo corporativista segmentado pela profissão. Uma das provas
disso está nos momentos de greve, as quais, na análise de Márcia
também revela limitações, na medida em que não é
utilizada como meio de confronto com o empregador, mas apenas como estratégia
defensiva, por meio da qual propagandeiam a preservação da instituição
universitária e a valorização da profissão acadêmica;
não atinge a pesquisa, aspecto fundamental do trabalho docente nas universidades
públicas; os métodos de ação são marcados pelo
afastamento e pela rejeição dos recursos típicos do movimento
operário (como piquete), bem como todas as formas de representações
a ele associadas. Márcia
Fantinatti graduou-se em jornalismo em 1990, pela PUC-Campinas, e em Ciências
Sociais em 1991, pela Unicamp. Atualmente, está prestes a defender tese
de doutorado no IFCH. De 1989 a 1995, a autora trabalhou como jornalista da Associação
dos Docentes da Unicamp (Adunicamp). --------------------------------------- Pesquisadores
contam história do Vera Cruz
A
trajetória histórica do Hospital Vera Cruz, um dos principais da
região de Campinas, acaba de ser publicada em livro. De Médico
para Médico: o Ideal Vera Cruz, de Fernando Antonio Abrahão
e Ema Elisabete Rodrigues Camillo, pesquisadores do Centro de Memória
Únicamp, foi lançado dia 31 de agosto, no The Royal Palm Plaza Hotel. Patrocinado
pelo Hospital Vera Cruz e pela Fundação Rocha Brito, o livro retrata
não só os 50 anos de história do hospital, mas também
demonstra a vocação dos médicos e demais entidades hospitalares
sediadas em Campinas no aperfeiçoamento da ciência e da prática
médica, desde o final do século XIX, mais precisamente a partir
da chegada dos imigrantes e das epidemias de febre amarela e do tracoma. Segundo
os autores, a medicina em Campinas projeta-se no cenário nacional e internacional
nas décadas de 1910 e 1920 com a especialidade oftalmológica. O
avanço da oftalmologia campineira alavancou as demais especialidades médicas,
propiciando a associação de 10 diferentes especialistas, dentre
eles o urologista Roberto Rocha Brito, na fundação do Hospital Vera
Cruz, em 1943. Através
de um convênio celebrado entre a Fundação Roberto Rocha Brito
e a Unicamp, Centro de Memória da Universidade elaborou o projeto que viabilizou
a criação do Centro de Documentação Histórica
do Hospital, cujo acervo reúne cerca de 1000 documentos, entre livros,
correspondência e artigos; 30 depoimentos pessoais; além de mais
de uma centena de fotos e diplomas.
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APatologia
Clínica do HC amplia área física Três
laboratórios Microbiologia, Hematologia e Parasitologia
da Divisão de Patologia Clínica do HC terão, em breve, destino
certo. A inauguração das novas instalações acontece
no final de setembro. São 500 m2 a mais a serem ocupados pelo Laboratório
de Patologia Clínica (LPC). Financiadas
pelo HC e FCM, e com o apoio da Fapesp, as salas foram construídas de acordo
com as Normas de Segurança do Trabalho. Os equipamentos, de última
geração, serão apenas transferidos para a nova área.
A obra poderá beneficiar pelo menos 180 funcionários que trabalham
no local. O
LPC funciona desde 1983 na Unicamp, tendo ainda outros laboratórios distribuídos
em cinco grandes áreas: Bioquímica, Imunologia, Imunogenética
de Transplantes, Líquidos Biológicos e Fisiologia Clínica.
Segundo a coordenadora da Divisão de Patologia Clínica, a docente
Célia Regina Garlipp, os laboratórios que não passarem por
reforma serão oportunamente modernizados. Trabalhando 24 horas ininterruptamente,
o LPC realiza no Hospital por volta de 160 mil exames por mês e 350 coletas
ambulatoriais por dia, sendo considerado uma referência em seu segmento
e estando em processo de acreditação para alcançar nível
de excelência em qualidade. No
ano passado, o Laboratório foi o primeiro colocado no mega-evento Quali-Hosp
2000, realizado em SP, pelo melhor projeto de qualidade hospitalar, concorrendo
com diversas instituições brasileiras do gênero. Parte dos
equipamentos previstos naquele projeto estão sendo adquiridos neste momento.
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