O
panorama geral da fome no mundo é aterrador: dos estimados seis
bilhões de habitantes do mundo, cerca de 1 bilhão passam fome;
um terço (2 bilhões) não tem acesso a água potável e um terço
sofre de anemia. As estatísticas sobre o número de pessoas que
morrem de fome por ano são conflitantes: variam de 9 milhões
(The Hungry Site) a 30 milhões (Geopolítica da Fome), dependendo
do organismo que fez o levantamento. Segundo a ONU, morrem por
ano no mundo cerca de 8 milhões de crianças em decorrência da
falta de alimentação.
Os
estudos revelam que, na média, a mortalidade pela fome no mundo
equivale a 36 mil pessoas. As estimativas variam de 24 mil a
82 mil óbitos diários. Os números são frios e insensíves, e
não revelam a imagem de sofrimento desta parte da humanidade
condenada a morrer sem a mais básica das necessidades. Os dados
foram apresentados durante a abertura da III Semana da Alimentação
na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, como alerta
aos participantes do quanto ainda há para ser feito para equacionar
o problema da fome no mundo.
A
contribuição dos engenheiros de alimentos para minorar o problema
é justamente na aplicação da tecnologia e conhecimentos acadêmicos
em processamento e reaproveitamento de alimentos, além do balanceamento
da dieta e orientação de hábitos alimentares saudáveis. “A questão
fundamental é a seguinte: em geral, quanto mais tecnologia se
desenvolve, se torna possível o acesso de mais pessoas à alimentação
mais adequada, com menor custo e mais saudável.
A
importância em desenvolver tecnologia está em tornar o alimento
mais disponível e em boas condições, que é o conceito geral
de segurança alimentar. Muito do que acontece hoje no Brasil
não é falta de alimento, é falta de ter condições desse alimento
chegar em boas condições para a população e a questão econômica”,
resume Gláucia Maria Pastore, diretora da FEA.
Maria
Izabel Rodrigues, pesquisadora de alimentos em áreas de pesquisas
acadêmicas específicas que pouco têm a ver com trabalhos comunitários,
tais como biotecnologia, foi convidada para organizar, em 2000,
a II Semana de Alimentos e o 1º SOS Fome, por causa de seu trabalho
voluntário em ações filantrópicas da Associação Amigos das Crianças
(AMIC). Esse ano organizou novamente os eventos , com abordagens
cada vez mais voltadas a discussões e busca de soluções para
o grande problema social que resulta na fome de uma grande parcela
da população de um país pródigo na produção de alimentos. Apesar
de ser pesquisadora, é conhecida como “verdureira” por moradores
de condomínios de luxo, onde vende cestas de verduras para angariar
fundos que são revertidos na compra de alimentos que compõem
as cestas básicas distribuídas para milhares de famílias carentes
de bairros pobres de Campinas.
“Em
conversa com os alunos expliquei que estava trazendo o SOS Fome
para dentro da universidade, onde as atividades se restringem
a estudos acadêmicos, para mobilizar os estudantes de Engenharia
de Alimentos a uma atitude mais prática em relação à alimentação
da população. Eles estavam muito alheios à cruel realidade do
mundo em que a gente vive, como num mundo à parte”, justifica
Bel, como é conhecida pelos colegas e alunos. “Como educadora
me senti responsável pelo engajamento dos estudantes”, acrescenta.
O evento foi encerrado com o show “SOS Fome” no teatro Castro
Mendes, que contou com a participação especial de Caio Blat
e da cantora lírica Ana Ariel, além de grandes talentos da cidade.
A
direção cênica do espetáculo foi de Ana Maria Barros Cruz e
Fernando Curti. Toda renda foi revertida para a Associação dos
Amigos da Criança – entidade que há 11 anos realiza um trabalho
na periferia de Campinas – e para o projeto da cozinha semi-industrial
do Parque Oziel – a maior ocupação de Campinas. Maiores informações
podem ser obtidas pelo telefone 3788-3886.
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Lume reformula site
O
Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais (Lume) está
de cara nova na Internet. O site passou por uma reestruturação
estética e de conteúdo. Agora os navegantes terão acesso à
biblioteca, videoteca, curriculum e fotos dos atores, além
da agenda de eventos. A página de cada espetáculo contém mais
informações como críticas e galeria de fotos. Também será
possível efetuar o download das revistas do grupo, cadastrar-se
no “mailing list” e comprar livros e revistas. Toda a concepção
estética do site, além de sua programação foi realizada pelo
ator Renato Ferracini. O endereço é www.unicamp.br/lume.
Programação
– A quarta edição do projeto Tem Cena na Vila acontecerá nos
dias 2 e 11 de novembro, em Barão Geraldo, com uma extensa
programação de espetáculos. As atividades podem ser conferidas
no site www.unicamp.br/lume/temcena.htm. Nos dias 25 a 29
de novembro, o Lume recebe a atriz italiana Lina Della Rocca,
do Teatro Ridotto, Bologna-Itália para ministrar um workshop
para atores e diretores. As palestras acontecem no horário
das 18h30 às 22h30, na sede do Núcleo, em Barão Geraldo. Para
informações e inscrições contatar Barbosa, pelo telefone 3289-9869
ou pelo e-mail lume@unicamp.br.
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Pró-Dança
promove Mostra de Conclusão
Integrantes
do Pró-Dança, formado por 15 estagiários do curso de licenciatura
em dança da Unicamp e cinco professores da rede municipal de
ensino, realizam Mostra de Conclusão do projeto dia 30 de outubro,
às 19 horas, no Teatro Castro Mendes.
Os
ingressos são vendidos no valor de R$ 5,00. O Pró-Dança foi
lançado há cinco anos pela Secretaria de Educação da Prefeitura
de Campinas, com objetivo de proporcionar a 4.500 crianças matriculadas
em escolas municipais a oportunidade de realizar aulas de dança.
O projeto é idealizado pela professora municipal Walkíria Coelho.
Segundo a coordenadora do Departamento de Licenciatura da Faculdade
de Educação, Márcia Strazzacappa, orientadora de vários integrantes
do projetos, os trabalhos artísticos foram realizados em horários
contrários ao período de aula das crianças.
“O
projeto possibilita tirar as crianças da rua. Elas ficam na
escola, mesmo que assistindo a aulas anteriores’, avalia a professora.
O projeto Pró-Dança foi premiado pela Fundação Abrinq. Segundo
Márcia, a expectativa pela realização das aulas é tão grande
que as crianças se dispõem a assistir às atividades de outras
turmas até que chegue o horário de sua própria aula. “O ideal
seria incluir aulas de música, esportes, vídeo, para que as
crianças ficassem esse tempo ocioso em um ambiente saudável,
apreendendo arte”, defende Márcia.
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